segunda-feira, junho 2

Devaneios

Por alguma razão ele havia encontrado, finalmente, o que tanto buscava, havia encontrado Mônica, mas não Mônica Mônica, senão que A Mônica. Aquela mulher que ele tanto havia desejado, era como finalmente poder dormir tranqüilo, sabendo que era verdade que ela existia, que não era apenas um sonho simples e sem fundamento, ele agora podia dizer pra si mesmo: "eu sabia, eu sempre soube.", coisas que sempre se diz quando não se sabe de porra nenhuma e está como uma criança rezando para papai do céu que tudo corra bem (Detalhe importante, pensando nessa criança como uma clássica, que foi ensinada quando mais pequena o que era deus, e agora sabia, deus é aquele que se pede sempre quando ninguém mais pode fazer nada, e nunca ninguém sequer cumprimentou ele ou tem uma foto duma churrascada de agradecimento pelos feitos dele).
Não se sabia por que, mas depois de um final de semana na casa dos pais dele, eles estavam cada um de moto, brincando de fazer trilhas pelas ruas daquela pequena cidade do interior a qual costumeiramente se visitava sempre que todos podiam, para reunir amigos, familiares e pessoas que se dão bem. Ele ainda era novo, recém havia tirado a habilitação para andar de moto mas se sentia como se tivesse nascido de moto, havia saído dentre as pernas da mãe empinando e gritando "ihaaa!!". Ela gostava do vento assim como ele, e faziam pequenas corridas entre eles. A parte boa, é que não era normal que um só vencesse, conforme o terreno, um ou outro vencia, e depois vinham os beijos como prêmio para o vencedor, e prêmio de consolação para o perdedor.
Estavam parados no gramado cada um empurrando sua moto para por no carro, ambas já estavam lavadas da trilha. Ela colocou a dela no porta-malas, e ele deu um jeito de enfiar a dele atrás do banco de trás do carro. Em pouco tempo o avião partia, e ele podia abraçar ela com felicidade enquanto viajavam para não sei onde.
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-Acordado essa hora?
-É...
Colocou a mão na cabeça, sorriu sozinho e começou a rir. Como diabos ia conseguir por uma moto no banco de trás de um carro?! Era muita loucura para um sonho só, a começar pela parte das coisas boas que aconteciam. Tranqüilamente ele deitou em sua cama e não voltou a se cobrir, deixou as cobertas como estavam e começou a pensar a respeito de sua imaginação, de seu desejo de alguém tão absurdamente como ele quer, que talvez fosse estupidez desejar alguém assim, pois tudo seria tão entediantemente perfeito que não teria mais graça.
Achou melhor dar uns tapas na mente e tentar dormir de novo, esperar para descobrir como seria andar de moto de verdade, como realmente vai ser a mulher que ele quer. Provavelmente vai ser alguém que ele nunca sonhou que seria, e agora ia dormir ansioso para descobrir quem quer que fosse. O sonho havia sido ótimo, ele não nega, mas sonhos são sonhos e estragam os dentes, melhor ir comer um folhado.

2 comentários:

[ RiOt GrrrL ] disse...

ehehhehehehe...discussão com vinho eh uma ótima dupla hehe :D

vamos marcar uma hra sim, faz tanto tmpo q não temos conversas sérias eheuheueheuheuehe

bjãoo vizinhoo! :*

Giancarlo Marelli disse...

ah néni...

Nossa, eu estranehi muito quando li sobre motos no porta-malas, e tava pronto pra rir muito de ti!
Mas aí era um sonho...

que bom né, digo, não sei...