quinta-feira, junho 12

O carlos tá morrendo! gente, façam alguma coisa!

O dia não foi dos ruins nem nada, foi mais um dia de trabalho com relativa tranqüilidade devido as exigências pouco exigentes por parte dos superiores. A viajem de ônibus foi boa, considerando que ele não conseguiu dormir como desejava, passou o tempo todo pensando a respeito de nada, a respeito de como nada levava a nada e por fim tudo não importava porra nenhuma perante nada, e contudo, no final da viajem, ou seja, no final das contas, todo esse nada, podia ser um nada muito divertido enquanto se nadasse na terra.
-Muay.
Saiu do treino sentindo-se fedorento, sentindo-se um porco completo sem escrúpulos, sem noção de mínimo apresentável publicamente. Correu para casa sozinho enquanto pensava sobre as técnicas recém re-aprendidas, corrigidas e aprimoradas, como fazer as coisas que a princípio se pensa que é muito simples de fazer, quando de repente se dá conta que movimentar-se requer noção, prática e muita inteligência motora. Em fim, foi dando socos no ar e pensando em casos que poderiam ocorrer num encontro não muito feliz entre ele e uma pessoa que soubesse menos que ele desse tipo de luta e outra em que ele seria o que sabe menos e tem menos prática. Em ambos os casos, ele concluiu finalmente que ia apanhar como um rato.
Deu de ombros com seus pensamentos e seus botões e foi direto para o banho. O melhor banho do mundo, uma limpeza psicológica que o fazia voltar a sentir um cheiro gostoso de limpo, de asseio. Se arrumou e passou um pouco de tempo conversando com a gordinha. Era bonito ver aqueles olhos clamando por palavras conselheiras a respeito de temas da idade dela, foi meio que enrolando e o tempo passou enquanto ele dava uns apertos naquelas bochechas fofinhas.
Não demorou e já estava de pé entrando no estacionamento para mais uma aulinha de direção. Uma boa melhorada, considerando que fazia mais de quatro anos que ele não praticava e que a última aula, de cinqüenta minutos, não valia nada de muita experiência. Foi repreendido algumas vezes por botar um pouco mais do que um iniciante deveria botar no carro. Sabia do erro, mas adorava-o.
Desceu do carro próximo de casa, apenas a umas três ou quatro quadras enquanto ia andando, pensando nas técnicas que não havia feito adequadamente, a maneira de virar, como e quando trocar marchas, coisas que com o tempo se pega e se deixa de ser um pirralho babaca no volante. Foi andando e cuidando as esquinas, pra verificar preferências e rir um pouco do nada. Chegou num cruzamento com semáforos e parou na esquina, olhou um painel de propagando com relógio e termômetro e constatou: 9ºC. Olhou para o lado que vinham carros e viu um Honda prateado vindo a toda com toda sua potência, logo atrás vinha um veículo auto-motor, um uno vermelho, que logo o lembrou de "Inácio máquinas", ele ficou cuidando para ver se não era, e quando de repente o vidro do caroneiro desceu e de dentro uma morena muito bonita gritou para fora:
-Uuuuhhhh!!! Gostosôôô!
Deu lhe um frio instantâneo na barriga, pois ele esperava Inácio máquinas, não um grito desses. Recobrou a consciência em instantes e quando o carro passava já para o outro lado da esquina, gritou com força a única coisa maluca que lhe passou pela cabeça:
-Vem provar!
E não é que o carro andou por um pouco mais e parou? Parou mesmo e aquela morena veio vindo, numa jaqueta revestida de veludo, com uma bota de salto fina e uma calça jeans em sua direção já atravessando a rua. Ele não acreditou muito naquilo, e via de dúvida, virou pro lado como um bom macho, um pavão, de peito inflado e um olhar simples com um leve sorriso na cara. A garota se aproximou e disse um oi que logo foi calado por um beijo selvagem e absurdo, como se já o tivesse feito várias vezes, acariciou-a com carinho ali naquela esquina mesmo, até mesmo deu umas breves apalpadelas nas curvas da garota. Terminado o beijo, um cara já havia saído do carro e gritava para que ela voltasse. Ela disse tchau e se despediu com um beijinho simples nos lábios. Ela nem falou mais nada, nem ele quis saber de mais nada. Viu o carro saindo tranqüilamente em direção ao frio da noite e com um sorriso na nuca caminhou até em casa rindo sozinho, olhando para os lados pra ver se não era com outra pessoa. Cheirou as mãos para verificar se não havia ficado nenhum cheiro de perfume de mulher ou algo do gênero, mas não, nada, foi apenas aquilo, rápido, simples, cru e muito divertido. Agora vai dormir rindo de novo, mas do Brasil, rumo ao Hexa.

2 comentários:

Gustavo R. Moraes disse...

eu não vou comentar nada!!!
seu maluco do inferno!!

Anônimo disse...

uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!