terça-feira, julho 15

bolinha

Sobre o que escrever se não sobre as escritas?
As vezes é necessário um empurrão do destino diário para que algo seja cuspido pra fora e acabar nessas letrinhas miúdas. No começo apenas se escreve, não se planeja nada, vai dedilhando o teclado fazendo uma música sem tons, só de letras. Com o tempo o ritmo. O gosto. Com o tempo, as criticas, e a partir das criticas, as criticas e as criticas é o que mais começa a interessar.
Comecei a ler um livro a respeito de uma ladra ontem. O livro começa de maneira genial, mas me pergunto o quão expressivo é o livro. Dotado de palavras um pouco mais pomposas, poemado, com brincadeirinhas semelhante as que leio e as que gosto de fazer.
Noto, é claro, que são escritores, vendendores de arte, que querem a fama por fazer algo com maestria, com o dom de contar histórias de maneira apropriada. As coisas são assim afinal, as histórias boas, não necessariamente sejam apenas as que são por si só fatos dentro de um cronograma que montam uma boa história, mas a maneira de contar pode fazer de uma simples história, uma boa história. Mais ou menos como o que tento fazer aqui dentro de uma tese junta de uma experiência própria.
A critica de arte não existe. Sendo arte, a idéia de expressar suas idéias, emoções, loucuras, aflições, ou etc e tal, não tem como ela ser criticada. Pois ela apenas é e acabou. É como fazer perguntas de "na sua opinião" dentro de uma prova. Na minha opinião, uma pergunta de "na sua opinião" não vale nada, pois a opinião não tem como ser criticada, mensurada, comparada, adequadamente. Sendo a arte, a pura expressão, a idéia da necessidade que alguém pode ter por fazer obras, por fazer quadros, esculturas, musicas, versos, textos, danças ou seja lá a espécie de loucura utilizada, a coisa em si não foi feita para ser vista, ser elogiada ou render dinheiro. Foi feita pela necessidade do criador de cria-la. Toda obra feita assim, não existe, não tem preço, e jamais poderá ser repetida.
Talvez seja como um bocejo. A necessidade absurda, incontrolável, sem consciência, sem razão lógica, nos faz bocejar, e pode vir a fazer outros, mais próximos também bocejarem. Como lobos enclausurados pedindo por ver a lua e finalmente uivar como sempre quiseram.
Difere um pouco da idéia de bocejarmos para fazer graça, para fazermos os outros bocejarem também.
Talvez a única coisa que seja considerada arte e precise de crítica, seja a arte da cozinha. Não das brincadeiras de criança, mas toda a gula, todo o mundo de poções mágicas, de ingredientes secretos e toques de amor e carinho que se da a uma boa comida. Essa arte, necessariamente é gerada para se gerar boas criticas. Pessoas morrendo de tesão pela comida, comendo quietas apreciando cada pedaço de seja lá o que se tenha feito. Doces, salgados, amargos, azedinhos, texturas ásperas, lisas, misturas nojentas, belas, malucas, e por que não, geniais, tudo que se deseja é agradar a todos com sua arte. A única arte que deve ser feita com segundas intenções.
Os sons, as músicas que foram feitas para serem músicas derivam de uma vontade própria dos músicos de comporem, provavelmente de se expressarem. E mesmo que precisem de ajustes na maioria das vezes, são músicas de verdade quando são inicialmente escritas por necessidade.

Um papel amassado pode ser arte hoje em dia. Basta olhar para ele com seu criador do lado, e o mesmo pode explicar que ele tentou expressar a opressão da sociedade perante uma cabeça sem riscos de uma criança. Pode dizer que mostra o mundo e portanto, suas possibilidades entranhadas nas rugas formadas pela deformação do papel amassado. Tudo não passa de lixo. As idéias não são arte, são só idéias.
Essa foto, foi retirada do primeiro resultado que veio da pesquisa de imagens do google. Veio precisamente, deste blog. Gostei do primeiro post, mas não é arte. Não se chama arte pois arte de verdade não procura por público, não fala com os outros com a real intenção de falar com eles, fala dizendo vocês, outros, como algo que nunca lerá, algo que nunca será visto por outras pessoas. As coisas que são feitas e ficam quietas, morrem quietas. São as que realmente tiveram a necessidade de serem criadas apenas para existir por aquele instante e deu. O resto todo é loucura.
Pense no futuro do mundo, chamo mundo, tudo que hoje existe. Abra a janela, e pense o quão significante é para tudo fazer a diferença com a loucura de perder meu tempo me divertindo ao escrever, e vocês, lendo isto, não exatamente se divertindo, talvez apenas passando o tempo, olhando porque não tinha mais nada pra fazer, ou apenas pelo costume de entrar em determinados locais. Que dirá os que estão apenas clicando em resultados do google e encontrando este início/fim de mundo. Nada é realmente necessário, mas a diversão de fazer "arte", é que realmente é uma arte.
Eu ia terminar com a frase de cima, o que me daria um ótimo chavão chave de ouro. Mas... mas, me arrependo de não ter deixado como estava. E agora que já cometi o erro de seguir escrevendo, dou por encerrado meus erros aqui.

2 comentários:

.Ná. disse...

Ah, por acaso o livro é: A menina que roubava livros? Se for, eu amei.
Quando comecei a escrever no blog, achei que ninguem fosse ler o que eu escrevia, sabe... nunca consegui atingir um publico muito grande... mas hoje eu já escrevo pensando nos meus amigos leitores/blogueiros.. e acredite, tudo fica muito mais dificil quando se tem a idéia de que vão te avaliar.
Bjos

Anônimo disse...

Sendo este espaço uma arte, então eu não devo exprimir nenhum comentário. É essa a moral?