domingo, novembro 25

Parcelado


Estranhamente já haviam pessoas no bar quando ele entrou. Deveria começar mais tarde, mas aparentemente chegaram mais cedo para assistir a um jogo de futebol. Posteriormente os caras meio vileros que gritavam no balcão acabariam incomodando um pouco a festa de despedida de solteira que acontecia nos fundos do local.

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Queria que as besteiras da internet me prendessem a atenção como faziam antes. Me seguravam pelos dedos e amarravam os olhos. O scroll corria incansavelmente e a mente vagava deixando o tempo correr sem perceber o movimento no espaço. Mas não. Só ela me entra na cabeça, meus músculos sofreram para sorrir, para buscar simpatia e saco na lida de todos os clientes e colegas de trabalho. Percebi assim que ela se afastou de mim que estava estressado, brabo, com raiva e louco para matar.
A noite se arrastou, entre copos, canudos em formato de penis e sorrisos falsos. O caminho para casa pareceu mais longo, e o frio da noite era quase uma companhia mórbida que se arrastava ao meu lado. Sentiu que estava sozinho novamente. Que piada, que escolha estúpida, não? "Nós escolhemos", pensou.
O desejo era chegar em casa e encontrala dormindo, acordala parcialmente no momento que se colocaria na cama ao seu lado. Sorriu na lembrança.

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Os pés parecem mais doloridos, e ele não fez nada. As costas carregam algum peso novo, que parece aumentar no tempo. A cabeça explode em pulsasões anormais. O corpo inteiro pede por ela.

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Desde que eu te encontrei, as coisas andam tão bem.
Parece mentira por ser assim, meio dolorido de início, mas é a redenção no futuro que acalma.

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Preço alto... dada situação, parece que vai ser parcelado. Meu medo é os juros.

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