Engraçado como os relacionamentos se desenrolam, um dia tu é um completo estranho, no seguinte é aquele amor completo. Foi num dia de verão qualquer que o conheci, desde uma indicação familiar, devia ir lá, marcar encontro e deixar ele fazer o serviço.
Fui vê-lo algumas vezes e não demorei a me apegar. Na segunda ou terceira já estava trocando figurinhas e conversando mais do que 'trabalhando'. Foram períodos de encontros quase mensais, mesmo que apenas pra trocar umas ideias, as coisas foram ficando quase estáveis.
Tive que viajar, foi o destino, coisa que aparece na vida e te faz loucuras, é aconteceu, a culpa não era minha. O abandono foi repentino, num determinado dia o avisei, era clara sua feição de tristeza, de saber que este alguém o deixaria, mesmo que por tempo indefinido, o deixaria, ele sabia, eu sabia, não seria fácil.
Depois de um ano separados, nem nos falamos, foi simplesmente aquela coisa se afastando até que voltei. A necessidade falou alto, não demorei e tive que ligar. Ninguém atendeu, e agora, raios. Ligo amanhã. Nada.
- Alô, alô? - Aquele tom ofegante de um re-encontro.
- Oi? - Não era ele.
A conversa se desenrola e vejo que vou terminando mandando um frio e cru e-mail, mesmo tentando ser simpático, eu sei que não é a mesma coisa, mas é alguma coisa. Enviei o e-mail, finalmente ele respondeu. Poderemos nos encontrar semana que vem, no lugar de sempre, terça. Ele respondeu finalizando com saudades.
É tão bizarro esse relacionamento entre homens carros e mecânicos que até me sinto um traidor de não trazer uma lembrancinha pra ele...
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