Não havia dormido muito bem apos todo aquele turbilhão de emoções e ações. Dormira pensando, dormira arrependido de suas ações.
Foi engraçado acordar duplamente arrependido. Havia se arrependido de arrepender-se, reconstituiu-se solo e se colocou de pé. O dia prometia, era um dia para as cordilheiras tão sonhadas. Pensou que fez o melhor, e mesmo se não fosse o melhor, não valia a pena ficar pensando e pensando se torturando com os piores pensamentos que sua mente maligna faziam. Cansou de pensar, afinal, os cigarros já estavam ficando escassos e teria de gastar mais neles.
O dia passou e depois de montarem as mochilas, ele e seu primo se deram conta de que estavam sem uma barraca. Como diabos queriam passar umas noites nas cordilheiras sem uma misera barraca ou lona?¿
Pois bem, adiou-se as cordilheiras por motivos de forca maior. Ligaram para deus e mundo e ninguém tinha uma barraca para emprestar-lhes. Saíram de Santiago, em direção a Rancagua foram a normais 120. Em uma hora e uns minutos já estavam cumprimentando os familiares e se instalando no quarto de duas camas com algum cheiro de mofo.
O dia passou, mais alguns telefonemas e nada de encontrar uma maldita barraca.
Claro, eles poderiam comprar MAIS UMA, mas já tinham uma, porque não usar? Estava a uns 900kms ao sul, junto com o pai da namorada do seu primo. É uma pena.
Pois bem, que envie a maldita barraca e deu. Levaria uns três dias para chegar, mas igualmente foi enviada para ser levada a novas aventuras futuras no Uruguai.
Voltaram a Santiago. Era segunda feira e seu primo precisava matricular-se na universidade. Mais um dia perdido que poderiam estar perdendo-se pela cordilheira louca e busca de aventuras para contar a seus netos.
Era de noite e estavam se arrumando para ir beber na casa de um amigo, estava penteando os cabelos quase negros olhando para cada fio contra o espelho quando seu primo bateu a porta e abriu de leve.
"É pra ti.
Agarrou o telefone e escorou-o contra a orelha direita.
"Alo?"
"hola rafa..."
Não acreditou no que ouvira. Uma voz suave e amável lhe dirigia a palavra, a morena ligara para dizer mais algumas coisas. Por um instante colocou a mão no bolso e teve certeza de suas lembranças quando tocou o pedaço de níquel de um real. Seguiu falando.
Ligara para desculpar-se, para pedir perdão por seus atos impensados e queria voltar a vê-lo antes de ir, queria ter um tempo para conversar direito do jeito que naquela noite ele propusera ("Podemos conversar, mas não assim."). Aproveitou para adiantar as desculpas a respeito de seu comportamento cru e serio. Notara que ela estava um pouco bêbada naquela noite, talvez depois de telo cumprimentado resolvera resolver as coisas da maneira mais covarde, bebendo. Combinaram um encontro simples sem nenhum pretexto, o combinado seria ir terça feira buscá-la em sua escola e dai em diante seria decidido la mesmo. Afinal a barraca não havia chegado... e falando em barraca...
"no sabe de nadie que tenga una carpa?"
"si, claro, la Rebe tiene, es la que usamos"
"uh! verdad!"
pronto, rebeca, uma amiga em comum tinha uma barraca e provavelmente emprestaria.
Fez a mochila e pela terça ao meio dia se foi a rancagua. Chegou lá meio tonto, mochila nas costas e um colégio para ir... Uma vez havia ido de carona, resolveu ir da maneira mais "correta" dessa vez apenas para variar. Pediu umas informações para um pessoal perto da parada e pronto, estava a caminha do dito colégio Coya. Chegou cedo, ela sairia as 17:30 e já eram por volta das 15 quando sentou-se no gramado a frente do colégio e pôs-se a ler seu livro maluco novamente. Leu e leu, o tempo passou e ele mal notou os carros que se enchiam de gente para ir para casa depois de um dia de escola. Seguia lendo quando de repente dois pares de pernas bem torneadas se mostraram a sua frente. A Rebe, e a morena.
"Hola."
"Holaaaa!!!"
"oi!"
levantou-se e logo averiguou a respeito da barraca, sua missão, no fundo era conseguir a barraca, não era? Se perguntava mas sabia que não era apenas uma missão simples a fim de materiais, Rebe se foi mas garantiu o empréstimo, tinha certeza que a barraca do seu pai estava em casa, seria ir e buscar. O ultimo detalhe era o local onde ela morava... Outra cidade, Graneros, um mini povo, mais ou menos um quarto ou menos do tamanho de Rancagua, algo realmente pequeno. Contudo, longe.
Foi convidado a conhecer melhor o colégio Coya e se foi conversando com a morena, viu as salas onde ela estudara, viu os parquinhos de crianças que havia visto uma vez por fotos e deu algumas voltas pelos gramados que numa certa noite desejara poder pisar. Caminharam um pouco e ele carregou a bolsa dela, uma bolsa mais pesada que sua mochila, quadrada de tantos cadernos. Chegaram a uma espécie de parquinho de crianças... algo semelhante a isso conhecera com ela num tal de Club Ansco, ou algo assim, cerca da casas dela. Aquela fora uma linda tarde no club... voltou para si e se via cru conversando com ela, em cima de uma espécie de casinha de crianças conversaram a respeito do que passara no Estudio 3, e a respeito das conseqüências. Ele ficou surpreso ao saber que o real que havia recebido era um real que ela adquirira quando viajou para seu país mais não o viu. Ela criou seu amuleto e o entregara raivosa para ele naquela noite, contudo, agora com calma e mais suavidade e maturidade em suas palavras, conseguiam conversar naturalmente e se entender como nos velhos tempos. Entregara sua moeda de volta, e notou nos olhos dela o quão feliz ela ficava por isso, uma olhada no pequeno pedaço de níquel fez uma certa diferença para o dia dela.
Caminharam para fora da escola e ela pediu-lhe a mão. A principio relutou, sabia no que daria, mas acabou cedendo com carinho e acariciou novamente aquelas pequenas mãos morenas que uma vez lhe afagaram os cabelos nas noites de Viña.
Pegaram uma carona inesperada com uma professora dela que saia de carro para Rancagua. Antes de entrar, ela combinou sozinha uma coisa.
"Cualquiera cosa, eres un amigo."
Ele entendeu o que isso significava. Significava que ela não havia mudado, que não ia mudar tão cedo, ela não ia dizer quem exatamente ele era para as pessoas senão ia apenas fingir outros tipos de relações. Ninguém nunca podia saber, era uma vergonha. Ele passou por muitas e boas em seu pais com a cegueira de que a coisa talvez fosse mais pra frente, depois de tanto tempo entendera que não era a mesma coisa para os dois, não era recíproco. Via problemas que ela inventava ou gostava de ter e nunca mudava nada de sua vida. A mentira estava presente sempre que ele também estivesse presente. Como confiar em alguém assim? É tão difícil falar a verdade sem vergonha ou conseqüências que ela traga? Que se foda, ia pensar a respeito disso uma outra hora, não queria mais nem saber de discussões naquele momento.
Desceram do carro e discutiram a respeito de onde ir. Ela queria um local privado e seguro. Ele não queria ir a casa da família emprestada, encontrava o cumulo do abuso levar uma garota la sem mais nem menos sendo que ele nem havia os visto naquele dia. Final das contas, a mãe dela estava pela cidade e ela morria de medo de encontrá-la por ai de mãos dadas com ele. Sua raiva subia por isso. Não podia ir a uma praça, não podia ir a casa dela, não podia ficar por ai tranqüilamente porque ela começaria suas manhas rotineiras que ele já conhecia. Era uma mimada, e provavelmente não mudaria tão fácil. Pensou um pouquinho mais e abriu as opções, pensou que ela simplesmente quisesse, ou desejasse um hotel ou motel ou hostal ou seja lá o que for para ter uma oportunidade de fazer amor com ele novamente. Via em seus olhos algum desejo químico. Os olhos verdes ainda a hipnotizavam como da primeira vez. Trocaram carinhos no ônibus e beijos românticos lembrando dos velhos tempos.
Levantou-se da cadeira e foi pedir informação ao chofer sobre onde poderia encontrar um hotel ou motel para uma noite no Maximo. Começou a conversar, o cara gostou dele e simpatizou muito, contando suas aventuras e desventuras na profissão de motorista de ônibus. Viajava por todo o pais e ficava exaltado contando, começando a suar por suas lembranças e reviver algumas emoções enquanto conversava com ele. Ele, esquecera dela e já descobrira todos os hotéis possíveis em Rancagua, de repente ela grita.
"Hey!!! vamos bajar ahy, vi un hostel ahy atras!"
"Watt?! mucho gusto señor, voy bajar aca, gracias! que te vaya bien!"
"igualmiente compadre! buena suerte!"
O chofer mirou pelo espelho e entendeu do que realmente se tratava. Soltou um sorriso safado para ele com uma piscadela de olho como que dizendo.
"vai firme!"
Não no sentido literal mas sim no... bom, é compreensível. Desceram e voltaram menos de uma quadra caminhando. Uma senhora de uns cinqüenta anos mais ou menos os atendeu simpaticamente e ofereceu-lhes um quarto sem pedir identidades nem nada do gênero, apenas que se acomodassem e qualquer coisa estava por ali para servir-lhes.
Sentaram na cama. Conversaram assim mesmo durante um bom tempo, e não tardou para deitarem-se e fitando uma televisão de lcd desligada acima da cama conversaram mais a respeito de tudo um pouco, trocaram carinhos e beijos na face, dos tempos que dormiam numa cama de solteiro. Ele a repousou de costas na cama e ficou frente a frente aquele rosto novamente. Era apaixonado por aqueles olhos café, aquela pele suave e linda. Fitou seu rosto durante o tempo que seu braços treinados agüentaram segurar seu peso sem tocá-la. Quando cansou, deixou seu peso guiá-lo e beijou-a como nunca.
Era uma pena.
Fora uma linda tarde juntos, com pequenas discussões e conclusões. Antes de saírem do quarto, conversaram por um tempo mais e vira aqueles olhos café não agüentarem novamente, lagrimas escorriam por seu rosto moreno, sabia o que ia acontecer, já sentia a perda dele, já sentia falta de seus abraços abraçando-lhe forte e acariciado seu corpo por toda sua extensão. Sabiam que aquilo era uma tortura para ambos, que eram masoquistas declarados. Não havia explicação, senão essa.
Abriram a porta do quarto depois de se arrumarem e ele pegar umas dicas de como chegar na casa da amiga. Instantaneamente uma senhora que estava por ali veio correndo na direção da porta deles.
"El reitor de tu cole esta aca tomando un té!"
Sim, ele entendeu bem. O mais absurdo das coincidências passara. Eles fugiam da mãe dela no começo (ou essa era a desculpa do hostal), não ficaram nas ruas e não se enfiaram em qualquer lugar pagou caro pelo local (8 mil pesos chilenos, um detalhe aqui: ao reclamar do preço mesmo pagando ela soube que ele estava duro de plata e não lhe restavam muito para toda a semana.) e andou bastante até encontrar um local não muito comum ou que pudesse ser conhecido. Pois é, justo o diretor da escola dela (lembrando que ela ainda estava de saia e camisa do colégio) estava logo ao lado e algo comunicaria a sua mãe, além de um longo interrogatório antes de partir em paz (com sorte) com um rapaz estrangeiro depois de algumas horas num quarto. Ele viu aquele eterno medo na cara dela. Isso lhe irritava. Sempre irritou, o mesmo problema de sempre. Ela tinha 17 anos e não podia contar a verdade nunca. Que seja.
Saíram correndo pelos fundos onde havia uma porta de ferro que dava para uma praça escura e desconhecida. A velha mostrou o caminho e abriu com dificuldade a porta raramente utilizada.
Saíram rindo e por instantes esqueceram do futuro que lhes esperava.
Levou-a para sua aula de condução (Já com 17 se pode ter carteira, basta saber dirigir e ter noção de leis de trânsito).
Despediu-se dela e ficou parado esperando para vê-la saindo de carro. Sorriu com alegria quando a viu sair perfeitamente sem problemas com o carro. Fumava um lucky clássico e sentia a distância aumentando com o tempo.
...
Caminhou em direção as linhas de trem. Sabia que pelas linhas, bastaria caminhar e caminhar até chegar na estação da cidade, uns 15 kms de distância caminhado a partir da estação de Rancagua segundo as informações que umas pessoas lhe deram pelo caminho. Conheceu uma morena linda no caminho e se não fosse pelo dinheiro teria convidado a comer ou tomar algo apenas para conversar mais com ela. Tinha na cabeça que esquecer com outra pessoa era mais fácil... lembrou do cara de mãos dadas a morena naquela noite. Realmente. Com outra pessoa, é mais fácil.
Continuou a caminhar. Encontrou as linhas do trem e seguiu por elas de longe, pois uma grande não permitia entrada nelas. Sabia que sempre haviam passagens para pedestres ao longo da linha, seria questão de tempo até encontrar uma. Seguia pela noite, com uma mochila caminhando devagar muito tranqüilo, aproveitava a brisa da noite que o embebedava com cheiro de montanhas, com cheiro daquele país maluco.
Certa hora desconfiou de sua localização, já que o Chile era um país de trens, talvez houvessem linhas diferentes. Perguntou a duas senhoras como chegar em Graneros.
(já numa tradução mais direta)
-Com licença senhoras, uma informação por favor...
Elas o olharam meio desconfiadas e mas logo notaram sua boa índole.
-Se eu seguir por esta linha de trem eu chego em Graneros?
-Sim, mas a estação fica para o outro lado.
-Não tem problema, a idéia e ir a pé mesmo, obrigado. E ao se virar foi interrompido de maneira inesperada.
-Tu ta maluco?! tu não vai sair caminhando assim a essa hora!
-Já pesou se acontece alguma coisa?! Tem gente má por aqui!!!
-Não, tu não vai ir caminhando, pega um coletivo dobrando aquela esquina e pronto, não tem porque se arriscar.
-Bom, não tem problema eu costumo andar por ai de noite e...
-Não mesmo! Não vou deixar tu sair assim de noite! Quantos anos tu tem?
-Mas não tem problema, nunca acontece nada!
-Ta, mas quantos anos tu tem?
-19.
-Agora sim que tu não vai! A idade do meu filho, imagina a tua mãe se te acontece algo! Não mesmo!
-Acontece que eu não tenho dinheiro, e não tem importância, não vai acontecer nada.
-Não! Pode acontecer, tu não conhece por aqui, as pessoas matam gente por aqui, assaltam, aqui não é um bairro tranqüilo. Pega, toma esse dinheiro.
Ela havia revisado sua carteira e lhe mostrava uma nota de mil pesos para ser recebida.
-Não! Capaz! Não é necessário, eu vou caminhando senhora, não precisa se preocupar.
Quase lhe dava as costas, não queria aceitar o dinheiro dela. Sabia que precisava, porque talvez até faltasse pra comer aquela semana, então queria poupar o Maximo indo a pé.
A morena sabia disso e lhe deu todo o dinheiro que tinha, pouco mais de mil pesos, os quais ele recusou sem ela saber, a cada dinheiro recebido escondia dentro da mochila dela. No final pensou bem e achou melhor aceitar a ultima proposta, que pegaria emprestado da amiga o dinheiro para pagar a metade do valor no hostal que ficaram aquela tarde, mas agora as senhoras que nada tinham a ver, não deviam estar dando-lhe dinheiro.
-Não, pega! toma isso aqui e não se preocupe que não me fará falta, deve ser suficiente para o coletivo e para que chegue em segurança até teu destino. Forçou que aceitasse o dinheiro segurando a sua mão e o colocando sobre os dedos. Ele pensou por um instante...
Um dia ajudará um maluco qualquer com uma quantia semelhante.
-Ta bom moça. Mas aonde pego o coletivo, e qual deles?
Ela explicou o caminho e se foi. Se foi de coletivo naquela noite, e chegou até a casa da amiga muito tarde, próximo das onze da noite quando entrou pela porta da padaria deles e conheceu seu avô.
Conversou até as duas da madrugada com o pai dela, e finalmente foram dormir.
Leu um pouco antes de deitar a orelha no travesseiro e finalmente dormiu como uma pedra. Sabia que as sete deveria despertar para recolher suas coisas e a barraca e ir embora o quanto antes (ele odiava abusar de pessoas não exatamente próximas), esse era o plano.
Acordou com o rosto lindo de Rebeca despertando-lhe numa manhã fria. Pensou rápido. Fez tudo rápido, tomou banho rapidamente, arrumou tudo que havia usado, ordenou suas coisas e estava pronto para partir quando sua amiga corre até o quarto.
-Más noticias.
-O que? Se não for com relação a dinheiro, não tem problema.
-Não consegui a barraca ainda, está a casa de um amigo ao lado e ele ainda está trabalhando. Assim que chegar em casa ele te trás a barraca.
-Certo, não tem problema.
-Ta, mas como fazemos?
O combinado era ir junto com ela para a escola.
-Bom, vá para a escola, não quero incomodar, não tem porque faltar aula nem nada, eu espero aqui e assim que chegar eu vou embora.
-Certo.
Despediram-se amigavelmente e pronto, ela se foi e ele voltava a seu livro em cima da cama.
Leu e leu até que seu olhos cansaram. Havia dormido pouco e resolveu voltar a dormir. Mesmo de roupa sentia frio, tapou-se e ferrou no sono. Foi despertado pela tia, mãe de sua amiga sorridente na porta, avisando que havia chegado a barraca.
Alguma despedida, se arrumou de novo despediu-se do pai da Rebeca cordialmente e agradeceu por tudo de verdade (a barraca era dele), prometeu trazê-la de volta assim que terminasse de usar. O tio queria que ele ficasse para almoçar, havia simpatizado com ele e gostara das conversas, não teria problema em ficar mas ele sabia que teria que fazer inúmeras desfeitas para não vomitar alguma fruta ou comida estranha para seu corpo, logo, recusou e inventou que seu primo chegaria logo e deveria partir de imediato.
Um par de tchaus e se foi de volta a rancagua.
Não sabia quanto demoraria pelos trilhos, e de dia, suaria pelos cotovelos, achou melhor aproveitar o resto do dinheiro que a gentil senhora lhe dera na noite anterior para usar de uma maneira útil, investiu mais 100 pesos e voltou de coletivo até Rancagua, onde caminhou até uma praça e lá lia seu livro na companhia dos últimos luckys que lhe restavam.
Estava muito bem lendo fascinado com a história toda quando de repente escuta uma freiada brusca de um carro, os pneus rangindo alto no asfalto.
"rrrrrrrrrrr!!!"
Como ele sempre fazia quandou ouvia isso, fez denovo. Disse em voz alta como se o carro fosse bater.
"Craassshhh."
E o carrou repetiu o som de sua boca com ironica.
"rrrrr Craasshhh!!!"
Ele nao acreditou, saiu do livro e olhou em volta. De longe avistou um carro que batera na traseira de outro. Instantaneamente riu imensamente até não aguentar mais. Seu estomago doia, ele tinha convulsões de riso sozinho na braça brangindo uma risada imensa com um livro louco na mão. Cansou de rir, e aos poucos conseguiu se acalmar... voltou ao livro.
O livro distraíra sua atenção e pensamento até que acabou a história. Leu a capa, contra capa, tudo que tinha, até direitos de impressão. Não havia como escapar...
Baforava e pensava na tarde anterior com a morena. Queria poder ignorar o que sabia... mas não era possível, ele sabia do futuro.
Ele terminou seus cigarros e comprou mais luckys.
Martelava sua cabeça com longos pensamentos encadeados enquanto esperava seu primo que chegaria umas cinco da tarde. Pesou, fumou um... dois... oito.
Estava fumando quando um par de garotas passaram por ele flertando com os olhos e sorrindo. Ele sorriu de volta e uma delas riu enquanto a outra parou e atirou-lhe um beijo de longe e seguiu o caminho com sua amiga. Pensou logo depois: Lindas garotas.
Tragou uma ultima vez antes de ver seu primo chegar ali perto e logo se levantava, eles iam em direção a cordilheira.
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