A natureza nostálgica impregnada em minha pele insiste, persiste, luta para ficar. Normalmente ela vence. A falta que uns poucos quilos de carne me trazem. Todos os dias essa guerra interna. Tentando de uma forma ou outra ser menos velho, buscar a idade atual, mas é complicado, pensando sempre que o pensamento não para, voa para um lado tropical e me arrasta junto.
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Sinto um sol mais seco por estes lados, essas manhãs começam quase sempre sem horário, muito preguiçosas e com falta de vergonha na cara. Mais se parece um ninho, um pic-nic. Umas coisas pelo chão, umas comidas por terminar, e atualmente tem até aparelhos eletrônicos abertos esperando por atenção.
A cama normalmente é o nosso habitat, tem esse vento soprando na cara, particularmente hoje está mais forte, é seco e fresco e consigo ouvir as árvore balançando. Ignorando que estamos numa cidade assim, e que nossas vidas não param, parar e sentir tudo isso é sinal de velhice. Estarei pedindo pra morrer?
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De repente me sinto como um adolescendo de novo, travado numa rede de pensamentos forçosamente velhos buscando pensar ao invés de agir. Desculpas para que não precise provar as capacidades, talvez seja falta de colhão, medo de errar inconsciente. Ainda não sei.
Recém me descobri um materialista camuflado. Não quero comprar tudo, ter tudo, mas o pouco que tenho é tão meu que não consigo me desfazer com facilidade, seja a forma que for. Nesse caso, uma perda, um acidente, por assim dizer. Todos sabem, cuido mais das coisas que de mim e que certamente faria diferente para que isso não acontecesse.
Talvez seja o fato de ficar meio sozinho por qualquer lado que me leve a tanto, a tanto pensar e ficar cada vez mais quieto.
Minha velocidade não está como um dia já foi, me sinto lerdo para vários temas, e a comunicação piora a situação. Tento me forçar aos limites possíveis, mas não encontrei resultados satisfatórios. Acabo deixando de procurar a necessidade da velocidade, e como desculpa digo que é mais fácil, conveniente e melhor, fazer de outra forma. Acontece igual quando depositam confiança, sinto peso de responsabilidade de não decepcionar, e como uma criança criada a base de resultados, busco formas de não precisar provar minhas capacidades para seguir apenas com o histórico, que um dia foi bom.
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Tento acreditar que o acaso é amigo do meu coração, sempre que fala comigo. Sinceramente, tem sido difícil ouvir. Talvez seja o barulho dos carros na rua, quem sabe o idioma me confunda, ou minha audição está piorando. Quem sabe faltam alguns apoios para certas coisas, pois ainda não me vejo continuando uma vida por conta própria, é mais uma vida de apoio. Acredito.
Um comentário:
E dezembros???
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