As coisas até que iam bem, quer dizer. Tinha sua casa, sua família, seu trabalho. De uma forma ou outra, se conseguia construir suas coisas e mesmo que não tivesse exatamente tudo o que desejava, as coisas vinham e a vida continuava. Num daqueles dias, a coisa mudou e a oportunidade para um mundo novo bateu.
Acordou pensando que era necessário sair, fugir da rotina, mudar completamente, de endereço, de casa, de cultura, de língua. Não foi exatamente planejado, era uma vontade que surgiu, seja lá por criação, por pressão externa ou insatisfação, de repente até poderia ser uma esperança de que fora, ou melhor, longe dali, as coisas seriam melhores, como uma terra prometida, como o lugar sagrado que poucos podem chegar. Claro, teria de buscar sua terra também.
O dia seguinte, louco por devaneios, e pensando no que deveria renunciar para buscar o novo, pensando nas dores que conhecia, na parte boa, de tudo o que a terra das oportunidades poderia deixa-lo realizar. O medo, adaptação, o custo de procurar novos amigos. Estaria apto a fazer isso? Era uma questão de juntar seus trapos em ir em direção ao sol enquanto ele se colocava no horizonte até tocar o mar.
--
Que a verdade seja dita. O sol é o mesmo, talvez a umidade não seja e o calor seja completamente diferente, entretanto, isso não muda a oportunidade. Não demorou a dar-se conta do que estava vendo era na realidade a terra prometida que cada um poderia criar, onde bem entendesse. De pouco a pouco foi ficando mais claro que a busca por esse local não precisa ser longe do ninho, ficou cada vez mais claro que os que se mexem chegam lá, e basta ficar sentado reclamando sobre qualquer coisa para provar que não é possível.
Parece besteira pensar que isso todo mundo sabe, mas talvez seja um pouco diferente sentir isso, vivenciar a mudança. O que é necessário é coragem de botar a cara a tapa, não interessa aonde, no final é só isso. Os altos e baixos de cada lugar do mundo existem, em alguns uma coisa pode ser mais fácil que outra, mas de qualquer forma, está tudo aí, basta fazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário