sábado, setembro 1

muitos copos

Minha boca parece que está menor. Fui morder um pão com toda a fome possível, depois de uma noitada de trabalho lavando copos e descobri limites nos lábios, esticando-se ao máximo para abocanhar um belo pedaço de pão, maionese, presunto e queijo.
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O bar estava em chamas e por ironia, havia ocorrido um problema no programa de finanças do bar. Pensei primeiro em arruma-lo, imagina que um estouro de integer no banco de dados de não sei quantos anos provavelmente seria a resposta.
Mal botei o pé dentro do bar e cumprimentei os caras. Correria, tumulto de gente pedindo tragos, gente servindo tragos e etc. Ficou claro que os copos estavam acabando, olhei em baixo do armário e haviam cinco. Isso dos copos pequenos, dos grandes haviam dois. Logo saíram os dois em sincronia enquanto eu terminava de lavar mais um ou outro.
Olhando agora, minhas mãos estão mais secas, muita água fria e detergente. Trabalho feminino hein. Mas por mais que minhas costas estejam latejando, eu ainda prefiro sentar-me um pouco tranquilo antes de finalmente descansar. É como segurar o xixi um pouco mais antes de ir ao banheiro apenas para ter uma sensação de alívio maior.
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Botei duas fatias de queijo e duas de presento no pão. Está ótimo. Adoro esses pães simples e rápido. Eu o torraria se soubesse se existe uma torradeira na casa. É daqueles tipo halulla, ou algo assim. O pão é um disco massudo quase sólido, é bom.
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Já deu pra sentir o início das coisas. Nada como por a mão na massa/copos para ter noção do que é o trabalho. De cara já sei, é bastante trabalho para o corpo. Visto que a cabeça quase não está ali enquanto trabalho, tamanho a facilidade que tenho para entrar em meus devaneios enquanto faço o que preciso.
É corrido, precisa ser. Existem momento piores que outros e outros ainda piores. Tomara que começando desde cedo, não deixe isso ficar tão grave.
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De longe já se nota que existe uma máfia da piscola dentro do bar. Os atuais trabalhadores são naturalmente diferentes, e claro, para eles, independente do correr eu sempre serei visto como um dedo duro ou algo assim. Bom, pouco me importa com aqueles fakastrçoies. Me empurram mais cerveja e mais cigarro. É um saco ficar recusando o tempo todo, mas continuo nessa. O pessoal acha que eu sou viado por causa disso, o que é bem ao contrario neh, fico super galanteador com um cigarro na mão e um pé na parede, estilo James Dean. Dean Moriarty. Só que lavo copos. Muitos copos, aliás, devo ter lavados todos os copos do bar umas oito vezes hoje.

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