Era novo naquela cidade com mar. O mar era novo para ele. Gélido, azul lindo, coisa nova para suas vistas acostumadas com asfalto e cigarro. Falar em cigarro, olhou para o teto e soltou outra baforada.
A fumaça talvez dissesse o que fazer, o que fazer da vida, mas não. Vinha o vento, feio, limpo, tirava suas previsões do ar, limpava seu teto até que voltasse a se desfazer da tragada naquela direção.
O cigarro não fazia parte de sua vida, começou a fazer depois de um acidente de carro na várzea grande onde seu irmão mais novo morrera.
Coisas da vida, ele era novo, o guri, mais ainda.
Fez carreira na polícia. Não por vocação, se não que por falta de opção. Pensou consigo. Queria poder fumar a vontade... claro, polícia. Começou no trânsito, e de multa em multa, descobriu que gostava de mandar, de ser a ordem, ser a lei. Nunca fora organizado, mas com a lei... ah, a idéia de lei lhe mudara o caráter. De um nada fumante para um qualquer fumante.
Sim, ele era viciado...
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