Então que um bobo fica ali parado observando aquele magnífico ser.
Fica olhando, meio sério e com um pouco de tempo, pouco mesmo, acaba por sorrir.
Não é uma risada, não confunda funda com bunda, é um sorriso real, instantâneo tipo nascau
Aos poucos aparece, e quando se da por conta já chega nos calcanhares.
Parece risada, pode dar impressão de um deboche, mas é um babão que não ta entendendo o que ta acontecendo, só tá ali, olhando, abestado.
Ela deveria compreender que nesses olhos as coisas são vistas de outra forma, o mundo não é o mesmo.
Se vê ternura num xingamento malandro, é aquela coisa de além de tudo, todo o corpo, ela ainda pensa.
Babando na mesa, pingando no chão. Um cachorro olhando uma carne? Sim, mas alimenta também o espírito da gente, não se trata de banha, se trata de mais que isso, uma fome de vida.
Alguém lhe aponta o rosto e ri. Fica claro seu estado de besta, daquele tipo maravilhado que não sabe de mais nada além do que se está focando.
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Alguém certa vez me falou, ou talvez eu tenha lido em algum lugar, não sei.
Mas elogios com base na sorte, quer dizer, genética, quer dizer, atributos que não dependem de esforço próprio, não deveriam nunca ser elogiados, por motivos óbvios, quer dizer. Deveríamos dizer que essas pessoas simplesmente tiveram muita sorte, mas não agrada-las por isso.
Nunca pensei muito nisso, porque mesmo o esforço é resultado de uma criação, e esta criação também poderia ser considerada sorte, no final das contas, não é possível medir elogios. Ela é linda de todas as formas, ou melhor, toda toda.
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