segunda-feira, julho 26

PH

Cheguei no super mercado meio desanimado, com sono. Eram nove horas passadas e o mercado fecha as dez naquela segunda feira de inverno. Logo na entrada já vi que estava tudo organizado, tudo pronto para amanhã, bem dizer, tudo no mercado dizia: 'volte amanhã, queremos ir dormir!'. Eu entendi, mas como iria explicar para mãe? Mãe é mãe, poxa...
Eu tinha uma listinha. Sim, daqueles bem de guri, ou de gente sem boa memória (ambos o meu caso), comprei praticamente tudo, dei umas cinco voltas no mercado, já que não havia organizado a lista por seção... então bueno, faltava só mais um item. Papel higiênico.

Entrei com o carrinho na seção dos guardanapos, papel higienicos e toalhas de papel. Muito papel... muito de tudo. Fui para o lado dos rolos de papel higiênicos e fiquei olhando os preços, a quantidade... variavam com rolos, metros/rolo opção de vitamina C, cheirinho de lavanda, entre outras do tipo 'leve 8 e page 7'. Fiquei abismado com a quantidade absurda de opções. Não é um padrão comum, existem os supersoft, existem os neutros, tem neutro folha dupla, tem folha dupla com cheiro de alguma coisa azul que não era lavanda, enfim... opções de mais. Eu ali parado, e de canto de olho observo que havia um funcionário bem do outro lado do corredor olhando para mim. Que coisa, eu deve estar pensando se gasta um pouco mais para não arranhar os fundilhos, ou quem sabe estou parecendo um riquinho pensando se leva agora o cheiro de lavanda ou o vitamina C.

Diabos, que tanta opção! Fosse algo mais simples iria ajudar todo mundo, mas não, é uma indústria, um negócio não feito para alisar nossos rabos, mas para vender, ahh eu odeio o sistema! digo, o sistema não funciona! Fico logo lembrando daqueles rolos de papel higiênico de rodoviária, daqueles marrons que eventualmente vem com um pouco de areia, daquele tipo que tu precisa juntar uns trinta metros de rolo pra não botar o dedo na merda enquanto se limpa de tão finos que são.

Eu não sabia o que levar, não havia nenhum tipo de especificação no bilhete e não valia a pena ligar para saber... achei melhor... seguir meus instintos. Isso. Olhei para um que a embalagem me seduziu e levei sem pestanejar. Depois antes de sair dali, parei, olhei os preços.. ótimo, não era o mais barato e estava longe de ser o mais caro, ah, a folha era branca, ao menos não deve ter areia....

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Lembrei da velha pergunta do George Costanza, como era o papel higiênico a um céculo atrás? E antes? E durante as guerras?

Ah, um dia eu tiro um tempo e descubro... quem sabe até lá já não estamos usando conchas para isso...