sábado, julho 26

pingüins

Criole...
A mulher estava ali sacudindo, sacudindo com tudo que podia
era um folego monstro que sacudia o predio junto com a toalha que sacudia
eu só escrevia, feliz pela segurança de um cinto,
burro por um corte feito por uma caipira (ou oito)
o cara se aproxima do microfone e diz que é hora de ir
boa noite ele diz que hora de ir pra casa e faz isso rapido com mais um detalhe
nós somos os bruxos! meu amigo, seu louco.
dois de nós estavam olhando pra cima
businavam como malucos, enquanto alguém apenas ria
enquanto alguém dos dois apenas corria para lá e para cá em suas maldições
tudo ficará bem. Não podia ser pior.
batman foi loucamente caliente enquanto projetos de gente
dos três aos mais de trinta, claramente mandavam indiretas diretas
o melhor do filme caiu de fora, enquanto a apreenção movia aqueles dois de nós
uma armônica não tão armonioza suspirava notas que ele não sabia pelo ar
tons de lás e rés vinham da viola enquanto a gaita, nua, crua e burra
soava como elefantes no meio dos pingüins,
e dos pingüins provavelmente não sairia,
gostava dali era ali que ele era o maior.

quarta-feira, julho 23

Nem um copo d'água

De novo a janela estava aberta em uma noite de inverno. Agora era outro ano, e a cabeça estava girando para outros lados, para outros rumos. Finalmente descobrira que seu pé era igual ao do pai. Doente de nascença. Problemas dermatológicos começaram a aparecer e agora ele coçava os pés sem parar enquanto olhava a janela de ponta cabeça.
O vento estava uivando quando ele pensou sobre os detalhes do "pinóquio às avessas" de Rubem Alves. A questão era sobre o tipo de educação, sobre a progressão escolar de um indivíduo chamado Felipe, que desde de pequeno, gosta de pássaros e quando pequeno sonhava ser especialista em pássaros. Não, nada de veterinário, não de cuidar, mas de SABER de pássaros.
Felipe desde pequeno não entende direito o que é a escola, e como toda criança sadia, tem coceira na cabeça, coçando curiosidade ele pergunta tudo o que pode para seus pais, que como todo bom pai, nos tempos de hoje, responde como pode, inventa algumas coisinhas engraçadinhas para crianças e também contam que as coisas são assim porque assim são. Aquela resposta de sim, porque sim.
A promessa de sua vida começa na escola, quando ele deve começar a frequentê-la e estudar como todos. Segundo seus pais, suas professoras e professores saberão responder as perguntas que eles não conseguem. Ao se deparar com perguntas simples sobre filosofia, tais como: "Por que eu sou eu e a borboleta é a borboleta?", os professores se vêem no mesmo problema que os pais dele, de modo que ou fojem do assunto (afinal é apenas uma criança bobinha fazendo perguntas de crianças) ou dão uma resposta inventada na hora normalmente absurda.
Aqui vou cortar o resto do livro e meter meus próprios comentários a respeito das coisas que ocorrem hoje em dia...
Se pararmos para pensar adequadamente, a escola é como uma prisão, mas muito pior que uma prisão comum, ela aprisiona idéias, aprisiona desejos. Pense bem. Temos de aprender, logo depois de ler e escrever, do básico de matemática, a respeito de história, geografia, ciências, matemática um pouco mais aprofundada, regras de linguagem, etc... Tudo conforme alguém um dia ordenou, ou julgou, que eram necessárias para o crescimento de toda pessoa dentro deste país. Muito bom, temos um mínimo a aprender definido, onde tudo que consta no programa de estudos deverá ser o conhecimento básico de toda a população.
Agora pense de verdade. Você lembra das regras de português? dos nomes de todo mundo de história? dos detalhes do solo de cada região? de como é o formato de Butão?
Lembra como se trata uma fração com raiz no dividendo? E quando houver mais de uma? Diferentes radicandos, o que tu fazes?
Certamente não lembramos de tudo, lembramos do que gostávamos e também do que mais usamos nos dias atuais. Agora, se simplesmente não utilizamos aquele conhecimento de anos de estudo, para que aprendê-lo? Curiosidade? Mas não foi essa a razão que nos levou a aprender aquilo tudo, foi a obrigação.
Dentro da escola, nós devemos aprender aquilo que nos ensinam, e normalmente não se deve desperdiçar tempo em outros temas. Certo que um professor sempre gosta de um assunto diferente para comentar, uma notícia que comoveu o pessoal ou algo do gênero, mas quando que se utiliza um semestre inteiro para aprender sobre um tema que é de curiosidade de um aluno?
A sociedade exige isso. Como passar em provas classificatórias de ensino médio sem saber essas coisas? Como avaliar as pessoas se não temos um planejamento completamente estruturado, com ponto de início e fim precisamente decididos, com carga horária de cada tema abordado e notas distribuidas uniformemente para cada professor avaliar seus alunos? Como avaliar? Como dizer que determinado guri sabe (ou não) o mínimo de tudo e está apto a realizar determinado tipo de tarefa?
Eis o problema: A avaliação. Tudo fica fácil sem ela, afinal, sem ela, tudo é como é, cada um sabe o que sabe e acabou, mas as notas, elas definem o quão bom alguém é. Não interessa nada além delas. Quem sabe é porque essa nota representa tanto que é por isso que sabemos das coisas enquanto estudamos. Quando saímos da escola, tudo o que passou, passou. Não efetivamente sabemos tudo que estudamos, nem mesmo aquilo que representa a nota. Sabemos o que nos interessa, ou o que por ventura nos marcou.
Certo, certo... agora... porque diabos é necessário apontar os aptos a determinadas tarefas? Porque dentro da cidade, dentro da sociedade que existe por volta de nós. Nascemos no meio dela, não temos como mudá-la, acabamos acatando as exigências dela para fins de sobrevivência. Uma das necessidades da sociedade atual, é antes de mais nada, dinheiro. Precisamos trabalhar (isso exige no mínimo conhecimento). Além disso. As pessoas que ganham mais dinheiro (nossos chefes) precisam de pessoas que saibam fazer as coisas (mais conhecimento) que outras pessoas (chefes deles, ou clientes deles) vão comprar. Assim circula o dinheiro... Assim o mundo tem girado e feito alguns milionários... outros apenas sobrevivem. Mas é, assim que tem que ser, né? A sociedade evolui e as coisas precisam ser dessa maneira. Não quero nem pensar em como mudar isso, só vou torcer pra me tornar um dos milionários.
Antes de prosseguir, preciso salientar que essas coisas só se tornaram necessárias em massa, ou seja, conhecimento em massa, ou padrão mínimo de não burrice, porque as coisas começaram a ser necessárias em massa, vindo da insdustrialização dos protudos, depois a massividade de comunicação, os tempos começaram a andar mais rápido...
Bom, tirando essa parte fora, agora já sabemos porque precisamos dar nota.
Pois bem. Voltemos. Antes de precisar disso, antes das escolas, antes, bem antes... eu quero o período que mais me agrada em relação a educação. O período feudal. Nada de dragões, nada de reis, nada de espadas. Apenas folhas mais grossas normalmente fora de padrão de cortes e algo como tinta e um graveto ou pena para desenhar sobre elas. O período feudal (ou talvez, antes do período feudal, pode ser que eu esteja falando bobagem, mas é apenas porque não lembro de tudo que aprendi na escola a respeito desse período histórico) não possuia escolas. Os mais bem afortunados eram os que tinham a habilidade de ler e escrever, de somar, dividir. Era um período que as pessoas não tinham obrigação de saber para poder viver, elas apenas precisavam carregar coisas e saber se alimentar todos os dias. Saber no sentido de dar um jeito de arrumar comida. Suas preocupações provavelmente não iam muito além do mínimo para sobreviver, literalmente, o mínimo.
Alguém poderia começar a fazer botas, bastaria conhecer algum fazedor de botas, ou tentar inventar seus próprios métodos de fazer uma bota. Outros alfaiates, outros pintores, outros pastores, outros poetas, outros outros outros... Tudo que era necessário para a existência das pessoas estava numa pequena comunidade, onde normalmente as tarefas eram passadas de geração em geração. O que provavelmente não impede de se aprender coisas diferentes, buscar sábios de montanhas, buscar mestres consagrados pelos sete mares, em fim, as pessoas que sabiam fazer bem o que faziam eram conhecidas, eram requisitadas por suas habilidades, e normalmente, delas, se sustentavam. Como cada um poderia começar a trabalhar? Certamente podemos pensar em lindas histórias para isso.
Um jovem garoto abandonado que encontra um velho que sabe fazer cerveja vai aos poucos descobrindo com a ajuda dele, os mínimos detalhes de uma boa cerveja. Um bom carpinteiro sabe como começar a serrar a madeira, com o tempo tem a noção de tamanho das coisas, a noção de força suportada por cada tipo de madeira, em fim, cada um vai aos poucos aprendendo na pratica, na vida dura onde a condição física é mais importante, pois sem corpo para trabalhar, o mundo não girava.
Este tempo que tentei citar acima, é o tempo perfeito para crianças. É o tempo das crianças, eu diria. Morriam de fome, morriam por partos mal feitos, por doenças de todos os tipos, por animais selvagens ou mesmo ordens de algum superior local. Mas todas as suas curiosidades poderiam ser respondidas bastando a criança se aventurar em busca de suas respostas. É insano, é sim, mas olhe pela janela, e pense um pouco além... também não é insano? Vamos todos morrer, melhor morrer descobrindo o que se quer descobrir que decorando o que nos dizem para decorar.
Não, não se trata de que hoje não se possa aventurar em busca das nossas respostas, mas o fato é que hoje, não temos de aprender coisas, obrigatoriamente, temos de aprender dentro de um limite de tempo, não importa se para alguns seja desperdício de tempo, ou se para outros seja quase impossível, o fato é que não temos a liberdade vinda de casa a respeito do conhecimento, não temos mais o livre arbítrio do pensamento no começo da composição cerebral, nós temos que ir a escola e passar na escola. Nós temos que aprender isso isso e aquilo, ponto final. O resto é curiosidade, é algo que não valhe nada, nem um copo d'água.

terça-feira, julho 15

bolinha

Sobre o que escrever se não sobre as escritas?
As vezes é necessário um empurrão do destino diário para que algo seja cuspido pra fora e acabar nessas letrinhas miúdas. No começo apenas se escreve, não se planeja nada, vai dedilhando o teclado fazendo uma música sem tons, só de letras. Com o tempo o ritmo. O gosto. Com o tempo, as criticas, e a partir das criticas, as criticas e as criticas é o que mais começa a interessar.
Comecei a ler um livro a respeito de uma ladra ontem. O livro começa de maneira genial, mas me pergunto o quão expressivo é o livro. Dotado de palavras um pouco mais pomposas, poemado, com brincadeirinhas semelhante as que leio e as que gosto de fazer.
Noto, é claro, que são escritores, vendendores de arte, que querem a fama por fazer algo com maestria, com o dom de contar histórias de maneira apropriada. As coisas são assim afinal, as histórias boas, não necessariamente sejam apenas as que são por si só fatos dentro de um cronograma que montam uma boa história, mas a maneira de contar pode fazer de uma simples história, uma boa história. Mais ou menos como o que tento fazer aqui dentro de uma tese junta de uma experiência própria.
A critica de arte não existe. Sendo arte, a idéia de expressar suas idéias, emoções, loucuras, aflições, ou etc e tal, não tem como ela ser criticada. Pois ela apenas é e acabou. É como fazer perguntas de "na sua opinião" dentro de uma prova. Na minha opinião, uma pergunta de "na sua opinião" não vale nada, pois a opinião não tem como ser criticada, mensurada, comparada, adequadamente. Sendo a arte, a pura expressão, a idéia da necessidade que alguém pode ter por fazer obras, por fazer quadros, esculturas, musicas, versos, textos, danças ou seja lá a espécie de loucura utilizada, a coisa em si não foi feita para ser vista, ser elogiada ou render dinheiro. Foi feita pela necessidade do criador de cria-la. Toda obra feita assim, não existe, não tem preço, e jamais poderá ser repetida.
Talvez seja como um bocejo. A necessidade absurda, incontrolável, sem consciência, sem razão lógica, nos faz bocejar, e pode vir a fazer outros, mais próximos também bocejarem. Como lobos enclausurados pedindo por ver a lua e finalmente uivar como sempre quiseram.
Difere um pouco da idéia de bocejarmos para fazer graça, para fazermos os outros bocejarem também.
Talvez a única coisa que seja considerada arte e precise de crítica, seja a arte da cozinha. Não das brincadeiras de criança, mas toda a gula, todo o mundo de poções mágicas, de ingredientes secretos e toques de amor e carinho que se da a uma boa comida. Essa arte, necessariamente é gerada para se gerar boas criticas. Pessoas morrendo de tesão pela comida, comendo quietas apreciando cada pedaço de seja lá o que se tenha feito. Doces, salgados, amargos, azedinhos, texturas ásperas, lisas, misturas nojentas, belas, malucas, e por que não, geniais, tudo que se deseja é agradar a todos com sua arte. A única arte que deve ser feita com segundas intenções.
Os sons, as músicas que foram feitas para serem músicas derivam de uma vontade própria dos músicos de comporem, provavelmente de se expressarem. E mesmo que precisem de ajustes na maioria das vezes, são músicas de verdade quando são inicialmente escritas por necessidade.

Um papel amassado pode ser arte hoje em dia. Basta olhar para ele com seu criador do lado, e o mesmo pode explicar que ele tentou expressar a opressão da sociedade perante uma cabeça sem riscos de uma criança. Pode dizer que mostra o mundo e portanto, suas possibilidades entranhadas nas rugas formadas pela deformação do papel amassado. Tudo não passa de lixo. As idéias não são arte, são só idéias.
Essa foto, foi retirada do primeiro resultado que veio da pesquisa de imagens do google. Veio precisamente, deste blog. Gostei do primeiro post, mas não é arte. Não se chama arte pois arte de verdade não procura por público, não fala com os outros com a real intenção de falar com eles, fala dizendo vocês, outros, como algo que nunca lerá, algo que nunca será visto por outras pessoas. As coisas que são feitas e ficam quietas, morrem quietas. São as que realmente tiveram a necessidade de serem criadas apenas para existir por aquele instante e deu. O resto todo é loucura.
Pense no futuro do mundo, chamo mundo, tudo que hoje existe. Abra a janela, e pense o quão significante é para tudo fazer a diferença com a loucura de perder meu tempo me divertindo ao escrever, e vocês, lendo isto, não exatamente se divertindo, talvez apenas passando o tempo, olhando porque não tinha mais nada pra fazer, ou apenas pelo costume de entrar em determinados locais. Que dirá os que estão apenas clicando em resultados do google e encontrando este início/fim de mundo. Nada é realmente necessário, mas a diversão de fazer "arte", é que realmente é uma arte.
Eu ia terminar com a frase de cima, o que me daria um ótimo chavão chave de ouro. Mas... mas, me arrependo de não ter deixado como estava. E agora que já cometi o erro de seguir escrevendo, dou por encerrado meus erros aqui.

terça-feira, julho 8

sim sim sim sim

Triiii
Alô?
Alô! Ahhh alô! O Doutor Zurita está?
Aqui não.
Mas como não?! Por favor! Não diga mentiras, é urgente!
Espere um momento... Escuta...
Hã?
Tem outro cara procurando o Doutor Zurita.
Ah é?... Pois mande-o para o inferno! Porque eu to na frente a muito tempo tá bom? Alô.
Alô!
Pronto.
Olha, desculpe mas tem uma pessoa querendo falar com o Doutor Zurita antes do senhor.
Ah meu deus... Já tem outro, agora são três!...Escuta eu não quero nem saber se já tem outra pessoa aí! Você pode dizer que eu quero falar com o Doutor Zurita, e se ele não atender eu quebro a sua cara tá bom?
O quê?! Um momentinho... Olha. O cara tá me ameaçando.
Mande-o para o inferno, Ora.
Ah sim... Alô?
Pronto.
Porque não vai pro inferno hein?
Ahhh éééé assim? Um momentinho. Chapolin, ele também tá me insultando.
Ah é? Então insulte-o também.
Ah tá. Alô?
Sim?
Permita-me dizer que você tem cara de idiota.
Mrhh hhnnhm espere um minutinho.
Espere o quanto quizer!
Você sabe um insulto mais forte que idiota?
Sim sim sim sim, diga que ele é um tranquera!
Escute, fique sabendo que você é um tranquera!
Ah!
Acho que o surpreendeu, porque ele ficou calado... E além de ser um tranquera, você é um topera e um cabeça de bagre, tá bom?
Topera...
Cê também.

segunda-feira, julho 7

Sem imaginação

Hoje o dia começou mal. Dores no pé, o corpo pedindo mais um tempinho de sono e a parte cotidiana da vida mandando andar logo, se arrumar porque terminar o estégio é o que vem primeiro.
Dei ouvidos a desgraçada que me fez me arrumar prontamente. Logo estava saindo e pagando a passagem para a cobradora. Pensamentos chatos e sem continuação dominaram a viagem, e o onibus, sem poltronas reclináveis me irritou desde o ponto de embarque até o desembarque. Não pude dormir, fiquei fechando os olhos, abrindo-os em momento inapropriado e me irritando quando batia sol direto no olho. Eu queria descer e dormir ali do lado da estrada.
O dia de trabalho foi bom, a comida estava boa, simples, bem temperada e até um pouco apimentada. Pesei que depois daquele arroz e carne o dia melhoraria, pois até então não havia conseguido progresso na parte do trabalho. Pois bem, eis que consegui mesmo. A tarde foi simples e sem graça, quase dormir, tive um ou dois momentos que perdi o controle das pálpebras e do pescoço caindo completamente pra frente e logo voltando, como um soco inesperado e a reação automática.
Me deparo com uma mensagem de extrema ofensa ao chegar em casa. E como se já não soubesse, de tudo, tive de ouvir os bla bla blas denovo. Quase explodindo, quase batendo nas paredes, espumando de nojo e raiva por escutar milhões de vezes o que já sei, exatamente como previ. O nojo subiu a cabeça mas consegui me controlar. Não contei nem nada, fiquei estático pensando até que consegui consumir toda a raiva para algum lugar do corpo que um dia acabará explodindo de verdade.
A maravilhosa notícia de que minha irmã voltou a namorar me deixou mais brabo. Não é machismo, não é niilismo de querer as coisas no seu devido tempo, é simplesmente não dar chance a ela, porque já conheço suas atitudes, sua cabeça e tenho completa noção de onde isso vai parar, ou vai bater. Deixo um tempo para pensar e o vento está fresco, sem muita humidade, não muito frio, nem quente. Está bom.
Queria pegar uma bicicleta e ir até um cantinho isolado nessas horas. Sair do mundo, dar um tempo para consumir minhas idéias e emoções. É engraçado saber que tipo de pessoa se é e não conseguir mudar. Faz parte da natureza própria, que mesmo quando é omitida, nunca é negada.

sábado, julho 5

pássaros

Sabe... Devem ter razão.
As coisas normalmente não passam de coisas. Comprei roupas hoje, boas roupas, gostei de me ver nelas, e fiz questão de utilizar de olhares para incomodar uma garçonete morena bem bonitinha. Não era lá essas coisas de novela, mas era bonita. Levemente torneada, com cabelo preso, pele clara e cabelo castanho. Bonita.
Pensei em inúmeras coisas que ela fazia da vida enquanto conversava com o velho. O velho contou um pouco das suas, o que foi bom, mas igual eu conseguiu pensar e dar atenção a ele normalmente. O tempo passou, o dinheiro se transformava em urina depois de longos chopps naquela cidade satélite.
Formulei teorias, nada mais que isso. Mesmo que muitas tenham a coincidência de estarem certas (eventualmente), não significa que as próximas estarão, não significa nem mesmo que as anteriores estavam, apenas significa que dentro daqueles parâmetros de experiência, de escalas, a teoria funcionava.
Um dos dez ratos de laboratório talvez não reaja da mesma maneira que os outros 999 mil, logo, mesmo tendo uma maioria, a teoria da coisa não passa de uma generalização imaginária em que muitas, ou a maioria das vezes, funciona. O que demonstra que ela não funciona por não funcionar sempre.
Talvez as pessoas não tenham o direito de pensar. De tentar mudar as coisas, de achar que raciocinam. As coisas são só coisas, e o máximo que podem fazer é te machucar ou te divertir. Normalmente você quem escolhe o que elas farão. Contudo, as coisas que ocorrem vistos de uma maneira diferente, podem se tornar uma teoria, não necessariamente 99% correta, talvez nem 1% correta, mas uma nova teoria, uma nova maneira insana que alguém tirou do nada para explicar o nada.
Nada passou como era esperado, nem como era desejado por mim. As coisas apenas passaram, como os pássaros que passam voando em seus passos largos rasantes no meio do parque.