sábado, julho 5

pássaros

Sabe... Devem ter razão.
As coisas normalmente não passam de coisas. Comprei roupas hoje, boas roupas, gostei de me ver nelas, e fiz questão de utilizar de olhares para incomodar uma garçonete morena bem bonitinha. Não era lá essas coisas de novela, mas era bonita. Levemente torneada, com cabelo preso, pele clara e cabelo castanho. Bonita.
Pensei em inúmeras coisas que ela fazia da vida enquanto conversava com o velho. O velho contou um pouco das suas, o que foi bom, mas igual eu conseguiu pensar e dar atenção a ele normalmente. O tempo passou, o dinheiro se transformava em urina depois de longos chopps naquela cidade satélite.
Formulei teorias, nada mais que isso. Mesmo que muitas tenham a coincidência de estarem certas (eventualmente), não significa que as próximas estarão, não significa nem mesmo que as anteriores estavam, apenas significa que dentro daqueles parâmetros de experiência, de escalas, a teoria funcionava.
Um dos dez ratos de laboratório talvez não reaja da mesma maneira que os outros 999 mil, logo, mesmo tendo uma maioria, a teoria da coisa não passa de uma generalização imaginária em que muitas, ou a maioria das vezes, funciona. O que demonstra que ela não funciona por não funcionar sempre.
Talvez as pessoas não tenham o direito de pensar. De tentar mudar as coisas, de achar que raciocinam. As coisas são só coisas, e o máximo que podem fazer é te machucar ou te divertir. Normalmente você quem escolhe o que elas farão. Contudo, as coisas que ocorrem vistos de uma maneira diferente, podem se tornar uma teoria, não necessariamente 99% correta, talvez nem 1% correta, mas uma nova teoria, uma nova maneira insana que alguém tirou do nada para explicar o nada.
Nada passou como era esperado, nem como era desejado por mim. As coisas apenas passaram, como os pássaros que passam voando em seus passos largos rasantes no meio do parque.

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