domingo, setembro 7

Grupo

- Macaco!
- Vai tomar no cú, vadia loca por uma rola dobrada!

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Acho que era mais fácil terminar tudo assim.
Essa merda de politicamente correto é como se aplicássemos o cinismo na sociedade de forma legal. É da natureza perceber as coisas de maneiras diferentes conforme a aparência, conforme o que nossos sensores nos proporcionam. Na fruteira tu seleciona a melhor maçã usando os sinais que ela te passa, textura, cor, cheiro.
Nós percebemos o mundo através disso dessas características. Um cara bonito, alto, bem vestido chega para uma garota em uma festa, até que ela sente o cheiro de asa do cara e cai fora.
É mentira dizer que o visual não importa, ou o cheiro, ou o som. É simplesmente ir contra a natureza e negar a realidade.
O circo que foi armado nessa última situação é digno de Oscar.
Chamar alguém de preto, sendo ele de fato, preto, não passa da realidade.
O fato de alguém se ofender com isso, mostra, pra mim, uma clara falta de auto confiança.
Nós somos o que somos, não é? Um cara preto deveria se orgulhar tanto quando um cara branco por ser como é. Deixar-se ofender por uma coisa assim é diminuir-se. É deixar que o outro torne sua existência uma ofensa.
Se alguém baixo se ofende por ser chamado de nanico. Você é nanico, você é um anão. Paciência.
Agora o que precisa é de força e auto confiança para lidar com pessoas ignorantes que tentam usar os seus atributos como ofensa. Quando você deixa isso acontecer, você perdeu. Seu nanico preto aidético judeu retardado otário.
Fazer isso é feio, mas simplesmente não fazer também não é realidade. Suas características pesam, sejam elas qual forem, isso pode te levar a ser uma pessoa ou outra, quem decide é você, sua força e sua sorte.
No final das contas, acho que o que queriam mesmo era falar merda sobre racismo, com sorte o Grêmio desvaloriza por não participar do Brasileirão e fica mais fácil de ser comprado.

quinta-feira, agosto 28

Bilhete

Acorda fumando, sente ainda o som daquela guitarra reverberando no fundo.
Uma gaita surge de leve, acrescenta o tempero.
Viaja no som, no cigarro forte ardendo a garganta.
Se da conta daquele tempo, das palavras, das notas.
Ela ficou pra trás junto dos bilhetes, das notas.

Não é fácil engolir a verdade, ele engasga.
Olhou pra fora, aquela cidade brilhante depois de sua máscara de fumaça.
As pessoas não vivem ou morrem, apenas flutuam, apenas afundam.
Sopra a fumaça, vê o passado. Flutua na gaita.
É um campeão, de casaco. Um velho leão.

Olhou pra ela, você quiser dançar?
Ele tinha no rosto, uma máscara sorridente.
Não pode se levar pela música, pelo ritmo.
É você que se satisfaz. Não é a gaita, não é o ritmo.
Ela esteve embalada nas notas. Os pés rápidos, no ritmo.

As janelas abertas, uma brisa de furacão.
O velho coração volta à cidade.
Toda mente do homem, é vil, é depravada.
A gaita surge como uma navalha, afiada.
Não existem erros na vida, diz o bilhete, a nota.



segunda-feira, agosto 25

pt-BR

Prazer, me chamo Covarde.
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Está tudo conectado, tudo é relativo.
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Desde o começo, somos burros o suficiente para ser inteligente da forma errada. O país tem umas das maiores taxas de nascimentos por cesárea, sendo que é o pessoal que entende (OMS) diz que no máximo 15% dessa cirurgia seria tolerável. A inteligência é aproveitar a facilidade de marcar um horário e fazer o nascimento programável.

Me pergunto qual a relação disso com o coeficiente de inteligência do país.
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Um país tão novo, tão jovem, tão sem luta, sem guerra, sem história. Promove tanta publicidade sobre a cultura brasileira que me espanta como somos índios recém colonizados.
Eu deveria estudar a história de países adultos, talvez assim tenhamos alguns exemplos de como as coisas foram construídas por sua população, assim como a forma com que ela evoluiu para uma sociedade de respeito, com um nível de desigualdade razoável para manter a estrutura capitalista.
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Mesmo com exemplo tão clássico quando jesus cristo, o país é incrivelmente atraído pela mídia para buscar o primeiro culpado e crucifica-lo em praça pública. Eu confesso que desconheço muita coisa de política e não quero opinar sobre o que cada um fez ou deixou de fazer, minha opinião pode ser utilizada somente nas ações, não nos atores. Esse tipo de coerência é raro e descreditado.
São 59.764 vereadores, 5570 prefeitos, 1059 deputados estaduais, 513 deputados federais, 81 senadores, 27 governadores, um vice e um presidente. Acredito que poderíamos dizer que existem aproximadamente 198,7 milhões de fiscais que nas horas erradas atuam como juízes, dos mais corruptos e hipócritas. Daqueles que não acreditam em nenhum político e não sabem de nada de nenhum deles, mas se um amigo pedir pra votar pra um conhecido, ele vai votar por que é amigo dele. É como nepotismo, como se por ser conhecido fosse o mesmo que ser competente ou qualificado. Eu adoraria que fosse verdade, mas geralmente não é.
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Política normalmente é confundida com políticos. Não se discute como resolver os problemas, se discute a
culpa, o dedo precisa ser apontado para alguém. Talvez seja uma questão do coração. O brasileiro é quente, terno, é latino. Não somos frios e objetivos, somos quentes e emotivos em grande parte dos aspectos. Isso nos torna menos competentes ao realizar decisões que deveriam ser exclusivamente racionais.
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  • Por quê é tão caro enviar uma encomenda do porto alegre à são paulo? Não tem como diminuir? Não quero saber de desculpas, quero uma empresa que tenha culhões pra fazer um ótimo serviço e ainda ganhar muito dinheiro por isso.
  • Se a taxa de desemprego vai bem, por que a violência? É questão de droga? É natureza humana? Por quê não se aplica pena de morte? Não se deve desrespeitar o ser humano? Não se deve desrespeitar o estado, a estrutura social? Se a forma atual para se lidar com essa situação não funciona, por que se continua fazendo? Eu quero criatividade.
  • Como diminuir a violência? Não tem como punir de forma bruta uma pessoa que atacou de forma bruta a sociedade ou o indivíduo? Não podemos cortar as mãos de quem rouba? Não quero exagero, quero educação de não tocar no que não é seu.
  • Como melhorar a qualidade da minha escola? Qualidade é igual a nota? É igual a quantidade de aprovados? Não existe melhores métodos de se quantificar a qualidade do ensino? Quero ser desafiado na sala de aula, quero que se supere o desafio, se supere o conhecimento atual, quero que se preparem pessoas para pensar, para trabalhar, não empregar.
  • Por quê preciso esperar tanto tempo pra criar uma empresa? Por quê é tão burocrático? Não existe outra forma? Não existe internet? O que vale é vender papel? Chega de desculpas, façam o que tem que ser feito, revolucionem, mudem, melhorem, mudem, melhorem até o fim dos tempos.
  • Numa cidade em que o centro é composto por cerca de 5 quadras², por quê demoramos 10 minutos para atravessá-lo? Estamos incentivando o comércio de rua? Queremos apreciar a cidade com mais calma? Somos simplesmente burros o suficiente para não perceber que cada minuto que qualquer indivíduo perde, é um minuto que a nação perde de crescer, de trabalhar, de criar e prosperar? Onde estão as bolas de um planejamento bem feito, onde estão nossos heróis?
  • Pavimentaram final de semana, ontem choveu, hoje tem buraco. Por quê tem que durar uma única chuva? Asfalto tem durabilidade medida no hidrômetro? Por que não podemos ter rodovias melhores que a idade da pedra? Por que paramos na evolução social? Por quê nossos líderes não escolhem o melhor custo benefício? Ninguém pensa no futuro? Trocamos de carruagem, mas a estrada é a mesma.
  • Por quê só se muda a língua portuguesa? De tanta coisa importante pra se pensar, pra se amadurecer, tanta coisa pra realmente colocar tempo, trabalho, esforço pra se resolver, pra melhorar. A mais estúpida possível, a forma com que nos comunicamos parece ser inútil, quando no final nunca falamos o que realmente interessa.

quinta-feira, março 20

Sono

Perdi. Perdi completamente o sono. Fosse menos cético dava uns pulinhos pra São Longuinho que aliás não faz sentido. Se é longo provavelmente não é longuinho, se é longuinho pode ser curto ou sendo longamente pequeno, talvez seja só um cara normal.

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Fui fazer um certificado de identidade virtual hoje, não era second life nem facebook nem orkut ou qualquer coisa coisa. Parece que o governo começou com um tipo de second life, só que tu veste cara de palhaço e paga muito caro por isso. Bem caro. Eu comecei a achar piada, afinal de contas, tudo o que me foi pedido foram os documentos que um cidadão normal deveria ter. Endereço, passaporte, título de eleitor, essas coisas caóticas.
Pensando um pouco melhor, tudo o que fiz foi juntar toda a informação sobre minha pessoa, e reuni-la num sistema online que depois de uma taxa de R$ 165,00 me envia um arquivo com meus dados. Eu fico me perguntando se aquilo não é um roubo... temos cédulas de todos os documentos, todos pagos e físicos, logo eu compreenderia algum tipo de valor por ser algo tangível. Mas nesse caso, é um arquivo no computador gerado por um sistema federal. Não faz sentido ser tão caro... não faz sentido na realidade, ainda utilizarmos papeis.
Bom, vou fazer o que? Talvez um dia eu me torne influente economicamente ou politicamente e tente mudar por dentro as coisas. Quem sabe eu funcione, quem sabe não me matem no primeiro momento que detectarem força de vontade. Bom, fica pra um outro dia, não tão tão longe.
Paguei com cédulas. É, papel, papel mesmo, dinheiro, folheto que significa alguma coisa. Nessas horas eu penso que pagar com cartão me faz sentir menos pior. Como eu não dou valor a quase nada, não ver nada meu 'ficando' com outra pessoa me deixa melhor. Hoje eu ví algumas notas saindo da carteira e ri de pensar que todas essas pessoas adultas e crescidas ao me redor acreditavam no papelzinho do dinheiro. Achei engraçado retornar aquele pensamento de que no fundo no fundo, é só um pedaço de papel que nós atribuímos valor.

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Mas o que é, se não o que acreditamos que seja?
Daí se viaja no 5w1h.
O que, quem, quando, por quê, aonde, como
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O que é o futebol?

O que é a igreja?
O que é a lei?
Quem faz a lei?
Quem cumpre a lei?
Quem reage?
Quando a obra deveria terminar?


Quando isso tudo vai acabar?
Por quê não gritar?
Por quê é assim?
Aonde tudo vai começar?
Aonde que vamos parar?
Como vamos ficar, aqui, com o cú parado?

terça-feira, março 11

Esperança

Ouviu a tia vinda do norte conversando com a mãe na cozinha. Não era normal, era um dia qualquer das férias de quem tem uma vida regrada por padrões e patrões. Não tardou nada a levantar-se e juntar-se a porção de família que burburinhava sobre tudo, sobre a gravidez prematura de sua irmã, sobre o preço do tomate, sobre o método de secagem da louça.

Ele até tentou esquivar, mas tantas palavras estavam tão presas que no primeiro momento que sentiu uma possível ouvinte, uma possível fuga, todas fugiram, de mãos dadas e numa trotada única que o deixou de garganta seca.

Foram tantas metáforas, tantas conversas que ele se repetiu e repetiu como um louco. Foi desabafo, um grito falado.
Os tópicos, tentando de forma resumida acho que seriam: as culpas, as atitudes atuais, o futuro do pretérito, o ideal e mais importante de tudo, o papel de cada um.
A culpa é inicialmente de quem é faz e de quem cria que permitiu fazer, entretanto, não interessa, pois não resolve nada. As atitudes atuais demonstram claramente um futuro complicado com dificuldades sociais, economicas e psicologicas que possivelmente se alastrem aos inicialmente 'culpados'. O futuro pode ser alterado de forma significativa e pode sempre ser planejado, pode se aprender com o passado e tentar trabalhar para um futuro mais bem pensado do que o estilo deixe a vida me levar. Finalmente será uma bela obra se essa peça teatral tiver atores que cumpram seu papel adequadamente, sem tropeços de falas ou desvios de improvisação por falta de preparo.
Por último, a teimosia, Há esperança.