sexta-feira, novembro 30

Paceña e cookies

Aqui em casa segue as mesmas. Os velhos gritam, já que seus ouvidos já não são tão capazes quando suas guelas, eu mantenho a porta fechada, mas as paredes não cooperam e o som escapa. Os mesmos problemas de qualquer lugar social, o peido de um vai acabar incomodando o outro, seja cheiro ou seja barulho.
Porque se tu deixar assim vai encher de formiga, e pipipi pipipi. O som é o mesmo, trocando a língua, o idioma e uns anos mais ou a menos. Tanto faz, ainda somos crianças, e o tempo sempre vem, só que demora.
Depois do banho é sempre aquela alegria do vento fresco, mesmo em dias quentes, penetra pela porta-janela aberta e desliza entre as bola. Homi tem bola, caso não se saiba. Agora com havaianas os pés não ardem no piso quente e é possível escutar umas músicas com fone de ouvido mesmo, já pra não incomodar. Vida de rei, penso eu, tem praticamente tudo e esses detalhes são realmente muito absurdos pra ser verdade, as vezes me parece que não deviam existir assim. Sinto cheiro de conversa tediosa começando, e sabe de uma coisa, vou aproveitar essa vida e pegar uma cerveja no frigobar.

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Paceña e uns cookies. Delícia, cada um a parte, a cerveja gelada eu confesso, não combina com esses cookies deliciosos e doces na medida. Parece que vou morrer amanhã tamanho prazer essas coisas dão depois dessa corridinha pelo bairro.
Abri essa só pra lembrar do meu pé machucado, com um pequeno pedaço de madeira cravado entre o indicador e o dedão depois do treino de muay thai. Usei a mesma roupa, e nas voltas vinha eventualmente com uma pequena Stella nas mãos. Loira e gelada beijando a boca acariciando a barriga por dentro. Tempo que uns malucos participavam da vida. Puta que foi afude. Saudade desses desgraçados.

Definitivamente, essas bolachas não combinam com cerveja. Mas eu posso me acostumar.

domingo, novembro 25

Parcelado


Estranhamente já haviam pessoas no bar quando ele entrou. Deveria começar mais tarde, mas aparentemente chegaram mais cedo para assistir a um jogo de futebol. Posteriormente os caras meio vileros que gritavam no balcão acabariam incomodando um pouco a festa de despedida de solteira que acontecia nos fundos do local.

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Queria que as besteiras da internet me prendessem a atenção como faziam antes. Me seguravam pelos dedos e amarravam os olhos. O scroll corria incansavelmente e a mente vagava deixando o tempo correr sem perceber o movimento no espaço. Mas não. Só ela me entra na cabeça, meus músculos sofreram para sorrir, para buscar simpatia e saco na lida de todos os clientes e colegas de trabalho. Percebi assim que ela se afastou de mim que estava estressado, brabo, com raiva e louco para matar.
A noite se arrastou, entre copos, canudos em formato de penis e sorrisos falsos. O caminho para casa pareceu mais longo, e o frio da noite era quase uma companhia mórbida que se arrastava ao meu lado. Sentiu que estava sozinho novamente. Que piada, que escolha estúpida, não? "Nós escolhemos", pensou.
O desejo era chegar em casa e encontrala dormindo, acordala parcialmente no momento que se colocaria na cama ao seu lado. Sorriu na lembrança.

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Os pés parecem mais doloridos, e ele não fez nada. As costas carregam algum peso novo, que parece aumentar no tempo. A cabeça explode em pulsasões anormais. O corpo inteiro pede por ela.

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Desde que eu te encontrei, as coisas andam tão bem.
Parece mentira por ser assim, meio dolorido de início, mas é a redenção no futuro que acalma.

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Preço alto... dada situação, parece que vai ser parcelado. Meu medo é os juros.

sábado, novembro 24

Meus vinte quilos

Parece improvável, mas não. Faz um certo tempo que não chegava nem próximo das letras negras, dos pensamentos desritos, os neurônios vomitando pela janela do carro. Na realidade é isso, busco esvaziar a cabeça, seja com ou sem sobremesa.
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Mal li umas linhas do último e de novo ví que o velho toma conta dos dedos, mas busquei esse aqui agora, justamente pra tentar lembrar, tentar acalmar o guri e deixar o velho viajar na muleta sozinho.
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Aquelas putarias clássicas sempre voltam, e como sempre repito, despois que passou, passou rápido.
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O agora é o mais demorado, e o ontem simplesmente se foi.
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Ficarão as lembranças, aqueles detalhes sutís de como cada um fez suas escolhas.
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Ta legal, eu esqueço fácil e chega a dar medo. Espero que não, por que como as histórias que conto, essas coisas também ficarão.
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As promessas são próprias, mais que qualquer presente para outra pessoa, são promessas de honrar a palavra para sí mesmo, então talvez seja por puro egoísmo que atuamos? Tanto faz, não importa que não consigamos cumprir a metade, o ponto é tentar e a intenção de fazer as coisas. O resto é besteira. Quem sabe nem tudo, cada um igual leva suas prioridades consigo.
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Mataria por uma cerveja gelada. Quem sabe aquelas cadeiras de plástico no rock?
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Tenho que aprender a ser o melhor transformador de energia do mundo.
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A força deve vir de dentro, quando sair virá o alívio e o tibum.
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Tirei a camiseta e me senti um extraterrestre, num lugar conhecido.
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Eu repetia pra ela: pra que comprar essas coisas sem data de validade? Vai tudo pro lixo!
Pronto, está ali a pera na geladeira. Besta. Linda.
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Não está quente, mas qualquer coisinha tu já está suando. Ainda quente do contato dela.
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Esse vício tem que ser no mínimo moderado. As listas, os calendários, os cálculos são todos buscando amenizar o problema.
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Aconteceu de ficar meio incômodo escrever dessa forma, parece que a posição não ficou boa para os dedos. Não mudei de posição, arrastei a mesa. Sempre temos mais opções.
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Espero que o tempo corra. Quero ver as vidas tomando forma, estou ansioso pelas mudanças e os novos horizontes.