terça-feira, janeiro 29

ratos

Acabou o trabalho e foi ler...
graças a um ariano do inferno que colou uma interessante reportagem.

Que diabos... a Super trouxe várias informações interessantes e relevantes a respeitos do experimentos macabros feitos pelos nazistas no período das guerras e etc, tem várias coisas ainda martelando na cabeça de uns.
Primeiro, uma visão geral, para depois dividir.
No período histórico, Alemanha estava numa relativa "merda", começou a ascenção com o querido Hitler, que fazia ótimos discursos além de ter um bom planejamento a respeito de diversas areas já apresentado a população. População da Alemanha: pessoal bacana, como qualquer um de qualquer país (ou qualquer um que tenha orgulho de suas origens), estava entusiasmada com a idéia toda, uma Alemanha maior que tudo, em suma, um país foda.
Um líder ex-militar começa seus discursos e vai logo para a ponta, desde sempre com uma imparcialidade em questão a raças e descendencias. Um (pre)conceito simples onde a raça ariana manda e acabou. Isso é simples, pegue sua raça e atire-a no topo das cadeias, as alimentares, as sociais, as poltronas também, pegue sua raça e vista a camisa, faça bons discursos e mostre a todos que você tem razão. È só questão de persuazão e um momento adequado na história.
Bom, tendo em vista que temos uma nação agora (quase)completamente nacionalista, e o poder militar da mesma garante que ela seja nacionalista (a base da força, se necessário) você entende que logo a coisa toma força, toma proporções consideradas animalescas para qualquer um que não esteja dentro do padrão dessa nação. A rejeição a outras descendencias, a afirmação constante de uma única raça superior garante todo um (pre)conceito de abominação a tudo que não for "puro".
Tudo que não for "puro"... qual o resultado de uma cabeça um pouco fechada em relação a etnias e um poder absurdo dentro de um determinado terreno? os "inferiores" morrerm, é simples. A morte desses ultimos provoca um orgulho e uma segurança em todos os "supeiores" do local, isso garante o apoio ao que idealisou tudo isso.

Final do primeiro passo, acredito.

Agora pensemos de maneira dividida no ponto onde a reportagem mirou. (Lembrando do contexto sempre que surgirem duvidas éticas.)

Temos um monte de "inferiores" morrendo as pencas, pessoas sendo assassinadas apenas por serem como são, ou por nascerem nas famílias "erradas". Alguém um pouco cientifico, um "superior", obviamente, tem o 'poder' de pedir umas cobais, ou seja, um punhado de gente "inferior". Neste período, os superiores dos "superiores" buscam sempre maneiras de mostrar o quanto são "superiores", logo, pesquisas que demonstrem sua superioridade de todas as maneiras, são sempre bem vindas. Outro ponto: nenhum dos envolvidos em todos os processos de transporte, observação de experimento ou qualquer coisa do genero é "inferior" (no máximo, um gigante "inferior" ou outro, que se sobressai devido ao seu desenvolvimento em alguma área que interessa os ditos "superiores") isto significa que nenhum deles de alguma maneira perde dentro da sociedade em que se encontram. Alguns um pouco mais "humanos", entendem que não é uma coisa muito legal de se fazer, mas em grande maioria ninguém se opõe, pois todos estão 'lucrando' com o exterminio dos que não são importantes para o pais.

Perguntas simples geram experiencias um tanto problemáticas...

Porque, ou como, um ser humano morre de frio? (o pais fica congelado no inverno, e conhecer tal tipo de efeito poderá ser útil naquele local e nos arredores do mesmo)

"Só tem um jeito de saber..."

É, naquele tempo acho que só tinha um jeito de saber mesmo. Testando, experimentando, analisando, observando... uma pesquisa cientifica.

Eles tinham cobaias que iriam morrer por serem inferiores, tinham pessoas que não se importavam com as cobaias trabalhando para eles, tinham verbas para suas pesquisas e tinham vontades proprias e curiosidades proprias como qualquer profissional. (Como 'ouso' chamar de profissional? esqueça que são pessoas por um momento e pense que são animais, logo entenderá porque para eles não representava nenhum problema. Isso inclusive é uma outra questão, porque usamos os animais? você(ou eu) é tão bom assim que não deve ser considerado um animal perante a lei? já pensou que é apenas o detalhe da inteligencia que nos fez dominar? ja viu mundo dos macacos? sorte nossa que nenhuma sociedade de ratos de laboratorio é capaz de se organizar e se revoltar contra o tratamento que teem esses bichos nas pesquisas que são feitas por nossa raça.) [Me alonguei demais, mas era necessário... apenas um resumo.] Logo, eles tinham TUDO para fazer as pesquisas que queriam fazer, porque não faze-las? Ética? não existe ética nesse momento, seria um delito contra a ética se não fossem usados animais, mas como são usados animais para fazer as coisas, não tem problema...



Mas e o sofrimento deles? mesmo que se diga que eles iriam morrer de qualquer maneira, sabemos que são experiencias, sabemos que experiencias são simplesmente metódicas, o que implica em frieza para qualquer análise de experimento. Obviamente nem toda experiencia cientifica precisa necessáriamente ser assim, mas é algo já natural de alguém mais adepto a area das 'exatas'. Frieza simplesmente faz parte, está intrinchado dentro de qualquer cientista.


Madness!


Como explicar que o que aqueles cientistas fizeram, perante a lei, não foi nada de mais?

Lembre, são ratos na visão deles, não passam de cobais, de boas cobais, já que representam a própria espécia num "nível inferior". Acredito que dentro da lei, nenhum deles deve ser punido, pois a lei por si só não pode fazer justiça.

É bom sempre separar as coisas... dentro das leis, nós temos sempre todos os mesmos direitos em diferentes contextos de vida, de sociedade, logo, esse contexto é uma desculpa para tudo, e qualquer pessoa que faça o que fizer, estará fazendo, normalmente pela influencia de seu contexto, pensando assim, excluindo o indivíduo do contexto, é possivel absolvelo perante um tribunal de 'justiça".

Pessoalmente, eu adoraria fazer essas experiencias com eles, observar cientificamente como se comporta a curva de aceleração de dedos cortados caindo no chão, como se comporta o deslocamento dos osso ao submetermos o corpo das cobaias a pressões absurdas utilizando carros e caminhoes. Uma boa pesquisa seria feita para verificar a tensão suportada por certas quantidades de cabelo até literalmente arrancar o couro da cabeça dessa gente.

Interessante seria verificar a reação humana quando submetida a um stress obrigatorio, dias sem dormir, dias em pé, semanas tomando a aguá usada para defecar. Como aqueles povos asiaticos consegue fazer as mulheres terem um pescoço tão longo com aquelas argolas? Testar num adulto e forçar até alongar o pescoço é uma boa experiencia para se fazer.


A raiva que gostaria de expressar só seria possível com uma pessoa dessas na minha frente, armado ou não, acho que poderia me entender com ela do meu jeito.

Mas lembre, que justiça, igualdade, são devaneios gerados a anos atrás. Como assim? Ora, é simples, quando na vida que tu pode dizer que alguém é igual a alguém? Somos todos completamente diferentes, sendo influenciados em toda a vida por coisas diferentes (claro, algumas iguais também) e passando por experiencias também diferentes. Conhecemos pessoas diferentes, temos pais que nos tratam de maneira diferente, temos professores que nos ensinam de maneira diferente, jogamos jogos diferentes, fazemos sexo de maneira diferente, em que diabos somos iguais?!

Direitos? Ninguém tem direito a porra nenhuma! Tudo é uma intenção de amenizar nossos instintos, afastar-nos dos "animais" que temos por dentro, todos os desejos loucos de cada um, as insanidades que se pensa, tudo é suprimido com os "direitos iguais", isso garante muita coisa dentro de uma sociedade "organizada", garante que ninguém vai começar uma guerra por território, por fêmeas, ou seja lá o que for. É simples, se constroi uma ciilização a base de leis, e delas as pessoas devem temer, sem nunca questionar-las ou se opor a elas.
É meio engraçado isso... a idéia inícial é que as coisas não se tornem uma orgia, uma coisa bizarra sem controle algum... mas no fundo, olhe bem a sua volta, o que tem controle? (esqueça a tv e o video game :P)

segunda-feira, janeiro 28

"seus amigos, seus vizinhos"

O título, é um filme que acabo de ver. Um Closer um pouco mais velho, com piadas sadicas, e coisas da vida normal, coisas que naturalmente não se ve, e talvez seja um filme forte para os mais velhos.

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Não aconteceu assim. Ninguém pegou ninguém, não é, nem era nada exatamente do genero, apenas coisas que acontecem... afinal, acontece.

-Oi.
-Tudo bom?
-Tudo
...
-Por acaso essa obra faz parte de uma coleção ou...
-Não... é, é uma peça só.
-aamm...
...
-É sua primeira vez aqui?
-É..é...
..
-E você?
-Eu trabalho aqui.
-humm... é artista?
-não... assistente de artista.
-humm... isso é legal...
-é...
-Bonita obra, não?
-É sim, realmente linda.
-Ééé...
...
-Posso te pagar um almoço?
-amm... tá.
No final, elas acabam em casa, sem falar muito, apenas olhando televisão, discutindo coisas simples e sem muita extensão de papo. Elas se olham meio de lado, tortas, uma estirada no sofá, sensual com seu vestido vermelho meio caido deixando suas lindas coxas meio a amostra. A outra, no chão, logo a frente da escora de braço do sofá, sentada com os joelhos dobrados abraçando suas próprias pernas bem torneadas, seus seios são salientes e sem muita falta de proporção são lindos por baixo da blusa cinza colâ que define bem suas formas.
O cabelo da de vermelho escorre sem ordem sobre a cabeça da de baixo, e logo se entreolham, quando uma comenta:
-Gosto de ficar com você.
Nota-se um, eu te adoro com ternura e sinceridade absurdas, quase comoventes, quando a outra responde com um beijo delicado sobre a frente da primeira. Ela se vira devagar no chão, ajeitando suas pernas para o lado do sofá para não ficar de frente, deixando a atenção da televisão ligada e se direcionando para sua hospede.
Olhares breves são trocados, como rápidas admiradas silenciosas sobre o rosto de cada uma, logo ambas falam a mesma lingua, e nos olhares, nas caricias fecham o olhos para um beijo rapido e carinhoso, como alguém verificando se o ferro está quente, tao simples e terno que ao voltarem-se os olhos as bocas buscam um prazer já quase reconhecido, e logo passam a deleitar-se no prazer de suas companhias entre braços carinhosos e olhares luxuosos.

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As versões são muitas.
Um seria cru, diria que gosta da companhia, que o sexo é bom mesmo e por isso fica por ali.
Outro iria discutir, pensar nos porques, iria atrapalhar os ritmos falando como se estivesse numa janta em familia com tios engraçados e avós contadores de histórias.
Uma iria chorar, de emoção estranho, talvez por se sentir denovo nos braços de alguém, ou talvez por não ser mais a mesma pessoa que lhe acolhe nos braços.
Aquela iria ficar quieta, e a da mesma maneira repetiria tudo inumeras vezes feliz com o silencio, com a conversa corporal que existe nos momentos a sós.

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As pessoas podem ver as coisas diferentes, e talvez abrir um pouco a cabeça para pensar sobre elas seja um pouco contra a natureza de muitos, que por algum motivo, precisam manter suas atitudes dentro de um padrão para não se sentirem traidores próprios.
Todos fazem tudo, e todos sabem disso, mas uma coisa é certa, que mesmo que todos sempre pensem a respeito de tudo, nem todos conseguem admitir e discutir. No final, todos são humanos e gostamos de sexo, romantico, rapido, ferroz, alto, louco, colorido ou incolor... Esses dias escutei no trabalho (como se trabalhasse com pedreiros) uma breve conversa a respeito da discrição e santisse de algumas mulheres:

-Mulher que não dá, voa.
-Como assim?
-Tu ja viu alguma mulher voando?
-Não.
-Então?

sábado, janeiro 19

Toy Story

Começou cedo.
Os brinquedos já se exaltavam em casa antes mesmo do menino chegar, no final das contas, foram buscar a diversão no Carrefour. Seriedade existia por parte de um, que apenas escutava e matutava pensamentos que ficam cravados na cabeça. Chega-se por lá para buscar o menino, veio com amigos, mais duas bohemias de lata e 6 de garrafinha para os brinquedos se afundarem na diversão.
Volta engraçada, muito mais risada devido a deficiência nasal de uma, o que permitiu piadas sobre reações no elevador, quando alguém fica vermelho entregando o jogo a respeito do flato. Já não chovia e os brinquedos estavam secando com o passeio, o menino estava em mão e já brincando.
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Cada um para sua gaveta se fez uma ou outra chamada para combinar um resgate assim que possível. No caminho, escorpiões de brinquedo cantavam com engenheiros de verdade, um, já vai ser arquiteto, mesmo cantando com engenheiros...
Voltas rápidas sem destino certo, meninos e os brinquedos, os brindes da existência repetindo sempre que possível.
"Existe aaaa!"
Menino já suado, começando a esquentar e nenhum brinquedo aceitando a brincadeira por gosto, apenas pela existência... solução? O menino está com sede e não temos laranja!
Mais boas então! Fez-se a volta a caminho do refresco tão esperado e eis que diante do refrigerador se encontra mais brinquedos! Todos loucos, ou ao menos um, as gargalhadas no meio da noite da brincadeira hilária sem sentido. Que seja, mais brinquedos. Logo, mais refresco para o menino.
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Voltas com direção ao inferno e acabou-se no verde (só pra variar, mas era azul também). Joguinhos por ali, por aqui... rolou-se até adiante, e dois foram buscar as garrafas.
Lugar interessante, mais tranquilo, com excessão de esporádicas visitas por carros que curiosos diminuíam a velocidade para ver beijos um pouco diferentes próximo a parede baixa daquele mercado. As coisas ficavam mais quentes, a brincadeira ia indo, ia indo...
passos curtos no fundo.
mas nada além de vento e sombras naquela noite.
Brincando, brincando o tempo foi passando, rolando ali do lado sem ninguém notar.
Vamos? vamos.
Passos rápidos e se dois srs. batatões correndo quase deixando as orelhas e narizes caindo no chão, um não se conteve, teve que rir da brincadeira, e foi correndo atrás de um pilar, isso explica o barulho dos passos de antes... batatões!
"mas vai ficar só nisso?!", um ainda queria mais brincadeira, não que não fosse o desejo do pessoal, mas neh?
Entre gargalhadas e mais gargalhadas ainda voltou um "só se pagar!" faltou o magrão no final da frase, mas ta bom, a brincadeira foi boa e todo mundo se divertiu :P, mesmo quem não participava dela.

Sabem como é, brinquedos pela noite rolando por ai com boas e bohemias amigas...

sábado, janeiro 12

existirá a cerveja

Não era necessário avisar nada. Ele ja sabia de tudo. Ele sempre sabe, segundo ele mesmo.
Um trio de tchaus mal e mal feitos e deu. A casa estava muito maior. Maior que nunca.
Que comece o baile!
Dois fardos. Um pela metade, já bebida de Bohemia ia se extinguindo conforme as musicas tocavam alto no inicio da noite. Boas amigas geladinhas; companheiras de todas as horas; a causa, a solução de todos os problemas do mundo; o pão líquido; a água dos deuses (não esses, ou aquele, os nossos); a salvação por meio da cegueira do bom senso; em fim, as amigas, são as bruxas.
Fez-se a pizza. E pior que não ficou tão ruim... não era a primeira, mas foi uma invenção... um pouco disso, um pouco daquilo, mais desse menos daquele... não! mais daquele! e mais amigas acompanhando tudo. Manhã. Tarde. Noite. Manhã. Tarde. Noite. Manhã. Tarde. Noite. Os goles descem como crianças euforicas indo brincar com os sentidos alheios fezendo as coisas ficarem mais lentas, fazendo as sombras dançarem, e as lembranças virem... sombras... sombras na areia! Dessas não há como esquecer.
Loucuragens a parte, sempre a parte, pois nem sempre havia um bruxo para por mais magia ao momento, mas mesmo só com uma boa amiga, ou bohemia amiga as coisas mudam de cara, e as conversas levam a assuntos mais terrenos onde conversa vai e conversa vem de maneira involuntária mas com mais que satisfação. Muito mais que satisfação.
Debates com Nietzsche fizeram pensar e olhar para fora e raciocinas de uma maneira que a tempos não lembrava... os pecados, a maldita esperança (no fundo da caixa) e as outras duas - porquinhas - habilidades cristãs. Maldição da cegueira, passando de geração em geração com interpretações cada vez mais errantes sobre a história das crenças e normalmente desprezando as maravilhas de uma vida insana, digo, real.
Nossa, como umas letras podem mudar as coisas...
Foram tres fardos, dentro os quais no minimo um e meio ele ingeriu, convidados ajudaram com o 'castelo' do alcool, e agora, já que é um sábado e terminamos com todas ontem, as compras trouxera apenas mais boas amigas e queijo para o rato.
Agora, amanhã... Amanhã existirá a cerveja!

quinta-feira, janeiro 3

o diálogo.

-Aiii!!! Mais uma barata aqui!
Era ela de novo, pra variar, gritando escandalosamente por qualquer coisinha.
-Aiii eu não aguento mais isso! Todo dia vem uma barata nos visitar. Manhêêê! tira ela daquiii!!!
-O que foi hein?
A típica feita de loca, como se não tivesse ouvido os gritos. Ou será que já está acostumada a ignora los? talvez não consiga mais escutar sons de uma frequência muito alta como aqueles malditos gritos agudos... Alguns vizinhos já ignoram. Alguns muito velhos não ouvem. Alguns reclamam por meio da sindica, outros por meio de batidas em teto e solo. Vida de cortiço, fazer o que?
A mãe gritou de volta:
-Pega a chinela e da nela!
A pequena vai se munindo de chinela e vassoura para enfrentar a temível barata. Até que finalmente ele sugere:
-Já tentou conversar com ela? Sei lá, debater, pergunta as razoes da invasão sem prévio aviso, argumentar direitos institucionais em relação a nossa casa e que sabe até convidar para um chá da tarde qualquer dia desses?

já pensou que tri?
-Mas tu de novo?!
-Er... eu... só estava de passagem... sabe como é, esses prédios altos sem vias públicas...
-Eu até entendo... o trânsito hoje tava um caos. Perto das cinco e meia da tarde é terrível, não da pra querer sair de lugar algum!
-Bah! nem me fale, terrível é verão e primavera. Sai todo mundo correndo, louco por sexo por ai! Mas voltando ao que me levou aqui... Acontece que um ambiente bom para minha sobrevivência, e acredito que a da sua filha também, é um ambiente levemente arejado, sujo e cheio de coisas pelo chão permitindo pequenas tocas em toda a extensão da peça.
-Na realidade não é bem o modelo de habitat perfeito para nossa espécie... mas de alguma maneira minha filha vive naquele lugar como se tivesse nascido nele.
-Hummm... interessante... comentamos esses dias a respeito de evoluções no comité do bairro, parece que as primeiras serão as moscas, elas andam muito cansadas por serem gordinhas e com muito calor e essa humidade, voar fica difícil. Acredito que de 5 em 11 ganharão mais duas asas de brinde e todas as asas serão um pouco maiores, além de um novo visual cheio de cores loucas.
-! que loucura! é rápido assim? quem decide esse tipo de coisa?
-Normalmente vem da Gaia numa carta "top secret" da organização superior, mas segundo algumas revistas por ai, parece que a culpa inicial é de vocês... eu tenho minhas dúvidas... afinal, culpam vocês até do "pecado inicial". Um absurdo, ao meu ver. Acho que os primeiros que pecaram foram os primeiros que chegaram ?
-É... faz sentido...
-Um dos meus filhos, o mais novo, acha que não existe pecado. É um louco cabeça de barata!

Uma pausa para breves olhares...
-Haaahahahhaha!
-AHahhaha!

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Para esclarecer... não é intenção de assunto sobre homem vs. natureza nem nada do género, apenas pense que legal poder discutir com os outros vivos que conhecemos, novas culturas, etc...
Cliché? Pode até ser. Mas que foi muito engraçado pensar isso quando apareceu aquela barata... ah isso foi!

quarta-feira, janeiro 2

lixo! disse o gian.

Começou cedo. Brincou com a viola de plástico que ganhou no dia das crianças numa reunião em família ainda no tempo que os pais não eram separados. A pose e a maneira com que as pessoas lhe olharam ficou marcado em sua memória, sentiu o encanto de ter o poder de chamar atenção, de ser prestigiado pelas pessoas.
Encheu o saco, gritou, esperneou, até que lhe deram o dito cujo violão.
Cordas de nylon e já usado.
O primo influenciava com o rock antigo, bitolado. Boina na cabeça, jaquetas jeans e uma modinha clássica das noites londrinas. Tipinho comum por lá, mas as garotas de aqui sempre acham relativamente raro o género do rapaz.
Aos 9 apanhou feio para sua viola. Calos nos dedos, e o tempo para sair tocando uma música o deixara frustrado. Abandonou o violão num canto, deixou seus velhos sonhos pegando pó e foi ver no que ia dar, já que não conseguiu fazer o que queria fazer.
...
Passou o tempo... voltaram os sonhos...
Provavelmente foi num acústico de um dos velhos famosos que se animou a tentar de novo. Numa raiva interna; "como pude desistir?!"; "porque diabos parei?! tenho muito que aprender!". Acabou buscando num velho canto empoeirado o velho violão. Limpou a sujeira, e tentou tocar uma música típica de iniciante, acredito que... parabéns a você... o som era terrível.
Lição 1: afinar.

Primeiros passos foram terríveis. Dores nos dedos, nenhuma coisa digna de aplauso saia daquela caixa acústica. A raiva lhe engolia, raiva própria por seu trabalho insuficiente a seu próprio julgamento.

As lições foram vindo... uns acordes...
umas cifras da internet... até umas palinhas de ouvido...
saiam músicas próprias, normalmente sem graça, derivadas de suas origens, suas influencias típicas. Temas simples sem importância geral, apenas uma boa música para deixar o vento passar, os capins rolarem...

Era dono de sua cidade. Já tocava em bares locais e cumprimentava uns 20% das pessoas que via na rua. Uma percentagem incrível pensando no que é hoje em dia as cidades "grandes". Sua cidade era uma clássica dormitório, fazendo parte de um complexo de cidades dormitório que servem de apoio de mão de obra para uma maior, uma capital.
Seus amigos, normalmente bitolados nunca fugiram do mesmo. Cigarros, copos na mão, jeans colado e as vezes um chapéu, uma boina, alguns arriscavam um terno... atenção garantida.
Cresce assim o rockstar, típico carinha da viola, "o foda". Garotas comentam de suas calças sexy, de seu jeito londrino de ser.

No fundo, ele sabe, que não passa de uma criança que se vestiu de arte musical importada, e acabou deixando de ter seu estilo para adorar estilos enlatados e idolatrar os ídolos já conhecidos.
Fazia descobertas de novos talentos antigos, e normalmente já mortos, descobertas forjadas, que uma vez leu... alguém contou algo... ouviu rumores no bar sobre um cara que tocava uma viola...

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O que se pode fazer?
somos influenciados, seguimos uma linha de influencias e geramos pouca coisa realmente nova. Sempre um pontinho de partida é de outra pessoa. Mas convenhamos, tem gente que da a bundinha pra uns violeiros legais.
Ídolos... são para os fracos!