segunda-feira, outubro 18

Terror

Esses dias pequei umas notícias sobre o terror... ou melhor, a teoria do terror, conhecem a idéia de sistema?

Bom, terror na real é bem simples, é tipo filme mesmo. Se coloca uma música de suspense, se detalha os movimentos do personagem e eventualmente mostra uma pitada do monstro nas sombras. Assim toda platéia já sabe o que deve acontecer, afinal, é o que todo o cenário indica, é o que tudo aponta, é o que dentro da conjuntura atual de acontecimentos, deve acontecer.

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Bom, a mídia em geral, ou melhor dizendo, a governadora mídia tem importante papel nisso, pois deve fixar na mente de todos a mesma idéia, reforçar ela sempre, trazer notícias, trazer informações técnicas, detalhar o tema e assim tornar isso um tema de discussão e vivência nacional.

Me passaram esse vídeo: (por favor, não se intimidem com o título ou a legenda, tente permanecer empático)
http://www.youtube.com/watch?v=Ig9pE6qwzxw

Fiz questão de olhar inteiro, e sinceramente me dei conta do nível que estamos e que mal nos damos conta entre umas novelas e outras, mal notamos o tema/terror que nos passam todos os dias...

segunda-feira, outubro 4

blam!

A rua era relativamente curva para a direita. Eu deveria andar mais uns 50 metros antes de fazer a curvinha para entrar na garagem... Olhei para trás e não vinha nada, já acostumado com aquela ruela tranqüila virei o volante e fui fazendo a curva... no meio dela, um troço marrom surge ao lado da minha porta e logo em seguida da o estouro da batida (confesso que gosto daquele barulho).
Como bombeiros prontos para um incêndio praticamente todos os vizinhos pulam para fora de casa no ato. Em questão de trinta segundos temos uma multidão já apontando e julgando. Comentando o errado e o certo, dando sua opinião.
Saí do carro e antes de mais nada pedi se todos dentro daquela infeliz brasília marrom estavam bem.
Ninguém respondeu e dois rapazes 'magros grandes' sairam do carro já gritando a babaquice que eu havia cometido. Por último, o velho que dirigia saiu tranqüilo do carro, meio lento... resmungava sozinho.

- Devia ter ido pela outra rua... era só ter dobrado ali...

Previ uma bela briga assim que o cara que estava no banco de trás da brasília saiu brabo bufando sem dentes sujo e de chinelo (não havainas). Gritava coisas no mínimo curiosas...

- Mas o que que é isso cara?! Tá maluco o meu?! Que porra é essa que você ta fazendo? Vai se fuder! Olha só a merda que tu fez, tu vai ter que pagar tudo!

Vi que não seria ouvido por aquele ali... pensei... deu aquela tremidinha nos dedos quando peguei o celular, senti que o sangue fluia... muito rápido... rápido de mais. Me controlando para não voar na cabeça do desgraçado, segui calmo e liguei para a dona do veículo, afim de contatar o seguro.
Não tinha conhecimento de como funcionava tudo e fiquei no telefone alheio aos chingamentos e apontamento feitos pelos 'jovens'.
O velho meio cambaleando e pouco sonso pedia calma aos que pareciam ser seus filhos. O caroneiro colocava a mão na cabeça insistentemente a fim de procurar sangue ou machucado suficiente para reclamar como se deve. Afinal, alguém limpo, relativamente bem vestido de Meriva deve ter muito dinheiro, logo, melhor conseguir uma maneira de indenização o quanto antes.

Acabei ligando também para a polícia e achei engraçado saber que não tinham viaturas para enviarem ao local no momento. Teria que buscar os dados deles pessoalmente e levar no dia seguinte na delegacia para fazer a BO, digo BOT.

Finalizada essa última ligação... olhei para o tumulto, aquelas pessoas apontando, muitos fazendo aquela clássica pose com braços cruzados. Os homens procurando suas mulheres para poder opinar aos ouvidos delas e mostrar quão sábios e machos são. Alguns cachorros latiam insistentemente sem que ninguém lhes desse a mínima explicação do por que aquele aglomerado de gente..

Respirei fundo para pode conversar civilizadamente com o rapaz que dizia que caso viesse a polícia eu deveria pagar-lhes o guincho. Pensei um pouco e alguém comentou em fazer um acordo ao invés de fichar tudo. Gostei da idéia de cara... não vi nenhuma possibilidade de ressarcimento vinda daqueles ali... errados, cegos e claramente de má índole.
Disse que cada um pagando o seu era suficiente, visto que não queria me envolver de forma alguma com aqueles indivíduos. O banguela claramente bufafa e pedia por uma briga. Finalmente o velho chegou, meio cambaleando ao meu lado e disse:

- Então estamos acertados meu jovem?

Botou a mão no meu ombro e então percebi que na realidade ele se segurava em mim. Com ódio por dentro, sorri e disse que sim, não havia problema algum e não iria fazer queixa nem nada na polícia. Apertei a mão do velho que ainda apoiando-se em mim apertou-a com a máxima força que seu corpo lhe permitia... não muita.

O rapaz que não estava tão exaltado mostrou a canela e disse, que estava tudo bem, mas que estava doendo e sangrando. Não me contive e tive que comentar rispidamente.

- Mas está bem?
- Sim.
- E não estava com cinto?

Ele calou-se de súbito e olhou para o chão. Ali eles entraram no carro ainda resmungados blasfêmias e se mandaram rua acima.

Olhei para o carro... não faço idéia de quanto vai dar isso... mas vi que as pessoas geralmente não prestam.

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Em outra ocasião... envolvendo entes queridos, vi o quanto as pessoas não prestam, e quanto aqueles que não tem tanto, culpam e invejam os que tem pouco a mais.
Não estamos nem perto da metade das parcelas do carro, contudo, o fato de se esforçar para ter seus bens provoca uma clara inveja nos outros. Infelizmente preciso comentar que independente do que lhes acontece, seguirão sendo assim... cegos e ignorantes. Não é o fato de ler e escrever, ou de ser um cara formado que isso mudará, isso se trata de caráter. Índole. São formações que não se aprende na escola, nem em casa, se aprende com tudo junto, com as companhias, se aprende todos os dias.

Aconteceu o seguinte... mais de uma vez... ela estacionou o carro e estava já com um pé para fora dele... um outro cara na frente, deu uma ré e bateu no carro. Saiu instantâneamente gritando como ela havia se enfiado ali.
(Há pessoas que não admitem seus erros.)
Ele apontou e blasfemou aos berros. Gritou que não havia como ele estar errado, visto que estava estacionando e estava olhando para trás.
(Há pessoas que preferem omitir-se da responsabilidade à agirem corretamente)

...

Esta foi uma... teve uma outra de quando um velho andando numa moto nova andou muito próximo ao estacionamento e para retirar o carro de um estacionamento diagonal, é necessario sair um pouco, obviamente, delicadamente... assim foi... o velho veio e deu de joelho contra o carro. Burro, andando proximo aos carros caio no chão com o joelho ferido com um pouco de sangue. Depois do escarceu do infeliz, chamado a samu, eles pediram para ele que entrasse na ambulancia (note o bom estado do cara), entrou ainda comentando sobre a moto nova. Depois na delegacia, os policiais viram que o cara estava errado, visto que sua moto sequer havia saido do lugar, tão leve fora a pancada. Depois de pagar a moto, arrumar o carro, o mesmo seguia ligando para casa pedindo indenização pois seu joelho ainda não estava bom. Seus filhos claramente o repreendiam pois viam o erro do pai, contudo, pai velho, pedra dura, não teve agua para furar, ele seguiu enchendo o saco até que uma atitude ríspida por telefone resolveu seu problema.

É nessas coisas que se nota como as pessoas querem apenas o delas. E não se trata de um caso... é uma doença, um comportamento anti social, que aos poucos corrompe a ética moral da sociedade.
Uma pessoa de boa índole, teria no mínimo a capacidade de negociar e vendo um erro, se responsabilizaria.
Triste que de tantas vezes que passei por isso, vi tanto a cena se repetir. Um animal completamente ignorante sempre se mantendo duro e sem jamais pensar em tentar mudar sua visão. Burro, com aqueles tapa olho para enxergar apenas seu pequeno mundinho ao redor do umbigo.


Minha vontade era de matar todos eles. Sem exceção. Extermina-los de sua existência, priva-los de suas vidas, terminar com seu espaço dentro do mundo. Algo me diz que caso o mundo sinta sua falta, seria para melhor, e acho que muito melhor.

segunda-feira, julho 26

PH

Cheguei no super mercado meio desanimado, com sono. Eram nove horas passadas e o mercado fecha as dez naquela segunda feira de inverno. Logo na entrada já vi que estava tudo organizado, tudo pronto para amanhã, bem dizer, tudo no mercado dizia: 'volte amanhã, queremos ir dormir!'. Eu entendi, mas como iria explicar para mãe? Mãe é mãe, poxa...
Eu tinha uma listinha. Sim, daqueles bem de guri, ou de gente sem boa memória (ambos o meu caso), comprei praticamente tudo, dei umas cinco voltas no mercado, já que não havia organizado a lista por seção... então bueno, faltava só mais um item. Papel higiênico.

Entrei com o carrinho na seção dos guardanapos, papel higienicos e toalhas de papel. Muito papel... muito de tudo. Fui para o lado dos rolos de papel higiênicos e fiquei olhando os preços, a quantidade... variavam com rolos, metros/rolo opção de vitamina C, cheirinho de lavanda, entre outras do tipo 'leve 8 e page 7'. Fiquei abismado com a quantidade absurda de opções. Não é um padrão comum, existem os supersoft, existem os neutros, tem neutro folha dupla, tem folha dupla com cheiro de alguma coisa azul que não era lavanda, enfim... opções de mais. Eu ali parado, e de canto de olho observo que havia um funcionário bem do outro lado do corredor olhando para mim. Que coisa, eu deve estar pensando se gasta um pouco mais para não arranhar os fundilhos, ou quem sabe estou parecendo um riquinho pensando se leva agora o cheiro de lavanda ou o vitamina C.

Diabos, que tanta opção! Fosse algo mais simples iria ajudar todo mundo, mas não, é uma indústria, um negócio não feito para alisar nossos rabos, mas para vender, ahh eu odeio o sistema! digo, o sistema não funciona! Fico logo lembrando daqueles rolos de papel higiênico de rodoviária, daqueles marrons que eventualmente vem com um pouco de areia, daquele tipo que tu precisa juntar uns trinta metros de rolo pra não botar o dedo na merda enquanto se limpa de tão finos que são.

Eu não sabia o que levar, não havia nenhum tipo de especificação no bilhete e não valia a pena ligar para saber... achei melhor... seguir meus instintos. Isso. Olhei para um que a embalagem me seduziu e levei sem pestanejar. Depois antes de sair dali, parei, olhei os preços.. ótimo, não era o mais barato e estava longe de ser o mais caro, ah, a folha era branca, ao menos não deve ter areia....

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Lembrei da velha pergunta do George Costanza, como era o papel higiênico a um céculo atrás? E antes? E durante as guerras?

Ah, um dia eu tiro um tempo e descubro... quem sabe até lá já não estamos usando conchas para isso...

sexta-feira, abril 9

A igreja

Daí que ontem eu saí do treino e resolvi mudar o caminho para casa. Ao invés de fazer o mais curto, fui por outro, uma ou duas quadras mais longe que o habitual, é como dar uma volta a mais apenas para sair da rotina.

Antes do final da primeira quadra vejo crianças correndo numa espécie de jardim na frente de um prédio meio diferente, ao menos, diferente do nosso normal, da nossa cultura. Olho de novo e lembro que é uma igreja, daquelas, como é, dos santos dos últimos dias, igreja diferente.
Uma mocinha de uns oito anos correu até um carro que se locomovia vagarosamente pela frente do lugar, ela abriu o portão de grades altas e roxas e se enfiou no carro com velocidade, logo depois ficou olhando pela janela vendo os outros terminarem a brincadeira de pega-pega.

Aquela cena foi ótima, acabei parando para pensar o seguinte, e se a idéia de igreja fosse diferente? Quer dizer, não quero cultos, não quero deuses nem nada dessa coisa que nos lembra igreja, pensei na idéia de um grupo de pessoas que transforma um ato em tradição, para que com o tempo se tornasse sagrado.

Sabe, um grupo qualquer mesmo, vamos fazer assim, domingo que vem, tem churrasco lá em casa, e todos os primeiros e terceiros domingos do mês, haverá um churrasco com carne, muita carne e bebidas a gosto dos participantes. Vamos dar um nome para esse grupo, vamos juntar dinheiro e construir uma cede aonde se faria uma bela churrasqueira. Isso é muito tri cara!

A idéia de igreja, pensa, fizemos aquele esquema de criar uma igreja por lei, dai compramos o primeiro terreno para churrasqueira em nome da igreja. Depois vamos começar a pagar nosso dízimo, que nada mais será que cobrir os gastos de um organizador (vulgo padre) que se encarregará de tocar o rebanho (o gado para o matadouro), ele vai carnear, comprar carvão, todo o resto, verificar certinho quem tem comparecido a igreja e incomodar quem não aparece, assim transformamos um encontro divertido em tradição, para que depois de algum tempo se torne sagrado e nossas mulheres já façam a maionese e tortas de bolacha sem reclamar, cada um teria uma pequena rotina sagrada a qual não se deveria quebrar.

Sabe, começo a gostar da igreja, da minha ali. A igreja é aquele futebol de quarta, o bar da quinta ou ainda os churrascos mensais. Só deveria ser levado mais a sério, mais... como se deve dizer... não sei... deveríamos ser mais fanáticos por esses encontros. Quem sabe até se juntar em dois sábados do mês para jogar age, ou ainda, tib... é talvez só churrasco já esteja bom.

Só precisamos de um nome, já conheço alguns adeptos...

quinta-feira, abril 8

monark 10

ahhh nostalgia...

Estou com meio quarto no chão, uma bagunça organizada, quer dizer, ali está o monte de roupa limpa, ali o de roupa suja, ali no canto são coisas pra guardar, ali no outro, é lixo. Esse ali no meio, perai, também é lixo.
No meio disso tudo achei que seria interessante rotular os cds e dvds que ainda não estavam rotulados... alguns foram fora, outros não, alguns eu abri pra olhar.... bom, num desses encontrei... nome do cd é coisas da familia, o nome de cada um, imagens, fotos....

Abri e me deparo com o passado. Pastas e mais pastas de fotos da nossa primeira e velha camera, além de coisas que não eram tiradas com nossa camera, mas que apareciam por que era mais comum tirar fotos e compartilha-las por msn.

É estranho, mas foi justo hoje a noite que dei uma bela volta de bicicleta com a monark 10 emprestada do irmão da re. Jóia de bicicleta, velha, meio enferrujada também doi a bunda, mas é tri. Voltando da volta até o centro sinto aquele cheiro... não sei nem como explicar, é uma temperatura certa, um batimento cardíaco certo, suor na medida o cheiro de... como eu já chamei, "wind of changes".
Agora, depois de ver a inauguração do rock ali na frente do kchurrasco, depois de ver fotos do outro país, fotos de quando fui mais magro, de quando fui mais gordo ainda, de quando tinha muito pouco cabelo e um monde deles, de quando usava sempre all star vermelho... poxa, faz algum tempo... é como uma... uma onda... no ar, por dentro das veias... encontrei até... heheh, que coisa... isso não é de minha autoria, eu colaborei, mas não foi sozinho, não mesmo. Aos que se recordam... precisamos de mais inspiração...

I was alone lying on my bed
It was Saturday night and I didn't want to stand in home
So I take the phone and call to my friends
I invite them to rock around, and they did* understand

I took the car and speed fast
I pick up my friends and we came to this land

It's cold and dark, have freezing wind that I like
Let's rock, let's roll
This night sounds cool
We didn't get a destination
We drunk a jug of wine
But every thing was well
Cause every street ends in hell

Esta, segundo o nome do txt, foi chamada de Every street ends in hell...

segunda-feira, março 22

segundo

Voltei ao treino hoje, aquela coisa de começar uma mudança na segunda, sabe como é...

Bom, negócio é bem simples, falamos bastante do elevador do prédio em que a empresa se mudou, ele é meio rápido e até que bonitinho por dentro, daí chego em casa depois do treino, meio cansado, tava até por ir pelas escadas, mas daí vi a vizinha gorda entrando, essa que mora no mesmo andar que eu, ela é grande... bom, pensei... se for de escada é quase falta de educação, afinal, acho que ela nem consegue ir até o quarto andar pelas escadas, resolvi ficar. Ah sim, eu sei que ela não gosta de mim, mas o momento confirmou tudo.
- Oi.
Ela respondeu com um breve, realmente breve, aceno de cabeça. Entrei no elevador e apertei o botão quatro mais e uma vez, permitindo que ela visse que sei que ela é minha vizinha, praticamente fazendo assim: uma vez eu aperto para mim e a outra para ela.
Bueno. Ela entrou e se posicionou perfeitamente no meio do elevador, ocupando muito espaço (bola), eu me espremi para um canto, confesso que me espantei por ela não saber do padrão de comportamento humano em elevadores. Um, no meio, dois, meio a meio, três um triangulo, quatro um quadrado e assim por diante, mantendo sempre uma distância boa entre cada pessoa a fim de deixar todos confortáveis com seus espaços.
Depois de me espremer, ela parecia que resmungava alguma coisa, qualquer coisa, e levantou a mão para apertar o botão do elevador, que eu já tinha apertado. Apertou o quatro. Resmungou mais alguma coisa de maneira instantânea e apertou o dois.
Gorda.
Gorda gorda gorda balofa baleia saco de areia bola lua balofa fofa fofuxa gordaça bola de banha gorda gorda. Nossa, elevador para ir até o segundo andar sem carregar nada nas mãos. Mas tem mais é que morrer pela boca.

Logo parei e pensei: Que estupidez, o elevador deixou ela ir até o segundo e nós estamos no primeiro!
Quanto será que poderíamos economizar, se isso fosse meio que proibido? Quer dizer, nunca ir dois andares acima ou abaixo do andar atual, isso faria as pessoas caminharem um pouco mais, economizaria energia... nossa, pra mim naquele momento era quase uma salvação mundial.

Acabou ela demorando mais ou menos trinta segundos a mais apenas para desembarcar o poço de banha no segundo andar. Triste... gorda.

segunda-feira, fevereiro 22

o rebanho

Daí eu entrei na igreja, mais uma vez após seis anos de abstinência. Bueno, tudo parece ruim, até que piorou. O não tão velho lá da frente vestido de brando com uma espécie de cachecol roxo bem longo e fino falava no microfone.
Falava coisas como, como devemos ser, como devemos agir e pensar. Nos dizia de uma maneira não tão direta o que fazer.
Me senti um bosta. Parece que nunca será possível chegar ao que se deseja ser. Ou que se espera. Sempre somos pecadores, nunca merecemos nada, mas com sorte, digo, com jesus no coração, talvez quando chegar a hora H ele tenha piedade (por que nos arrependemos de tudo de errado que fizemos durante a vida) e nos deixe viver eternamente e em paz.

Não entendo como esse tipo de pensamento pode facilitar a vida das pessoas, sempre inferiores, sempre devendo a deus, sempre temendo e dando a bundinha. Vi os velhos depositando mais de cinco pila na caixa que passou e da uma certa pena.


Não bastasse o discurso decadente e depressivo, também tem o gestual, humilhante. Ajoelhar, ficar de pé, sentar, ficar de pé, ajoelhar. Mas vai tomar no *(não é uma censura, é uma expressão gráfica da palavra)! Ajoelhar daquela maneira é como uma penitencia ou súplica por qualquer coisa que nunca devi na vida!!
Principalmente agora com a dívida externa paga.

Os casamentos até são quase bons discursos e não se levanta tanto, mas de toda forma, só o fato de entrar numa igreja, já está me fazendo mal. Bate uma depressão de ver tanta gente precisando de uma história de contos de fadas para viver, como crianças que nunca amadurecem e precisam sempre de um lindo conto de ninar para que durmam em paz e, encontrem consolo numa maravilha absurda.

Antes de sair, vejo todas as pessoas da igreja como ovelhas. Burras. Um rebanho de deus, onde os caras lá da frente, tanto o posando de quadro quanto o bem vestidinho e vivo são os pastores, os que mandam as ovelhas caminharem, comerem, se agruparem. Os mesmos que futuramente irão tosquealas e quem sabe botão sobre o fogo de chão para um bom churras.
Bom, pobres ovelhas... sem opinião própria sem motivação própria... tão ovelhas que são burras.

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Ó senhor! por que tanta gente burrrrA?!

sexta-feira, fevereiro 19

as árvores somos nóses

Inicialmente tive a impressão de que parecia mais uma conversa chata e mesquinha sobre temas que já havia resolvido em minha cabeça, contudo, entre uma vírgula e um ponto, vi que se tratavam daquelas pessoas que merecem ouvidos, os meus amigos. Sempre um surge com um ponto que eu não havia identificado ou não por aquele ângulo e que acaba me chamando atenção, sempre novidades e pensamentos distintos embora todos perfeitos.

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Estava eu em minha ditadura perfeita, onde todos viviam com o mínimo e se contentavam com isso, pois era formada uma sólida ideia de grupo, onde todos trabalham para todos, pois todos teriam ideia que caso o lixeiro deixasse de fazer seu trabalho, o banqueiro iria sentir o problema.
Eis que me derruba do palanque de discursos o seguinte:
-Tu não acredita em evolução?
Touchet.
Minha ideia se baseava no grupo, no social de um formigueiro que vive como um órgão, todos com o mesmo valor. Contudo, nós, mamíferos vorazes, não temos a semente de comodidade plantada em nossas entranhas, temos inveja, temos orgulho. Pronto, meu mundo perfeito acaba de desmoronar para dar vez ao melhor de todos os sistemas, a natureza.
A mesma lei que rege aqui e em qualquer outro lugar, o mais forte vence. sobrevive. o mais eficaz, o mais astuto, o melhor.

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Essa ideia de natureza me fez pensar que sendo assim, mesmo que tenhamos destruído a mata, que acabem os estoques de minérios disso e daquilo, que a temperatura suba etc etc, a natureza irá sobreviver, afinal, todo ser vivo apto a seguir vivendo, viverá, nos resta perguntar-nos. E nós? Conseguiremos?

domingo, janeiro 17

doze

Dai eu chego em casa e vou tomar banho. Termino de me lavar e vou lavar roupa, tiro do varal o que tinha de roupa de sexta e vou começar meu trabalho, ligo a tv, minha companhia da solidão divertida.
Certa altura da noite, mais uma vez, Haiti. Me entulharam de pena durante a semana toda... e...

-Ó céus! por que senhor!??! óóóó porqueeee!?!?
mas meu deus do céu por que diabos fazes isto com este pobre povo preto?!

Sim, daí agora isso tudo é culpa do homem. Não por que o homem isso o homem aquilo... ah, mas vai tomar no meio do rabo do seu meu senhor! Todo mundo desesperado e tem gente botando dedo pra fazer culpa. Tem gente pedindo a deus ajuda!

-Por que ó senhor fazes pessoas tão burras a ponto de acreditarem em ti tão cegamente que não fazem nada para mudar o mundo além de culparem uns aos outros!?
-Senhor, dai me forças e pelo amor de teu filho, dai me paciência, tolerância para que não mate ninguém, para que não deixe a razão mandar em minha mão e apagar do mundo as pessoas inúteis e burras. Ó deus, custava fazer um teste antes de soltar o homem, custava ter certeza que não ia ser um completo estúpido?


Dizem que o mundo acaba em dois mil e doze, que o messias virá, que já existe um anti cristo e nanseiq... olha, não vejo a hora de por minhas mãos no desgraçado imbecil que fez tamanha estupidez, cria, fica brincando de deus, ai ui eu sei de tudo e vocês não são de nada, se faz de mocinha, é todo viadinho e banca o enciumado que precisa que provem amor, sendo que nunca ninguém comeu o rabo do desgraçado, que venha dois mil e doze, que caia tudo por cima, farei o possível para estar de pé com um

Chega, vamos dormir, mais perto de dois mil e dez, e rezando pelo povo preto do Haiti.