segunda-feira, dezembro 28

coisas 2009

De novo eu me espreguiçava sozinho em cima de umas rochas a beira mar. Lembro-me como se fosse ontem quando foi a última vez que o fiz, em outro oceano, a algumas leguas daqui. Curioso que também lembro da penúltima, e de outra antes dessa. É como se esses pequenos momentos que passei sozinho ficassem cravados na memórias. As paisagens se foram, são todas iguais e sem graça, inspiradoras, mas sem efeito no mundo não direto.

Os detalhes de como cheguei até ali são bastante simples, pedra sobre pedra, passo atrás de passo, acabei pulando umas que outras e finalmente cheguei ali, tranquilo, sóbrio, sozinho.

Em todos esses momentos desejei uma cerveja, pombas, nunca lembrei de levar uma, com sorte na próxima.

Parando agora para pensar, me lembrei de um momento semelhante ao das pedras em tramanda beach, onde os gigantes se levantavam ao fundo e a cerveja corria garganta a dentro.
Aquele tempo foi perfeito, o único arrependimento que carrego desse tempo, foi o atraso que nos levou a algumas horas em pé no ônibus. Fora isso, não tenho nada, tudo foi a vida que eu sempre quis ter tido e felizmente, tive.

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Os tempos já são outros e estou em outro mar, em outra areia. Estou com as melhores cervejas, numa das melhores camas, e mais de uma vez, penso em como seria bom estar no chão duro e cru de qualquer camping ou montanha. A cada novo passo penso em não errar, em fazer a escolha certa, o almoço, o lanche, o ponto na praia, tudo me parece quase um teste, cada vez que devo escolher, ou simplesmente ocupar um determinado lugar, tento parar e me esforçar para não errar. Isto, errar, é como se qualquer coisa que eu esqueça ou faça mal ou não faça desconte pontos de uma prova. Uma prova simples, de sociedade.

Eu tenho aquele maldito problema social. Antisocial.
Vejo aquelas famílias, aqueles casais sentados na praia e penso que todos estão de bem com a vida, ou estão ao menos, pensando em nada, apenas vivos e ali sentandos. Curioso que imagino os cachorros que os acompanham olhando para eles e pensando mais que os donos. É uma merda só, não descanso, apenas os vejo e imagino tudo o que posso sobre o passado e presente de cada indivíduo que passa pela minha frente.

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Aquela gordinha certamente foi gostosa um dia. O velho é medianamente rico, possui um corolla e parece se cuidar um pouco, quer dizer, sua barriga não permite aquilibrar uma latinha.
O velho já esquece de trepar com a gorda, afinal é gorda, pelanca anca e banha para qualquer lado. Uma amante, talvez a empregada. Não a gorda não deixaria ter uma boa empregada.

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Aquelas duas ali, solteiras e provavemente nos seus trinta e poucos. Comeria-as, com toda certeza, sempre gostei de experiencia, ainda mais com óleo e um belo bronseado. Duas vacas. São mulheres já vividas de mais, é necessário um homem muito bem sucessedido e que as deixasse tremendamente excitadas para elas tomassem jeito. Que vem a ser tomar jeito? Deixar de se mostrar, quem sabe destatuar aquele dragão das costas, coisas assim. Uma delas parece ser mais nova, provavelmente vinte e oito. Colega de trabalho, de faculdade, no máximo. Não possuem lá muito dinheiro, mas são bem sucessedidas. A mais nova parece que ainda vive na casa da mãe. Não existe nada que a mesma faça sem que a outra mais velha de alguma opinião ou tenha feito antes.
Frangas na chapa. Trinta minutos, virar. Trinta minutos repassar banhar no corpo. Isso sempre a mais velha "puxa", a mais nova vai atrás e pega as manhas de como se uma velha interessante.

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Acabei num maldito hotel de ricos. Não ricos ricos, mas gente que paga quase trezentos reais a diária. Claro, estou pagando também, estou pagando muito caro para pensar, para tomar minha cerveja tranquilo e confortavel. Todo dia acordo arrependido, triste com meu bolso, infeliz de não ser um bom maluco sociavel, sabe aqueles sociais? Políticos, vendedores, gerentes. Aquele pessoal com o dom da palavra, a qual infelizmente não pertenso. Por que não pertenso? Ó senhor, por que? Eu penso de mais. Paro penso, raciocino e digo, besteiras ou não, sou direto e nada sedutor, sou preciso no que desejo o que me faz um belo inútil na manipulação de pessoas. Talvez por isso estou aqui, tentando me socializar com um pessoal de cacife maior, maior mesmo. Cacife de pagar quase quatro por uma lata de skol e sequer comentar que é caro, apenas compra, bebe. Calado e sem dor.

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A bohemia está acabando de novo e penso seriamente e terminar com todas elas aqui mesmo, escrevendo até vomitar por cima de tudo ou cair para o lado de sono ou o que for. Não vou fazer isso por respeito e amor a minha querida parceira, mas confesso, certos momentos me fazem querer sumir, pegar as amigas bohemias levalas para um longe lugar, sentar e beber, beber por que faz bem, por que me deixa tranquilo e sem stress, me livra da bosta toda que é esse mundo.
É, é isso aí, mais uma vez, aquela vontade de explodir tudo, de esquecer de tudo, largar de mão, deixar a natureza mandar em tudo, deixar as coisas... deixar... deixar levar... deixar acabar, construir, criar, deixar que queime.

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Vou convidá-la para tomar um banho na piscina.
Não foi muito com a idéia.
Queria fazer um mínimo para agradar, para estar comigo, mas não a piscina. Lá é muito.
Pena. Não faz diferença, mas é curioso...
Incrível como é bom ter alguém assim por perto quando um pensamento mortífero base a porta da cachola. Como é bom ter alguém assim por perto, mesmo que fora da piscina.

domingo, novembro 15

rio, lixo e refri

Parei de frente para o rio. Era uma ponte de duas mãos para pedestres e mão única para carros.
Havia visto essa mesma ponte na sexta, enquanto caminhava com as bagagens depois de descer do ônibus. Lembro que estava feliz por estar ali, sozinho.
Caminhei até o outro lado e desci pela calçada de madeira logo na margem do rio. Via-se sem nenhuma dificuldade galhos podres, e muito lixo acumulado pelos cantinhos e todo e qualquer lugar que pudesse parar porcaria. Desci as escadas e no ultimo degrau escutei um barulho rápido e rasteiro no canteiro ao lado de meus pés, um lagarto me olha meio assustado, provavelmente pensou: "que diabos esse maluco esta fazendo por aqui em pleno domingo no meio dia?".
Ah, eu estava só caminhando mesmo, olhando um pouco pra fora, nada de mais.

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Parei, olhei aquele lixo todo... lembrei daquele documentário sobre a ilha do lixo, no meio do mar e tal... incrível... parei e pensei naquela velha história do lixo, sabe aquela coisa de por o lixo no lixo e tal? Começo a pensar que isso não adianta merda alguma.

Pensa só. No começo não se juntava o lixo de todo mundo e o lixo ficava na rua, nos arredores das casas, das ruas. Daí claro, pra não deixar feio, resolveram juntar tudo e botar longe dos nossos olhos, mas na real na real, não se faz nada, só se troca de lugar.
Pensei que seria interessante se as coletas de lixo parassem de funcionar e cada um tivesse que dar um destino ao seu próprio lixo. Seria no mínimo, fédido.
Aqui na casa dos Fattori muito, ou quase tudo do que resta de orgânico, vai para a roça. Volta para o solo e no fim acaba ajudando próximas colheitas. Claro, esse tipo de lixo é o único lixo que tem como se reaproveitar facilmente, mas não interessa. Pense que cada terreno ganhe um pequeno pedaço de terra para despejar seu próprio lixo, tipo um puxadinho de terra ao lado de cada casa, nos fundos, sei lá, nos apartamentos, um quartinho do lixo. Imagina só que tri, conviver com nosso lixo, dia a dia, aquele fedor horrível e cada vez mais lixo... com o tempo se chega a brilhante conclusão que é melhor comprar um terrenão só pra por lixo... agora pense que todo mundo ia ter que ter um terreno pra isso...

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Passei pela segunda tempestade de verdade aqui em Três Coroas. O rio sobe de verdade, vem agua e barro na casa de todos os ribeirinhos e muita gente perde a casa em deslizamentos de terra. Incrível, segundo a Sra. Fattori isso não acontecia seguido assim a muitos anos...

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Uns caras passaram e me pediram um crivo. Infelizmente não tinha, até, se tivesse estaria fumando uns tantos de uma vez. Do mesmo, olhei para o lado e vi várias bitucas de cigarro a minha volta e duas ou três carteiras de cigarro já com musgo em cima...

Levantei do banco, e fui comprar um refri de latinha.

terça-feira, outubro 27

canhoto

Certa vez eu acreditei na política.
É sério, devia ter uns treze ou quinze anos de idade. Meus pais já tinham um pouco de política em casa, livros, jornais, conversavam a respeito disso as vezes, enfim. Vivi desde de pequeno vendo um pouco disso, de longe.

Lembro das conversas banhadas com cerveja entre meus tios e meu pai. Alguma história velha sobre alguma construção mal orçada, roubos, fraudes públicas, etc... era tão normal falar a respeito disso que acabei gostando da idéia.

Fiz dezesseis e fui pegar minha carteira de habilitação para voto, o título. Confeço que foi a coisa mais besta que já fiz na vida, fora os erros de português que seguidamente posto aqui e uma ligação...
Manhã de sábado, levei os documentos necessários e voltei com o dito cujo. Ia mudar tudo agora, afinal, faria a diferença.

Fazem mais de quatro anos que tenho e uso esse tal título e nunca vi diferença alguma, só uma perda de tempo nos dias de eleição.
Hoje eu desconfio de todos que dizem que me representam, tenho sempre um pé atrás quando vejo alguém com algum cabelo branco e vestido com terno.
Me da repulsa em pensar que tem gente que ainda acredita nessa incrível baboseira populista.

Paro, e penso que número maior de votos apenas define uma quantidade maior de pessoas que foram persuadidas a votar em determinado condidato, simples assim.
Tanto dinheiro com propaganda, muitos experts de marketing, muito dinheiro para papelzinho no chão, santinhos e até cestas básicas. Pra que? persuação, poder de marketing, a mesma idéia utilizada na venda é utilizada nas eleições, isso significa que quem vota, não vota por que pensa, vota por que foi persuadido, até me arrisco a dizer, iludido.

Não tem diferença de candidato, muito menos de rótulo (partido), tudo não passa de balela.

Muita gente pensa que cara que sabe votar vai atrás do histórico dos candidatos, pesquisa a respeito do cara, do partido, etc. Contudo, quem vai fazer isso com todos dizendo ao mesmo tempo (nas épocas de eleição) todas as maravilhas que fizeram? Sempre cobrindo as pessoas?

Primeira correção política. Fim a toda e qualquer propaganda, principalmente em época de eleição. Quem quer saber quem é o cara, que pesquise por conta e descubra. Google, que seje.

Depois de todo o marketing, cheguei a me perguntar se eu realmente sabia votar, afinal, ajudei a fazer do Tarcízio Zimmerman prefeito de Novo Hamburgo (um grande parenteses: contudo... o desgraçado resolveu acabar com o plano de carreira dos professores municipais, o principal incentivo e garantia da classe, ele quer acabar. Não quero entrar nessa discussão, mas o detalhe é simples, ao invés de pensar numa solução, ele corta tudo e pronto para quem entrar, é mais rápido e prático).
Não sei até hoje se sou capaz de identificar um bom candidato, significa que nem eu sei quem eu quero que me represente, talvez alguns amigos meus, os caras que sabem o que eu provavelmente faria, mas assim, um cara com quem nunca tomei cerveja provavelmente não sabe o que eu quero.
Daí, pensando na atual proposta de eleger sempre um desconhecido, pensei que talvez fosse interessante uma prova de aptidão ao voto. Ou seja, tu precisaria ter um mínino de interesse em política e uma boa noção sobre todo o país para poder votar, um provão realizado regularmente para garantir que as pessoas que possuem título de eleitor realmente saibam escolher.

-Mas e a maioria? como fica?
Pôs olha, a maioria que se foda, a maioria também poderá votar se for capaz de provar que sabe.

-Mas eles não vão ter instrução pra isso, não terão chance contra pessoas que tiveram oportunidades melhores.
Exatamente é essa a idéia, não contaminar os eleitores com gente burra. Com todo o respeito, mas, fazer o que. Eles devem apenas confiar que as pessoas que pensam de verdade saibam escolher por elas.

-Mas isso é contra os direitos da maior parte da população!
Negativo, é contra os direitos da população eleger ladrões e safados canastrões que furtam boa parte da grana, pagam viajens "muito importantes" para familiares. Isso é contra os direitos. Voto não é direito, voto é coisa séria pra sair distribuindo de qualquer maneira. Os direitos da população estão errados, estão esquerdos.

segunda-feira, agosto 24

sobre a burrice, parte 1

Descobri ontem, que a burrice começa na inteligência.
Não me refiro a idéia de diferença e comparação, mas na própria burrice mesmo, quanto mais inteligente mais burro. Não, não me refiro a especialidade de cada um, da idéia de dominar mais um determinado seguimento e ser burro em todo o resto, não, não é essa a idéia. Idéia, aliás, agora sem troço ali. Ideia.

A burrice começou sedo.
Quando se começou a caçar e usar a pele dos animais para se aquecer e usar pedras ao invés dos dentes, ali começou a burrice.
Com o passar do tempo, o ser humano foi se tornando cada vez mais perspicaz, dominante, sempre usufruindo de sua cabeça para obter o que suas unhas e dentes não lhe permitiam.
Os animais seguiram os mesmos, um pouco menos tapados e já compreendiam o perigo que era um humano, uma minhoca de carne que conseguia se mover sem se arrastar.
Tudo isso, se deve a incrível capacidade de raciocínio humano combinado com seu polegar que permite o movimento de uma pinça com os dedos. Isso fez com que se pudesse manusear praticamente todos os objetos de uma maneira minuciosa, logo, usando bem os objetos se poderia criar mais objetos úteis e assim por diante.

Eis a burrice.
A evolução deu cada vez mais ideias ao homem, este foi evoluindo, caminhando mais ereto enfim, emburrecendo.

Chamo de burrice, porque a arma humana, o polegar e o cérebro altamente desenvolvido, permitiu o homem dominar sem nenhuma restrição, permitiu que se usasse tudo a sua volta ao seu favor. Tudo.
Um animal completamente dominante, sem freios, sem nada que possa dete-lo.
É como ter apenas um representante político e não ter direito a voto. Ele pode mandar e desmandar, fazer o que bem entender com a população inteira, definir suas leis e mandar em tudo e todos com quiser, afinal, ele pode. Por que não?

Claro, faz sentido, não? Ficar tão forte que seu poder o cega e sua arrogância o torna mais capaz que todos os outros, isto faz de você o dominador. Burro e cego às necessidades de todos os outros, inclusive a falta de noção de sustentabilidade do seu reino eventualmente acabará implodindo-o.
O negócio é simples, a inteligência humana é o seu próprio conceito de burrice.
Enquanto animais não fazem determinadas coisas por instinto, o ser humano insiste em compreender aquele fato e buscar uma explicação. A informação lhe da mais poder, pois compreendendo o que significa cada coisa, é capaz de usá-las a seu favor, ou seja, ignorar o contexto e o sistema em que o fato se da.
Um ótimo exemplo, o primeiro fogo feito a mão, com toda a certeza foi utilizado para queimar animais e plantas, foi o início da dominação. Nada era capaz de criar o fogo de maneira intencional e utiliza-lo para o que bem entendesse, logo, toda informação se transforma numa arma humana contra todo o resto.
Mas onde está a burrice? Afinal, era uma maneira de se sobreviver, a burrice está na ignorância. No momento em que se garante a dominação e se toma conta do que bem entender, todo o resto começa a desabar lentamente.

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Aquecimento global é burrice é resultado de burrice em massa.
Aquecimento global nada mais é do que o mundo em poder dos humanos por muito tempo. Uma maneira de frear esse problema era simples. Matar humanos. Isso acontecia com frequência a muito tempo atrás, onde doenças reinavam, acabavam com bandos inteiros, a medicina não era avançada o suficiente fazendo com que um corte fosse suficiente para matar alguém. Animais que tinham a chance de matar um humano desarmado não perdiam a chance.
As evoluções fizeram a proteção humana, fizeram os humanos dominar completamente e acabar com suas únicas fraquezas, as doenças, os inimigos invisíveis, as catástrofes naturais. Agora nos protegemos de furacões, terremotos e qualquer boa espingarda da conta de qualquer animal.

Resultado, dominação completa, sem excessão. Nenhum restringimento a não ser seu próprio raciocínio, sua razão, suas leis, seu egoísmo.
A burrice disfarçada de evolução.

domingo, agosto 23

cateto

Estávamos conversando no meio de um cruzamento.
Um corredor simples de faculdade. Largo num sentido como se fosse avenida e entradas perpendiculares de largura menor como simples ruelas que levam até as salas.
Era uma rodinha de quatro pontos/malucos.
Cada um num curso, mas com origens e temas em comum. Os temas faziam a roda girar, momentos clássicos que provavelmente nunca serão esquecidos. "O pessoal da facul", sabe como é... tem a gina, a bia, o juju, o zecão, o jotajota, o gui, a pri, enfim, todos aqueles apelidos clássicos de facul que na maioria das vezes não identifica suficientemente uma pessoa, identifica dentro de um grupo, mas apelido igual tem em cada turma.
Eis que surge um amigo de apenas um de nós, saúda o cara da roda e segue em frente, apenas tangenciando nosso círculo de conversa. Em instantes me vi como um cateto oposto observando a tangente.
Nem faço matemática...

quarta-feira, julho 29

porco


E a gripe nem tinha nada a ver com o porco...
Bom, saúde!

quinta-feira, julho 9

liberdade

Liberdade. Palavra grande, ampla... até diria um sonho impossível, já que sempre estamos presos a alguma coisa. A nossos corpos, a nossasidéias, nosso mundo, tudo, qualquer coisa, estou preso a estas vírgulas que saem da minha cabeça.
Que dia irritante. Odeio ver as coisas serem feitas da maneira errada. Isso é como um tanto assim de ferro branco cravando peito a dentro.

Tive uma rejeição crua e ignorante hoje para um pedido simples de folga, perfeitamente negociável, mas importante para mim, claro, ninguém além de mim conhece essa importância, mais uma vez preso, e outra vez pela negação da folga de segunda que vem.

Que diabos faço com a minha vida. Eu ainda tenho aqueles vinte e poucos anos, mas já me sinto com quarenta, me vejo solto sem estabilidade com nada nemninguem. Minha mulher que me perdoe, mas em meus sonhos nem sempre eu estou ao lado dela, muitas vezes sozinho acordo semi-nu suando e pensando no que era aquilo que vi de olhos fechados. Meu futuro incerto.

Posso tomar as rédeas da minha vida, o que é traduzido em "me atirarei aos leões e com a areia do chão vou controlar sua visão fugindo para ondequizer.". Isto é igual a sorte, a agilidade de não ser pego antes do bote.
Faço aquele projeto.
Invento uma maneira mais fácil de ganhar a vida (dinheiro).
Antes era tão fácil, simples cru.
Bastava ir a aula, passar nos testes, tirar o mínimo. Agora, por conta própria, assisto a um programa no sbt onde homens com seus muitos anos buscam por mulheres, e incrivelmente, mais mulheres estão atrás de homens.
Que patético. Eu sou um pateta, patetaço, mas assim também não.
Contava a história de três caras bastante diferentes, atrás de algum amor promissor.
Um deles, um italiano que mora no Brasil, contou os tantos e tantos lugares que foi e quando amava a liberdade.
Conheço aquele tipo de cara, aliás, me reconheço quase como aquele maluco, um cara que pensa que viajar é tudo, e que isso fará sua vida maior, melhor, fara sua vida.
Eu só acho uma pena que já não penso assim, que já acho que nunca estarei completo. Não sei se filhos farão a diferença, ou se um anél no dedo mudará tudo. Acredito na instabilidade e no equilíbrio. Os doissempre instavelmente equilibrados. Hora mais um, hora mais outro, mas na média, equilíbrio.

Mundinho de coincidências...
Eu ia viajar o mundo, percorrer tudo e ter na cabeça uma lista incansável de aventuras vividas por todos os lados do mundo. Faria tudo. Um pato.
Isto, um pato. Eu queria quase voar, quase correr e provar tudo, sempre pensei assim...
Ahhh que caixinha de surpresas que é essa vida, parece um kinder ovo. Me apego a idéias que me fixam, a pessoas que me enraizam. Mas tudo, ao mesmo tempo, é tudo que eu sempre quiz.

Espero viver o suficiente para me considerar um pato, e quando chegarem as invasões bárbaras, eu esteja pronto para infrentar os inimigos sem medo do meu calcanhar de aquiles ou do machado dos vikings.

sexta-feira, junho 19

final de semana

È, odeio muito mais a terça feira do que qualquer outro dia da semana.
Certo, segunda, todos odeiam segunda. O começo das obrigações, o princípio da desgraça, a rotina de sempre... segunda é aquele dia que todos normalmente odeiam. Ai ui, eu sou diferente, eu odeio mais é terça...
Ah, segunda é aquele dia de começar de novo. Tanto as desgraçadas rotinas chatas quanto qualquer outra novidade, quase sempre se faz numa segunda. As dietas, tão simples dietas, sempre começam, ou deveriam começar, na segunda. Segunda é mais aqueles dias de início de novo hábito, de lançar ideias, é o dia que se pensa. Tá, vou fazer o trabalho amanhã, dai fico livre pro resto da semana. Segunda feira começa aquele feira de tecnologia, de calçado ou seja o que for. Segunda é o como o primeiro dia para qualquer novidade, o dia da impolgação, da animação por melhoras. Segunda sempre começa relativamente bem. Terça, piora.
É um gráfico de animação pessoal, como um morro para se escalar durante a semana. Escalar parece íngrime, digo, subir... Segunda, no pé do morro, todos com suas mochilas, prontos para começar, animados, pensando as fotos para tirar quando chegarem no topo, na bandeira que vão colocar lá etc... Segunda se começa a caminhada, pode começar bem, ou pode ser um gordinho reclamando que vai ter que subir tudo aquilo pra nada... Terça é a pior parte, se está no começo, se ve o caminho todo pela frente, vem a frustração das coisas não serem tão fáceis quanto pensadas... enfim, é terça.
Terminado terça, chega a quarta feira, a metade do caminho, agora só falta descer o morro todo novamente. Na quarta se pode cravar a bandeira no topo do morro, tirar fotos com gosto. É um bom dia para uma cerveja sozinho ou não, para descansar a cabeça... afinal de agora em diante, todos os santos ajudarão. É só ladeira...
Quinta, o meu favorito. É o dia da maior velocidade de decida, que pode ser mais exaltada com um xis olhando um jogo com amigos, ou olhando um programa legal de televisão. Enfim, fazer algo que se gosta ajuda a chegar a sexta feira com mais velocidade e melhora a ideia de que a semana já está acabando.
Sexta é como bater no chão e vir rolando, tu pegou tanto embalo na quinta com aquele xis com batata frita e muita maionese que acabou tropeçando na ladeira e veio levantando poeira com o próprio corpo. Agora, sexta, pela manhã, é se limpar, juntar seus trecos atirados pelo chão na beira do morro e conseguir um ônibus ou carona pra voltar para casa e finalmente curtir o final de semana.

sexta-feira, maio 29

banco

Saiu pela porta da frente e virou a esquerda. Próximo do barranco e ao mesmo tempo da porta, haviam dois bancos virados um para o outro. Sentou-se ali e fitou aquela cidade que não lhe pertencia, era nada no ar frio daquele inverno novo.
Céu azul sem dono, logo ali em cima, na reta de sua visão, um claro adornado de nuvens, um céu para todos. Haviam casas nas colinas abaixo, barracos, casas, castelos. Dois irmãos tocavam logo ali, depois da curva da estrada de pedra emaranhada. Mais para trás, num campo bom, se pode enchergar um mundo novo cheio de burgueses. Os de cá, num porto nada alegre rezavam para são leopoldo suplicando melhoras. São Leopoldo, este e o seus botões andavam sóbrios por cima da água. Canoas cheias de pobres almas flutuavam leves de carga e pesados de dor. Ivo tinha ouro, de todo tolo, acabou feio fedido e falido. Sua velha estância ficara abandonada, ilhada.
Abrindo os olhos, olhando para o pé, se levantou rindo e voltou ao trabalho.

segunda-feira, maio 25

círculo

Estávamos conversando no meio de um cruzamento. Um corredor simples de faculdade. Largo num sentido como se fosse avenida e entradas perpendiculares de largura menor como simples ruelas que levam até as salas. Era uma rodinha de quatro pontos. Cada um num curso, mas com origens e temas em comum. Os temas faziam a roda girar, momentos clássicos que provavelmente nunca serão esquecidos. "O pessoal da facul", sabe como é... Eis que surge um amigo de apenas um de nós, saúda o cara da roda e segue em frente, apenas tangenciando nosso círculo de conversa. Em instantes me vi como um cateto oposto, sempre procurando o outro lado dos assuntos.

sábado, maio 16

palhaço

O negócio é simples. Chega uma hora na vida, aliás, chegam várias horas na vida em que as coisas mudam. Que se "evelui", se troca de um tipo de gostos, de um tipo de atitude para outro. Passei até agora, as cinco da madrugada, trabalhando na empresa. Trabalhando de verdade, não abri joguinhos, não entro no orkut, não uso msn nem gtalk. Trabalhando, fazendo o possível pra resolver os problemas que existem e criar as coisas em tempo do cliente ver, aprovar, pagar e todos sairem felizes.
Chego em casa, e como era de se esperar, ninguém está esperando por mim. A vontade que tenho é pegar um martelo simples e matar alguém ou roubar um carro. Pra que o martelo? não sei exatamente, mas tenho que certeza que em momentos de necessidade ele me ajudaria muito, seja lá o que fosse fazer.
Bom, de novo, os tempos mudam, e nós mudamos com o tempo com as merdas que fazemos, ou quem sabe, deixamos de fazer. Bueno, preciso sair daqui. Sair no sentido de comprar meu próprio teto. Cheguei em casa e minha irmã mais nova está dormindo na minha cama. Meu quarto uma desordem, nada certo, tudo esculhambado do jeito que eu não deixei.
Vou até a cozinha e me escoro no arco da porta que não existe. Olha para o fundo da cosinha e entendo que nada, absolutamente nada daqui é definitvamente meu, nada além do meu próprio conhecimento.
Hoje a noite aqui na selva, quem dorme é o leão...
Hoje a noite aqui na selva, quem dorme é o leãããooo....
aaaauuuuuu iiiiiiiiii iiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ii i ii ii ii aum aum aumeeeee

Só hoje fui descobrir o quão palhaço sou.

segunda-feira, abril 27

o tio de chapéu

Era uma viagem comum.
Ele não podia fumar ali dentro, mas seu vício o fazia pensar em quão bom seria. A estrada corria na escuridão do lado de fora do ônibus. A janela aberta e conjunto com a posição do seu braço fazia com que o vento adentrasse pela manga da jaqueta até seu peito, causando um ar de liberdade interna. Livre de tudo, enquanto fitava as moitas que passavam voando ao lado do ônibus.
A noite cálida trazia para dentro daquele vagão auto-suficiente um passageiro a mais, de tempos em tempos.
O click clack clássico do pisca laranja podia ser visto de longe, uma luz indicando uma parada. O motorista habilidoso fazia a porta parar bem de frente para o novo passageiro, este, entrava encarangado, mãos no bolso e certo alívio por ter conseguido um ônibus aquela altura da noite.
...
Passou-se meia hora. Uma velha gorda era a última a entrar, se sentou bem próximo a porta de entrada. Gorda como um saco de batatas atirado sobre a carroça, a velha se expandia por todo o espaço dos dois bancos que agora gemiam com o terreno quebradiço ao segurar as ancas da velha.
O penúltimo cara a entrar parecia um claro roceiro, homem magro, forte e de pele maltratada por sol e enxadas. Sentou-se no meio no ônibus, calmo e sereno. Simpatizei com ele, parecia ter uma alma leve, de dever cumprido, de certo vinha da cidade e voltava para casa. Trazia com ele uma sacola daquelas feitas de saco de milho, não sei bem o nome daquela espécie de sacola, mas é algo simples, duas alças de corda e o saco. Parecia cheio.

Andando durante a noite, notei o quanto gostava daquilo ali, da breve solidão, da solidão temporária e certa. Viajar sozinho, à noite e estranhos no caminho, vento as luzes longe... Romântico ou brega, eu me encaixava bem naqueles termos. Só um latino americano sem dinheiro no bolso nem parentes importantes. No caso, indo para o interior.

...
Dado um período plácido, mais uma freada pensada e a porta para diante de outro novo passageiro. Este sobe tranquilamente o ônibus e quando se vira para o corredor, visualiza-o com calma e procurando algo.
Ainda em pé, o motorista arranca o ônibus, o cobrador se aproxima dele, e pede por que bandas ele irá passar. Segurando-se com a mão esquerda num dos ferros da estrutura, usa a outra mão para sacar um trinta e oito preto da parte de trás da calça.
-Fica quieto e continua dirigindo. Afirmou apontando o cano para o motorista que lógico, quase perdeu o controle ao se deparar com tamanha audácia.
-Calma aí moço! O cobrador se escorava com as mãos meio pra cima meio pra frente, não sabia se tentava algo ousado ou ficava quieto.
-Passa a grana dos teus bolsos pra cá. Anda logo!
O cobrador trêmulo com as sacudidas do ônibus e de medo por ver uma arma apontada para ele tirava aos poucos notas de troco do bolso e as atirava em direção do meliante.
-Anda logo porra! Um tiro voou pela janela aberta ao lado do rapaz.
Agora todos se puseram quase de pé e prestavam atenção. Alguns bateram suas cabeças na janela no susto do tiro, e todos entendiam o que estava acontece quando olharam com caras de gato para frente do ônibus onde tudo acontecia.
-Atenção todos aqui! Quero que sentem cada um no canto de sua poltrona, eu já vi que não existem crianças, por tanto todos na poltrona do canto ou vou começar a usar meu brinquedo!
-Tu, seu babaca, pro fundo do ônibus. Disse ao cobrador e com a ponta do revolver indicou a ele para deixar no chão o bloco de passagens.
Com os nervos a flor da pele, todos no ônibus fizeram o que ele havia pedido. Até mesmo o simpático tio da roça, olhava para o homem com um desprezo nos olhos, mas fez o que lhe pediu. A velha gorda, engraçado, não tinha como sentar no canto, pois o canto era o meio, o lado e o outro lado tudo junto.
Quando o homem começou a andar por dentro do ônibus, todos se puseram como estátuas, cada um no seu canto. O homem foi um a um pedindo carteira, que dissessem o nome e celular.
Peculiar a pedida de do nome, talvez fosse para achar alguém conhecido, ou quem sabe apenas curiosidade.
A velha gorda, aparentemente se mijou. Não sei se era vômito ou o que, pois não consegui a ver vomitando, mas vi a poça de algum liquido no chão do ônibus, na altura dos bancos onde ela sentava.
Ao chegar próximo do tio da roça, o homem mandou com grosseria que ele tirasse o chapéu imediatamente. Eu me sentava próximo ao velho, duas poltronas atrás, e tinha o sangue fervendo de raiva por não estar armado para dar um fim aquele maldito.
Ele não tirou o chapéu, ficou imóvel. O homem armado e agora suando, ficou nervoso e atirou mais uma vez, agora, quebrando o vidro fechado, fazendo algumas mulheres darem pequenos choros de medo e meus ouvidos doerem.
O velho ia levantando um lado da bunda para alcançar o bolso da calça com uma mão quando de súbito atacou o homem armado. Este disparou instantaneamente acertando o tio no pescoço e fazendo-o voar para trás. O homem ficara atordoado com a surpresa e um pouco instável.
Num golpe de sorte, me levantei do banco e empurrei o homem com a planta do pé para frente, o motorista freou bruscamente e o homem disparou mais uma vez para o teto do ônibus e caiu rolando no meio de outros passageiros.
...
Expliquei o que pude para a polícia, que de alguma forma resolveu não fazer nada contra nenhum passageiro dizendo que foi por defesa pessoal de cada um. O velho armado morreu espancado e também com um tiro no peito.
O velho que estava de chapéu deixou três filhos para trás. Era viúvo, e por relativa sorte, dois de seus três filhos já eram quase casados. Pessoas do campo, viviam bem nos arredores de Sander.
Fiquei pensando o que passava na cabeça daquele senhor. Se fosse eu, o que teria feito. Foi uma morte honrada, talvez burra. Mas o que alguém que já teve mulher e filhos pode querer da vida? Sempre existe mais para viver, mas isso depende do nível de vontade de cada um.
A velha gorda havia se mijado mesmo. Eu, bom, vomitei depois, quando vi o homem armado desfigurado banhado no sangue no meio do ônibus. Incrível o que a raiva e a união podem fazer.

quinta-feira, março 19

café médio

Eu saí da mesa de trabalho e me encaminhei para a escada que me levaria a máquina de café. No meio da ida, barulhos e resmungos um pouco mais altos que o normal vinham do enorme buraco que existia entre o primeiro e o segundo andar na parte interna do prédio.
Parei por um instante e saquei o celular do bolso, para caso alguém me fitasse lá de baixo, imaginasse que eu estivesse com a atenção presa ao celular, enquanto meus ouvidos se aguçavam para escutar tudo e qualquer ruído que pudesse vir lá de baixo.
Era um homem gordo e de voz rabugenta. De terno. Ele resmungava coisas e junto a outros dois homens, não vestidos com o casaco do terno, resmungavam junto contra um quarto homem que com uma prancheta na mão, anotava coisas.
O gordo resmungava:
“isto não estava de acordo com o projeto!”
“quero que isso seja feito assim, como foi combinado.”
“vamos resolver com meu advogado caso não saia como o planejado!”
Ele subia o tom e diminuía conforme fosse necessário até fazer o homem da prancheta concordar e fazer mais anotações.
Um cliente. Pensei.

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Depois que me desinteressei da conversa deles, segui em direção à máquina de café de graça. Coloquei um copo dos de água, e apertei a opção dois. Café Fraco. Logo em seguida, apertei a opção três. Café Forte. Assim saía de lá com meu café médio num copo um pouco maior que o que se deveria usar e pensando...
“Mas aquele gordo não tinha nada de terno... a não ser o terno!”.

segunda-feira, março 9

O gosto

(de janeiro de 2009)

Novamente o copo estava cheio. Em cima do bidê, a carteira dele, e logo ao lado, os óculos dela. Os velhos óculos dela, de armação pouco rosa, simples. O canto da parede unido a dois travesseiros e uma coberta toda revirada fazia daquele L na parede o trono do rei para ele.
O dia estava mais ameno, a noite era plácida e fresca, algumas poucas gotas de chuva davam o embalo que ela precisava para adormecer no seu colo, entre suas pernas e escorada em seu corpo.
Ele fitava a hélice do ventilador girando devagar. A ordem dos seus pertences em cima do balcão. A televisão ligada no canto oposto a eles. Os detalhes daquele momento foram tatuados em sua mente. Sentir os cabelos lisos e macios em seus dedos, a posição de seu corpo se encaixando perfeitamente com o dele. Suas delicadas mãos, repousando sobre o corpo dele. Cada detalhe lhe fazia sorrir.
Sentiu uma lágrima vindo junto com um bocejo. Pensou consigo mesmo e concluiu sem dificuldades que era felicidade pura transbordando por seus olhos. O filme que passava não interessava-lhe para nada. O que interessava era apenas reparar nos detalhes magníficos que aquele momento lhe dava de bandeja, bem de baixo do seu nariz. Seu sol. Brilhante e belo, o astro que indica o caminho, a luz do fim do túnel, ou mesmo a luz de todas as manhãs.
Renascida, ela olhou para ele com os olhos cansados e sonolentos. Do seu ponto de vista, riu. O rosto dela tinha um ar jovial, como uma criança que era despertada do berço e perguntava com os olhos quem vinha lhe perturbar o sono.
Ele deu mais alguns goles do líquido dourado e beijou-lhe a testa. Ela acordou, ávida e ofereceu a boca.
Aquele beijo simples e sincero cravou em seu peito O gosto pela vida.

sexta-feira, fevereiro 20

amor

Ahhh o amor...
tantas musicas por todo o mundo falando dele,
tantas pessoas que paradas na esquina ou correndo,
comentam sobre ele,
tantos livros que contam a historia do amor,
tantos loucos que tentam entende-lo.

Tantos anos de humanidade e ainda segue o amor,
o amor incondicional por um deus.
o amor pelo próximo,
pelo de antes,
pelo agora.
amor é uma loucura.

amor de doença,
amor de criança ou de velho,
amor de cuidar, de querer bem,
amor de gosto infinito,
amor de tesao,
de luxuria e sexo carnal.

amor.
amor, que loucura.

sábado, fevereiro 14

Texo

Exatamente. Após mais de meio ano com um relacionamento real, firme, adorável. Já tenho minhas queixas a respeito da relação. A literal relação, a sexual mesmo.
O sexo desde sempre é extremamente machista e não temos como moderniza-lo sem tirar as mulheres para vadias. Pois é. Acontece que logo isso me preocupa. Quer dizer, agora nós somos viris, fortes, cheios de muitos fluídos que terminam em "terona" e nos dão tudo o que precisamos para fazer uma mulher feliz em qualquer cama. E até mesmo em mesas, tapetes, paredes, bancos, sofás, bidês, gramados, praças, elevadores, corredores, escadas, carros, postos, cassinos, praias, florestas, montanhas, chuveiros, banheiras, armários, cozinhas, salas, cantos entra muitos outros. Bom, o negócio é que me preocupo em relação as relações. No começo a coisa é mais um demonstrativo do que ela poderá ter, uma degustação do melhor prato. Como um vendedor dando a melhor dose de sua droga ao viciado, que deve ficar loucão com ela e delirar para depois voltar implorando por mais e receber uma dose misturada com qualquer coisa apenas para manter o vício.
Não, não quero depreciar meu sexo ao longo de uma relação, mas como tenho o maldito costume de sempre que possível começar uma boa relação, acho uma merda as vezes ter que manter o nível mesmo já estando sem vontade alguma. Quer dizer, eu sou homem, eu gosto de pegar, apalpar, amassar, morder etc. Não quer dizer que só pode fazer um pouco disso eu queira começar algo que deva terminar em grandes doses de gritos loucos, arranhões, e muito suor. As vezes é um carinho safado e nada mais, mas como explicar isso sem parecer que estou querendo deixá-la louca? Sem parecer que estou "judiando" dela? Quer dizer, sou homem, e como homem, o sexo, e bem, o homem e sexo e pá... não, tira a pá fora, põe o pinto, né? Está quase implícito na mente delas que somos sexo. Isso, nós SOMOS o sexo. Não podemos falhar, não podemos cometer erros na cama. Essa é a nossa saga. a missão do homem. Afinal, elas contam para as amigas, tudo, tenho certeza que contam. Não sei, nunca fiquei sabendo por outras, mas é de se supor. Mulheres são tão chegadas quanto os homens com amigos mais íntimos, se eu conto todas as asneiras possíveis, por que elas não contariam? A diferença é que elas fofocam muito mais, e isso da uma boa diferença, uma conta pra outra, que conta para a prima, para a cunhada, para a tia e bla bla bla... foi a reputação de um bom homem que naquele dia não estava disposto a se consentrar no "trabalho" que tinha pela frente (ou por trás, não sei... hehehhe).
Não, eu ainda não fui esse homem, estou escrevendo justamente por que tenho essa certa pressão em cima de mim (ui). Imagino que sim, ela, seja ela quem for (falo pro todos [suponho]), conte para suas amigas as coisas íntimas e algumas maldições que eventualmente podem nos ocorrer.
Tá, o negócio de contarem não é o ponto... eu tava viajando agora nas formas... essa coisa toda de sexo... sexo já é uma palavra machista. Acho que nenhuma palavra veio do latim, mas do mandarim. Mandarim, no começo, os simbolos era um desenho mais rápido e abstrado das coisas que eles representavam. Então por exemplo. Peito, temos o P que lembra claramente o busto de uma mulher normal visto de perfil. Bunda, de uma vista superior poderíamos supor que é o belíssimo traseiro de uma (olha que engraçado) Brasileira (sacou? haha!). Por tanto, sexo provavelmente é uma palavra inventada por um homem, que lembrou no S as curvas de uma mulher. Ao menos pra mim, o S foi ensinado sempre tendo a curva de cima pouco menor que a debaixo, lembraria bem a silhueta de uma mulher. Clari, se as curvas forem de tamanhos iguais, não sei se os peitos que são enormes ou os quadris minúsculos.
Se o sexo já tivesse sido pensado pelas mulheres, provávelmente seria Texo. O T como uma espada pronta para ser cravada. A rigidez implícita das curvas infinitas fazem do T um sinônimo de masculinidade, de virilidade e literalmente, dureza. Que mulher quer mais que isso?