sexta-feira, outubro 24

Sobre a crise...

Comentário de Marc Faber, Analista de Investimentos e empresário, que
encerrou seu boletim Mensal (junho de 2008) com o seguinte comentário
sobre o projeto americano de ajuda à economia, naquela ocasião ainda em
estudos:

"O Governo Federal está concedendo a cada um de nós uma bolsa de
US$600,00. Se gastarmos esse dinheiro no supermercado Wal-Mart, esse
dinheiro vai para a China. Se gastarmos com gasolina, vai para os
árabes. Se comprarmos um computador, vai para a Índia. Se comprarmos
frutas e vegetais, irá para o México, Honduras e Guatemala. Se
comprarmos um bom carro, irá para a Alemanha. Se comprarmos bugigangas,
irá para Taiwan e nenhum centavo desse dinheiro ajudará a economia
americana. O único meio de manter esse dinheiro na América é gastá-lo
com prostitutas e cerveja, considerando que são os únicos bens ainda
produzidos por aqui. Estou fazendo a minha parte."

segunda-feira, outubro 20

inverno/off/verão

Faz alguns dias que a primavera chegou oficialmente... Contudo, foi só hoje (29/09/08) que a chave do chuveiro trocou de inverno pra verão.
É legal isso. Nos chuveiros só temos duas estações, claro, podemos desligá-lo, mas isso não conta quando podemos pagar pra ter uma estação definida no banheiro. Pense bem, eu queria ter uma dessas no meu quarto, ou pelo menos na minha janela e na minha cama. Na cama seria definido por padrões de quente ou frio igual ao chuveiro, mas a janela seria perfeito para aqueles dias que se está por baixo ou aqueles que por mais que tenha um vendaval lá fora, se pudesse ver um lindo sol brilhando intensamente... Que viagem ridícula...
Devia ter outono e primavera também. Mais agora que o outono está cada vez mais frio e a primavera cada vez mais quente... é como se todas as estações estivessem se adiantando em algumas semanas. Um horário de verão só que de estações... logo tudo vai ser verão...
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Desde o aquece de ontem o calor me persegue. A manhã de hoje foi uma maravilha, queria poder ter uma manhã como essa todos os dias. Sem problemas com preguiça, ninguém atasanando a vida, tudo de bom no sanduíche entre lençois e a cama redonda. Com ou sem malícias, igualmente luxuoso qualquer selinho poderia parecer um convite bastando uma pequena olhada...
Acho que só hoje que ficou quente mesmo. Entrei no box do chuveiro e abri bastante a água. Fervia na minha pele, dava pra sentir nas juntas ardendo intensamente, o calor, era suor psicológico misturado a água quente do chuveiro que fazia barulho. Olhei pra cima e brabo, vi que tinham mudado de novo a chave do chuveiro... Rapidamente troquei denovo.
Verão.
Aquela água fresca descia como os córregos d'água que vi durante a viagem com ela hoje. O dia quente, lindo. Paisagem, música de verdade, companhia perfeita e o vento das montanhas para bagunçar o cabelo dela e eu adorar ver aquela carinha de "que saco, meu cabelo denovo". Simples, mas... quente.
A última vez que fui para as montanhas do templo fazia um frio do inferno que se não fosse o chima e o calor humano, não teria porque estar lá naquele fim de mundo esquecido entre paisagens. Tá bom... teria sim, no meu caso, teria.
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Antes parece tudo tão lógico, então só quando acontece (aguéin) com a gente as coisas ficam longe dos pés. Tu não sente mais o chão do mesmo jeito, ou tu usa a cabeça pra sentir o chão (batendo mesmo) ou tu inventa um chão novo abaixo dos pés para dar sentido a todas as novas aspirações que vem surgindo. Agora o tempo das desculpas para atitudes sem sentido e desnecessárias... mas fazer o que? Devo ignorar minhas vontades mais claras e lutar com minha cabeça crua e lógica para não fazer o que de verdade o peito ferve por fazer? Me desculpem mas eu preciso do curry. Mesmo.

terça-feira, outubro 14

kilometros inúteis

Acho que já tinha trocado duas vezes o cd do rádio, eu estava só andando por andar... as rodas do carro giravam lentamento, se arrastando por curvas que poderiam ser feitas a 100km/h enquanto eu abusava da raiva alheia dos carros que passavam zunindo enquanto enlouquecido pelas ondas do rádio cantava alto e faceiro naquela liberdade da tarde. Incrível como um pouco de vento e música não faz com os sentidos.
Meu rumo era qualquer um, estava só gastando meu dinheiro sem propósito concreto se não apenas minha vontade de fingir um livre arbítrio gastando minhas economias para o bem de minha saúde mental. Antes que digam que eu não estava prestando atenção na estrada e sou louco por dirigir como uma velha enquanto canto no carro, em minha defesa eu tive até mesmo um ouvinte, felizmente feminina, que bozinou de dentro do seu "grande" fox e após chegar ao lado, baixou o vidro e cantou dois trechos da música do Ira onde nós envelheciamos na cidade. A guria era interessante só de olhar, loira, olhos aparentemente claros e um sorrizão enquanto cantava. Acho que era gorda também... mas em fim...
Depois de cansar de ouvir aquele cd, parei num posto perto de Campo Bom. Eu já estava pensando em trocar de rumo e acabar numa cidadezinha do interior para fazer uma surpresa para Aquela morenaça quando passava perto de um postinho de beira de estrada. Não tive dúvidas, parei e fui beber. Sozinho. Sim, fui beber sozinho, e de carro. Tomei três latinhas de bohemia e fiquei mais uma meia hora olhando a paisagem enquanto escurecia. Comprei um café só pra disfarçar o hálito caso fosse parado e fui pra estrada denovo. Creedence animou minha solitária volta pra casa enquanto eu pensava no que ia fazer da minha vida assim que as rodas parassem.
As coisas são fundamentalmente simples mas praticamente complexas.

terça-feira, outubro 7

A.A.

Minha primeira reunião no AA foi meio inusitada... era aquela coisa de não ter certeza se devia estar fazendo aquilo, uma dúvida de se está certo se achar um "A". Dizem que o primeiro passo é admitir e tentar se ajudar, é como começar denovo, do zero, vivendo cada dia como se fosse o último.
Entrei na sala depois de ter falado com um amigo de um hospital que me indicou o lugar. Era no centro da cidade, nada de mais, parecia mais é uma sala qualquer de aula (tinha um quadro branco no fundo) com as cadeiras desorganizadas, ou organizadas de maneira criativa...
Um tal de Hélio foi o primeiro a falar. Se apresentou, fez todas aquelas lorotas de patati patata, e falou quanto tempo estava "limpo". Em torno de duas horas segundo o que ele lembraava. Seus olhos ainda brilhando do "plim", contudo, corado de vergonha pois a instrutora do grupo o fitava com sobrancelhas cerradas e claro ar de reprovação.
Sua vida fora sempre ao redor dessa droga, vivia sempre pensando em como fazer pra ter mais disso e quanto mais conseguia, mais piorava a situação em casa. Conta que certa vez chegou em casa pela noite e tirou todos os quadros da parede, depois, utilizando urina reformulou suas paisagens. No dia seguinte sua mulher o internou e agora ele precisava frequentar o grupo ou além de dormir sempre no sofá, talvez tivesse que voltar ao internato. A parte mais engraçada da história dele era o fato de que mesmo no internato sua esposa mandava trocar sua cama por um sofá. Consequencia desse "chá de sofá" foi que ele desenvolveu trauma por sofá e via em todos os lugares possíveis de se sentar, um sofá.
Apontaram pra mim depois desse cara. Eu estava um pouco louco ainda e achei melhor ignorar a ordem inicial e levantar, mudar minha cadeira de lugar para outro ponto da roda para que pudesse ser um dos últimos. Isso supondo o ritmo anti-horário que havia sido proposto.
Seu nome era Débie. Sim, Débie. Imaginei com grandes gargalhadas internas (que me fizeram perder quase toda a sua história) todas as piadas possíveis de alguém que se chama Débie. Pense nas crianças brincando e apontando pra Débieloide (mais clássica), Débiodesnaturada (algum nerd), Débomba (piromaniaco), Débochada (a professora xingando os alunos para não Débocharem dela), Déborracha (só alguém errando o nome dela quando pedisse a borracha emprestada), Débombeta (sempre tem um lunático), Déboina (o da modinha), Débimbada (só os que já rodaram duas vezes e futuros mecânicos/pedreiros/caminhoneiros fariam essa [sem ofensas a nenhuma classe, é claro]), Déborô (utilizado como gíria alternativa de "demorô"), Dúbia (na minha opinião o melhor nesse caso, o aspirante a poeta)! Em fim... eu ri de verdade só que sem mostrar nenhum som. Obviamente o fato de correr em círculos fez o pessoal prestar um pouco mais de atenção em mim do que nela. Mas ninguém me culpou porque quase todo mundo fazia isso quando escutava ela falando...
Dérbinando, eu não prestei atenção em nada, apenas que ela sim conseguia se manter livre do vício e raramente perdia o controle. Mesmo quando exposta a condições de risco para tais viciados, ela se acalmava e pensava nas reuniões do AA com todas as pessoas falando e contando suas "horriveis" histórias.
Tiago. Ele falou seu nome assim, sem mais nem menos antes de dizer um "eu sou", "me chamo", ou qualquer tipo de introdução (ui) adequada (ai ui). A história do rapaz era comoventemente de filme. Seus pais tinham muito dinheiro, portanto, ele tinha muitas coisas, menos atenção. Era filho único (era porque faz pouco que ganhou um irmão bastardo por parte das bebedeiras do seu pai), o que piora muito sua condição desde os tempos de criação. Ele cresceu dentro das melhores escolas, teve tudo que quis e pra isso tudo não fez o menor esforço. Em meados de seu segundo grau, hoje chamado Ensino Médio, ganhou um violão autografado pelo rei Carlos (não o dos tempos feudais), Roberto Carlos. Nada de mais, um presentinho que seu pai pensou que lhe agradaria mesmo ele não sabendo tocar nada.
A propósito, pode parecer estranho o monte de histórias loucas que se lê aqui, mas pense bem... por mais difícil que seja, pessoas numa reunião dessas realmente são capazes dessas coisas... O pai do Tiago era promotor de eventos, bebia como um maluco sempre que possível e é claro, conhecia os artistas pessoalmente. A história não é sobre o pai dele, mas ele fez questão de detalhar tanto tudo que deu nojo. Finalmente entendemos o problema dele. Detalhes ao quadrado. Havia dias que saia pra ir no bar com os amigos e não conseguia parar de falar nunca, ele entrava nos detalhes de cada coisa que conhecia, desde como se explica a cor das coisas e porque normalmente olhamos mais de uma vez para os dois lados da rua antes de atravessá-la. Ele tinha esse problema em específico. E isso ele sabia ser muito bem.
Havia mais uns cinco doidos antes de mim, mas eu estou tentando parar de resumir e começar a resumir de verdade. Então vamos ao que começou me incomodando. Todos ali tinham obrigatoriamente se identificar, falar idade, de onde era, como e quando começou com o vício, explicar porque havia começado a frequentar o grupo e que se fosse mesmo por obrigação tribunal deviam ser sempre sinceros. Eu não fui diferente, falei o nome, a idade e onde morava. A parte para explicar como comecei... foi meio... difícil. Eu não sabia bem como contar isso. Agora que já montei a idéia de como comecei vou tentar resumir pra vocês:
Eu não era nenhum bebado, nem vivia drogado. Não tive muita atenção dos pais, era mais criado pelos amigos, professores, eletrodomésticos e livros que encontrava pelo caminho. Passar as tardes sozinho fez com que o vício despertasse. Tenho certeza de que já tinha uma pré disposição genética para isso, senão não seria desde pequeno tão mais sozinho que os outros. Minha mãe havia dito que eu conseguia me divertir sozinho. Não sei o que ela colocava na mamadeira, mas ela não me parece desnaturada... só trabalha muito mesmo e desde sempre não teve muito tempo pra me cuidar como uma mãe "normal". Certo, talvez um bom erro, talvez o gatilho para o vício, foi ter sido criado por alemães. Vocês sabem muito bem o que isso pode significar num vício desse gênero. Alemães fizeram história por todo o mundo, não é necessário muita explicação.
Bom, o pior aconteceu no final do primeiro grau. Cheguei em casa, morto de sede, louco do sol. Me vi sozinho em casa e visitei a geladeira. Foi inevitável. Em instantes eu estava cortando uma de minhas camisetas velhas para usar de velas no meu barco no grande e fresco mar que me esperava. Pois é, foi assim, de uma hora pra outra, eu me vi dentro do delírio.
Argumentei com o pessoal que eu não queria mais isso, que dentro da sociedade atual, essas coisas nos prejudicam, geram descrédito... É muito difícil conviver com um mundo que pensa diferente de ti, tudo se torna mais difícil do que deveria ser e a vida começa a se tornar um caos. Não se vive mais o que se é, mais um conto inventado onde nunca se pode dizer a verdade, o que se passa pela cabeça nessas horas pode parecer uma loucura tão grande que me internariam. A realidade se distorce facilmente.
Acredito que tenha sido em uma quarta-feira de noite que depois de sair do bar, eu cheguei em casa e botei tudo pra fora. Olhei o resultado flutuando... triste. Na quinta pela manhã me obriguei a faltar o trabalho por uma causa maior. Fui ver um enfermeiro que conhecia pra saber se ele não me poderia indicar algum grupo de apoio ou algo do gênero. Pronto, consegui chegar até aqui (no caso a sala de reuniões) mas de qualquer maneira menti no trabalho alegando sonolência e cansaço.
Depois de tudo explicado, me perguntaram qual, afinal, ou melhor, pra começar, qual das opções era o meu vício, especificamente em que eu era viciado. Admiti de cara. Eu preciso escrever. O tempo todo, eu quero escrever e contar a todos as minhas idéias e pensamentos mais diversos. Nem sempre isso acontece com a escrita, as vezes é vontade de montar coisas com as própias mãos. Nem que seja de lego ou algo facilmente moldável, eu prefiro fazer eu mesmo que comprar pronto. Mas o pior é a escrita. Antigamente eu escrevia mais de uma vez no mesmo papel utilizando lapis e principalmente borracha. Não importava que ninguém, nem mesmo eu, lesse. O que eu preciso é despejar a criatividade, expulsar esse mal de mim. Atualmente qualquer idéia que me parece tão simples, crua, nua, normal e razoável, é de completa repugnância para qualquer pessoa... me perdoem mas... eu não resisti e tive que escrever em letras miúdas na porta de entrada. Alcóolatras Anônimos, afinal quem no mundo pensaria que isso pode ser um grupo de Artistas Anônimos?

domingo, outubro 5

Recall

Estava pensando num certo número de telefone que uma certa vez recebeu de um amigo, o número era de uma pequena morena, a princípio, simpática apenas, ele não conversou muito com ela, alguns ois e acredito que sequer um tchau.
Ele anotou num pedaço de papel e começou a revira-lo entre seus dedos como se fosse uma moeda ou ficha de ônibus enquanto matutava com seus botões, e zippers, e cadarços e mais botões.

-Mas o que eu digo? Nem lembro o nome da guria, como diabos vou chegar assim do nada?
-Mas afinal, o que tu quer? o que pretende, ou o que espera dessa ligação?
-Ah, eu pensei em... em uns amassos sem compromisso, ou quem sabe, um compromisso... vai que ela... neh?
-Não. Não mesmo, tu sequer lembra o nome dela e espera algo como um compromisso?
-Por que não?
-Deixa de ser estúpido, se considerasse ela o mínimo possível ia no mínimo lembrar o nome, sem falar que talvez decorasse o número dela em apenas uma avistada.
-Não quer dizer... vai que foi apenas um acaso de não ter dado muita atenção e no final as coisas ficam um pouco mais importantes e/ou profundas?
-Pode até ser, mas essas coisas são meio raras, principalmente contigo, te conheço bem.
-Certo... mas afinal, ligo ou não?
-Olha, eu não ligaria, não ligaria por varias razões, a começar pela conversa que tiveste com ela.
-Qual o problema da nossa conversa?
-Foi balela.
-Tá mas sempre se começa com essas coisinhas assim pra se conhecer, não?
-Eu sei que tu quer algo maior que um casinho, uns pegas; tu quer um compromisso e não te faz de louco que já vi tudo que tu "aprovou" nela.
-Ahhh, não seje assim... Igual, o que eu tenho a perder?
-Nada, digo, no máximo, tempo. Mas de qualquer maneira, qual o sentido disso? Quero dizer, ela é uma espécie diferente da que tu espera pra ti, muito diferente da imagem que tu tinha.
-Vou te bater.
-Ãh?
-Vou sim, tu vaix queimar.
-Liga então, quero ver. Liga, se tu for capaz.
-Vou! Vou ligar! Só tenho que ver o nome dela antes... só pra né... não chamar ela de "ô", ou pior, "cara". Não sei qual é pior... Bom, então tá. Vou ligar sim, seu maluco.
-Ótimo, talvez as coisas mudem... boa sorte desgraçado!

Ele amassou o papel dentro do bolso da calça jeans e foi pegar um chimarrão, sabia que era muito mais provável que não desse em nada, que sequer lembrasse dele talvez, ou coisas do gênero, de qualquer maneira, não custava tentar, mesmo que esse fosse o primeiro passo para o fracasso, também era o do sucesso.

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- Alô Cíntia?
- Sim? Quem é?
- Ruffles, tudo bem?
- Ahhh oi ruffles, tudo bom sim.
- Vai fazer alguma coisa essa noite?
- Bahh.. olha, tenho que estudar. Terça tem prova e acho que vou ir mal se não fizer nada...
- Hummm... ah bom...
- Pois é...
- Então tá, bom estudo hoje...
- Mas por que tu quer saber?
- Não nada de mais, queria te convidar pra beber umas hoje, mas deixa, melhor tu estudar mesmo...
- Tá me chamando de burra?
- O que!? Não! Não! Claro que não, eu só fiz uma escolha infeliz das palavras...
- Sei...
- Bom, vou deixar tu estudar
- Certo, beijo, tchau
- Tchau, beijo


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Eu sabia que tu não devia ter ligado. Mas não! tu não me ouve! Tu nunnnca me ouve, nunca! Ah não seje assim, tu sabe que era melhor tentar... é sim, agora tu fica com uma cara de taxo e ainda por cima chamou ela de burra, ótima tentativa garanhão. Ah mas que bosta, tu também fica olhando tudo pelo lado negativo... E tem lado positivo aqui!? imbecil, estragou tudo, e olha que ela era bem bacana além de bonitinha... sim um certo beicinho, mas é toleravel... além do que deve ser bom de beijar. É... Se tu não tivesse estragado tudo... Mas eu não estraguei! Porra! Ui ele se irritou... Tom** no c* filho da pu** miserável. Ooolha os nomes! Daqui a pouco o único nome que tu vai ver vai ser meu punho nos teus olhos! Uhahahhahaha! Hahhahahahahha!
Depois de toda aquela balbúrdia de discussão a respeito do maldito telefonema, foi só mais uma segunda normal até chegar em casa. Claro, não pude deixar de quase passar a parada na volta, dormir no ônibus é uma maravilha da segunda-feira, igual a chegar em casa e tomar litros de suco depois de um dia estressante e seco.

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Já era tarde, mas ela ligou.
- Alô?
- Oi Ruffles, aqui é a Cíntia...
- Oi... mas tu não devia estar estudando?
- Já terminei e... ainda tá de pé aquela proposta de hoje detarde?
- É quase meia noite Cíntia...
- Mas eu tava com uma sede...
- Hummm...
- Ahhhh vem aqui, vamos lá tomar umas e conversar, não é o fim do mundo só porque é segunda...
- Não sei...
- Poxa Ruffles...
- Tu me deve explicações pra essa mudança repentina, mas tudo bem. Vinte minutos.
- Obaaa! Já to pronta, quando chegar da um toque.
- Mas perai, eu nem sei onde tu mora!