sexta-feira, maio 29

banco

Saiu pela porta da frente e virou a esquerda. Próximo do barranco e ao mesmo tempo da porta, haviam dois bancos virados um para o outro. Sentou-se ali e fitou aquela cidade que não lhe pertencia, era nada no ar frio daquele inverno novo.
Céu azul sem dono, logo ali em cima, na reta de sua visão, um claro adornado de nuvens, um céu para todos. Haviam casas nas colinas abaixo, barracos, casas, castelos. Dois irmãos tocavam logo ali, depois da curva da estrada de pedra emaranhada. Mais para trás, num campo bom, se pode enchergar um mundo novo cheio de burgueses. Os de cá, num porto nada alegre rezavam para são leopoldo suplicando melhoras. São Leopoldo, este e o seus botões andavam sóbrios por cima da água. Canoas cheias de pobres almas flutuavam leves de carga e pesados de dor. Ivo tinha ouro, de todo tolo, acabou feio fedido e falido. Sua velha estância ficara abandonada, ilhada.
Abrindo os olhos, olhando para o pé, se levantou rindo e voltou ao trabalho.

segunda-feira, maio 25

círculo

Estávamos conversando no meio de um cruzamento. Um corredor simples de faculdade. Largo num sentido como se fosse avenida e entradas perpendiculares de largura menor como simples ruelas que levam até as salas. Era uma rodinha de quatro pontos. Cada um num curso, mas com origens e temas em comum. Os temas faziam a roda girar, momentos clássicos que provavelmente nunca serão esquecidos. "O pessoal da facul", sabe como é... Eis que surge um amigo de apenas um de nós, saúda o cara da roda e segue em frente, apenas tangenciando nosso círculo de conversa. Em instantes me vi como um cateto oposto, sempre procurando o outro lado dos assuntos.

sábado, maio 16

palhaço

O negócio é simples. Chega uma hora na vida, aliás, chegam várias horas na vida em que as coisas mudam. Que se "evelui", se troca de um tipo de gostos, de um tipo de atitude para outro. Passei até agora, as cinco da madrugada, trabalhando na empresa. Trabalhando de verdade, não abri joguinhos, não entro no orkut, não uso msn nem gtalk. Trabalhando, fazendo o possível pra resolver os problemas que existem e criar as coisas em tempo do cliente ver, aprovar, pagar e todos sairem felizes.
Chego em casa, e como era de se esperar, ninguém está esperando por mim. A vontade que tenho é pegar um martelo simples e matar alguém ou roubar um carro. Pra que o martelo? não sei exatamente, mas tenho que certeza que em momentos de necessidade ele me ajudaria muito, seja lá o que fosse fazer.
Bom, de novo, os tempos mudam, e nós mudamos com o tempo com as merdas que fazemos, ou quem sabe, deixamos de fazer. Bueno, preciso sair daqui. Sair no sentido de comprar meu próprio teto. Cheguei em casa e minha irmã mais nova está dormindo na minha cama. Meu quarto uma desordem, nada certo, tudo esculhambado do jeito que eu não deixei.
Vou até a cozinha e me escoro no arco da porta que não existe. Olha para o fundo da cosinha e entendo que nada, absolutamente nada daqui é definitvamente meu, nada além do meu próprio conhecimento.
Hoje a noite aqui na selva, quem dorme é o leão...
Hoje a noite aqui na selva, quem dorme é o leãããooo....
aaaauuuuuu iiiiiiiiii iiiiiiiiiiiiiiiiiiiii ii i ii ii ii aum aum aumeeeee

Só hoje fui descobrir o quão palhaço sou.