segunda-feira, janeiro 28

"seus amigos, seus vizinhos"

O título, é um filme que acabo de ver. Um Closer um pouco mais velho, com piadas sadicas, e coisas da vida normal, coisas que naturalmente não se ve, e talvez seja um filme forte para os mais velhos.

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Não aconteceu assim. Ninguém pegou ninguém, não é, nem era nada exatamente do genero, apenas coisas que acontecem... afinal, acontece.

-Oi.
-Tudo bom?
-Tudo
...
-Por acaso essa obra faz parte de uma coleção ou...
-Não... é, é uma peça só.
-aamm...
...
-É sua primeira vez aqui?
-É..é...
..
-E você?
-Eu trabalho aqui.
-humm... é artista?
-não... assistente de artista.
-humm... isso é legal...
-é...
-Bonita obra, não?
-É sim, realmente linda.
-Ééé...
...
-Posso te pagar um almoço?
-amm... tá.
No final, elas acabam em casa, sem falar muito, apenas olhando televisão, discutindo coisas simples e sem muita extensão de papo. Elas se olham meio de lado, tortas, uma estirada no sofá, sensual com seu vestido vermelho meio caido deixando suas lindas coxas meio a amostra. A outra, no chão, logo a frente da escora de braço do sofá, sentada com os joelhos dobrados abraçando suas próprias pernas bem torneadas, seus seios são salientes e sem muita falta de proporção são lindos por baixo da blusa cinza colâ que define bem suas formas.
O cabelo da de vermelho escorre sem ordem sobre a cabeça da de baixo, e logo se entreolham, quando uma comenta:
-Gosto de ficar com você.
Nota-se um, eu te adoro com ternura e sinceridade absurdas, quase comoventes, quando a outra responde com um beijo delicado sobre a frente da primeira. Ela se vira devagar no chão, ajeitando suas pernas para o lado do sofá para não ficar de frente, deixando a atenção da televisão ligada e se direcionando para sua hospede.
Olhares breves são trocados, como rápidas admiradas silenciosas sobre o rosto de cada uma, logo ambas falam a mesma lingua, e nos olhares, nas caricias fecham o olhos para um beijo rapido e carinhoso, como alguém verificando se o ferro está quente, tao simples e terno que ao voltarem-se os olhos as bocas buscam um prazer já quase reconhecido, e logo passam a deleitar-se no prazer de suas companhias entre braços carinhosos e olhares luxuosos.

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As versões são muitas.
Um seria cru, diria que gosta da companhia, que o sexo é bom mesmo e por isso fica por ali.
Outro iria discutir, pensar nos porques, iria atrapalhar os ritmos falando como se estivesse numa janta em familia com tios engraçados e avós contadores de histórias.
Uma iria chorar, de emoção estranho, talvez por se sentir denovo nos braços de alguém, ou talvez por não ser mais a mesma pessoa que lhe acolhe nos braços.
Aquela iria ficar quieta, e a da mesma maneira repetiria tudo inumeras vezes feliz com o silencio, com a conversa corporal que existe nos momentos a sós.

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As pessoas podem ver as coisas diferentes, e talvez abrir um pouco a cabeça para pensar sobre elas seja um pouco contra a natureza de muitos, que por algum motivo, precisam manter suas atitudes dentro de um padrão para não se sentirem traidores próprios.
Todos fazem tudo, e todos sabem disso, mas uma coisa é certa, que mesmo que todos sempre pensem a respeito de tudo, nem todos conseguem admitir e discutir. No final, todos são humanos e gostamos de sexo, romantico, rapido, ferroz, alto, louco, colorido ou incolor... Esses dias escutei no trabalho (como se trabalhasse com pedreiros) uma breve conversa a respeito da discrição e santisse de algumas mulheres:

-Mulher que não dá, voa.
-Como assim?
-Tu ja viu alguma mulher voando?
-Não.
-Então?

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