terça-feira, março 11

Esperança

Ouviu a tia vinda do norte conversando com a mãe na cozinha. Não era normal, era um dia qualquer das férias de quem tem uma vida regrada por padrões e patrões. Não tardou nada a levantar-se e juntar-se a porção de família que burburinhava sobre tudo, sobre a gravidez prematura de sua irmã, sobre o preço do tomate, sobre o método de secagem da louça.

Ele até tentou esquivar, mas tantas palavras estavam tão presas que no primeiro momento que sentiu uma possível ouvinte, uma possível fuga, todas fugiram, de mãos dadas e numa trotada única que o deixou de garganta seca.

Foram tantas metáforas, tantas conversas que ele se repetiu e repetiu como um louco. Foi desabafo, um grito falado.
Os tópicos, tentando de forma resumida acho que seriam: as culpas, as atitudes atuais, o futuro do pretérito, o ideal e mais importante de tudo, o papel de cada um.
A culpa é inicialmente de quem é faz e de quem cria que permitiu fazer, entretanto, não interessa, pois não resolve nada. As atitudes atuais demonstram claramente um futuro complicado com dificuldades sociais, economicas e psicologicas que possivelmente se alastrem aos inicialmente 'culpados'. O futuro pode ser alterado de forma significativa e pode sempre ser planejado, pode se aprender com o passado e tentar trabalhar para um futuro mais bem pensado do que o estilo deixe a vida me levar. Finalmente será uma bela obra se essa peça teatral tiver atores que cumpram seu papel adequadamente, sem tropeços de falas ou desvios de improvisação por falta de preparo.
Por último, a teimosia, Há esperança.

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