terça-feira, março 27

Seis bilhões

Não poderia faltar bebida ou cigarro, era mais ou menos assim sempre, era coisa de idade, era época de se achar mais velho do que realmente é e provar para o mundo o quão responsável e grande se é. Todos compravam suas garrafas com daqueles-lados e variavam os sucos e refrigerantes.
Havia coisas de limão, uns de coca cola, guaraná e também uns puros para os mais fodas, afinal se beber essas coisas até o fim da noite e se mante de pé, e no mínimo foda. Eu peguei uns três litros de cerveja, na maioria das vezes ficava só pra mim e acabava faltando, afinal o pessoal bebia pouco daquelas coisas e eu bebia muito da minha cerveza. Como de praxe bebia tudo praticamente sozinho e normalmente a segunda garrafa (garrafa de um litro e meio, pet) já chegava meio quente.
Acho que umas duas carteiras de cigarro ia tranquilo por noite, fumando como uma locomotiva eu passava a noite ouvindo muito e falando cada vez menos. Era sempre os fortes, ou lucky strike original ou marlboro rojo, sempre box porque o maço não era muito comum de se encontrar nos lugares que íamos comprar, geralmente aquelas garrafarias já vendiam só o que tinha de mais caro.
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Por acaso voltaram aquelas risadas solitárias durante a noite, ela tinha me mostrado que haviam outros seis bilhões, eu ia bebendo em silêncio, agarrado a um troféu de idiota com diabos dentro da cabeça.
Senti falta do cigarro, pena que odeiam o cheiro, de fato não gosto muito, mas é uma química que rola de verdade, não to de honda. Quem sabe aquela juventude que eu nem imaginava que existiu querendo atenção, querendo provar mais coisas para os outros, já que ainda não sabe o que está fazendo por essas bandas.

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