quarta-feira, fevereiro 13

porque não.

Tava no ônibus e me dei conta do seguinte.

Extra Terrestres... Sabe aquelas coisas que invadem os planetas em seus discos ou naves loucas e destroem as coisas, põem fogo e soltam radiação nos olhos dos outros além de destruir a casa branca com raios loucos?

Pois é. Pensava nos ETs, de maneira geral, como sempre os vemos.
Uma raça maldita, cabeções, dedos longos e feios. Uma aparência de pele lisa, que talvez até ficassem bonitos com uma jaqueta de coura preta de motoqueiro com umas calças coladinhas, afinal, os olhos meio que de formatos ovais parecem óculos. Seria questão de fazer umas tatuagens maneiras pra se enturmar com uns motoqueiros.
Bom, fora a enturmação, tava pensando... nós sempre vemos ETs como uma raça única, como cópias semi idênticas muitas vezes malignas que querem nos estudar, dilacerar e destruir nossas famílias.
Fizemos diversos filmes com inúmeras maneiras de se pensar na vida fora do planeta Terra. Alguns acham um absurdo, algo impossível, já que tudo que conhecemos se baseia no nosso planeta, na atmosfera, nos climas e níveis de temperatura, gases que conhecemos, logo, é obvio que fica semi-impossível pensar numa vida fora daqui (pensando que em outros locais se pode haver vida de outra forma, novos tipos de matéria, coisas realmente impossíveis de se encontrar aqui, ai eu acho que seja possível vida fora daqui... mas isso não é o tema da coisa, retomando...).
Bom, de maneira geral, e resumida, sempre se pensa em ETs como uma nação malvada (na maioria das vezes) que querem nos estudar, ou tomar o planeta para eles... fiquei pensando nisso e nos comparando a ETs. Gostaria que fossemos ETs sabe... pense só. Um grupo absurdo de criaturas semi-identicas que se unem por uma causa em uma proporção planetária. Entendem?

O ônibus passava pela Vila Bras, e denovo está passando por toda ela. Isso significa um atraso de 20 minutos no ônibus, mas pela janela eu noto um atraso de séculos. Vemos água correndo desde os banheiros das barracas até a beira da calçada formando banhadinhos de merda e mijo por ali, no mesmo lugar para onde vai água da louça, água do chuveiro, de tudo. Água da chuva.
Bom, acontece que aquele lugar parece ter sido esquecido... a tempo atrás era puro barro aquelas ruelas de lá, lembro de ter voltado por ônibus por volta das 23 onde lá não se via porra alguma, só o que os faróis enlamaçados do ônibus podiam mostrar. Cachorro, gato, galinha piriquito, tudo correndo junto com a gurizada, um coisa que não parece estar tão perto de uma capital (pensando no sentido mais idealista de capital, cidade bem formada, sem problemas de infra-estrutura com serviços básicos que se estendem até as cidades satélites e além, mas isso já me invade em outro tema um pouco menor e mais focado que o que quero escrever...), sabe, ruas daquele jeito, pessoas vivendo como a tempos, não, como a milênios atrás. Sandálias, conduzindo ovelhas pelos pastos, embarrando calçados, entrando e saindo de barracos de madeira mal cortada com telhados remendados... (pensando bem, nem na época faraônica as coisas eram tão mal feitas [me arrisco a dizer que no período paleozóico as cavernas eram melhores moradias que aquelas coisas ali]). Bom, vi tudo aquilo no ônibus e me pus a pensar no seguinte... porque essa coisa tão desigual? sabe, não gosto de revoluções, não sou socialista a fio, muito menos capitalista, só acho que pelo menos um esgotinho podia ter... chego em casa e dou uma olhada na internet (coisa que aquele pessoal ali deve ficar boquiaberto de ver) e vejo que o brasil (focalizando um pouco apenas no pais) não trata nem a metade de seu esgoto. Pense um pouco sistematicamente... quem perde com isso? Ta, um papelzinho no chão, um detalhe estúpido... mas pense bem, pense na coisa como um todo real, na coisa como um UM, UMA nação terrestre!
Pensei no seguinte... cada ato de cada um, de alguma maneira pode influenciar no ambiente que todos os outros vivem... ta, então porque os paises? Acabei de ver um filme sobre escravidão onde os pretos são tratados como mercadoria, assim, como uma balinha que tu compra e por direito, é tua, tu pode pesar nela, sujar ela, por no vaso, comer, fazer o que bem entender. Não sei se a coisa é impactante para alguns negros, mas pra mim é razoavelmente indignante. Os ETs se juntam numa força só para invadir nosso planeta e aqui dentro temos escravos de nossa própria espécie. Eu sei, hitler garantiria cientificamente que somos diferentes, e principalmente que ele faz parte de uma raça superior e blablabla, mas pensa só... se tu pegar e juntar todo mundo, mas todo mundo mesmo, no conceito que temos de mundo, o que acontece?
Ta, é impossível. Eu também tenho (pré) conceitos que me incomodaria permanecer ao lado de pessoas com crenças... mas pense nas coisas básicas, sabe no mínimo... o esgoto que eu vi era um detalhe ínfimo, o que me preocupa de verdade é a educação mínima, sabe, o mínimo de conhecimento sobre nosso mundo em geral, isso sim me preocupa. Conheço pessoas formadas em escolas que sei que não são grande coisa, e a maioria das discussões (caso ocorram) sobre assuntos ligados a um todo (normalmente da cidade, do estado ou do pais... em fim, assuntos sociais) são normalmente derivadas de clichês e jargões que escuto em outros lugares, muitas vezes em outros meios de comunicação.
Deu tanto problema o ônibus ter a entrada na frente que não da pra acreditar. Uma mulher com seus 35 a 40 anos entrou no ônibus.
"desculpa, não sabia que era pela frente."
"é... tudo bem, é que tem que olhar a seta."
"que seta?"
"essa ali na frente." (fez um gesto e o motorista apontou para uma seta imensa com um metro quadrado, AMARELA na frente do ônibus dizendo com letras maiúsculas que se entra pela frente.)

Que conclusões tiro disso? Essa tia não foi a única, a maioria das pessoas que entrava no ônibus ali na vila ia correndo para a parte de trás... o motorista buzinava. a pessoa voltava correndo pra frente e a frase que mais se ouvia.
"ah, é pela frente?"

Eu fiquei brabo, sim fiquei brabo. Porque é que não se pode fazer um padrão de entrada no ônibus? Pensei nas possibilidades.
Depende do horário e do itinerário, se envia um ônibus com cobrador ou não. Mas porque?
Menos gasto com cobradores.
Isso impacta diretamente na eficiência do embarque dos passageiros, além do que aumenta a probabilidade de acidente quando o motorista tem que responder perguntas e desviar a atenção do transito para contar troco.
Eu insisto:
Mas porque cortas gastos?
Estamos falindo. Continuei perguntando essas coisas obvias durante um bom tempo, e voltei aos ETs. Nós temos concorrência interna, concorrência entre continentes, entre nações, quando no fundo no fundo podemos nos denominar humanos, unicamente isso, um ramo da evolução que diz que somos relativamente "iguais".
Fiquei pensando em livre passagens para todos os lugares do mundo, em pessoas mudando de lugar por sugestão de governos locais que diziam que em tais locais do mundo precisa-se de gente que trabalhe com isso ou com aquilo. Sabe, pensei numa coisa impossível num mundo que tu olhe o mapa e não veja nomes de paises com cores diferentes, um coisa assim... milhões de conselhos que discutem um bem geral das coisas básicas entende, o mínimo para uma sustentabilidade global, onde um papel de bala no chão fosse considerado crime já que vem do petróleo, já que não será reciclada já que pode acontecer de entupir bueiros e inundar casas da região... pensei de maneira globalmente sistemática. A coisa toda como a coisa em si, sem as fronteiras.

Eu desisto, sei que não da. Mas a idéia me agradou por uns instantes... afinal, vemos os ETs como uma nação inteira, porque não pensar que somos Ts? apenas terrestres unidos contra o mal de nós mesmos, o consumo desenfreado sem medir as conseqüência a longo e longuíssimo prazo...

A muitos anos atrás esse tipo de coisa jamais seria discutida, vivíamos longes, a dias a cavalo uns dos outros, um tempo onde isso não era necessário já que tudo era desconectado, agora vejo essa internet aqui em casa que pode atingir quase qualquer ponto do planeta e fico pensando que as coisas acabaram se conectando, se ligando umas as outras de maneira abstrata.
Fica difícil dormir pensando que muita pouca gente já teve esse pensamento, muito poucos, é claro, é relativo.
Queria aprender novas línguas, preservar o resto de culturas passadas e pegar o que vejo de melhor de cada uma, a coisa de unir uma coisa só, numa merda só, era com a intenção do básico mesmo, sei que é difícil engatar a marcha na idéia, mas seria o mínimo, o mínimo de fiscalização generalizada que garantisse a sobrevivência de nós mesmos depois de muitos anos...

Não é só eu, afinal a coisa já se sente na pele, até achei legal as dicas para deixar o verão (e não só o verão) mais quentes que a mtv da.

"abre todas as torneiras e desperdice toda a água possível.
tome banho de horas, e lave o carro três vezes ao dia."

tudo dito com o fundo de uma imagem genial. uma privada normal, daquele com caixa d'agua em cima logo atrás com aquelas cordinhas pro lado, com um detalhe que faz toda a diferença. Um tijolo amarrado a cordinha.
A mtv já disse.... "ta esquentando..."

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ETs... talvez fosse uma boa uma invasão, quem sabe nos fizessem de escravos e devido a necessidade a união generalizada fosse necessária, ao menos de maneira temporária.
Ia ser engraçado...

Utopia, eu tenho noção, mas quem sabe fosse interessante... pense bem, as coisas serem feitas de maneira que competições negociais, venda e compra seriam sempre pensadas de maneira a garantir todos os lados... é algo grande demais, algo bonito demais até... mas ia ser legal ter aulas de outros idiomas de graça, ver vagas de emprego la da puta que o pario solicitando pessoas que quisessem sair de onde vivem... um coisa toda, uma merda só, sem problemas de feder diferente de outras...
porque não?
leia o titulo.

Um comentário:

G. Marelli disse...

"Leia o título".

Meu deus, rato; que genial!