quinta-feira, junho 19

ruim

Cheguei em casa cansado do treino. Não foi por ter apanhado que nem cachorro, nem por exercicios abdominais, eu realmente estava cansado, pra baixo, down, um lixo interno se revirando e remoendo sem sentir algum propósito em casa passo que dava. Primeiro comi uma boa pizza, que não me animou, só desceu bem, como uma gota caindo na água, cai se mistura e tu nunca mais sabe daquela gota, em específico.
Depois do banho, tive de me olhar no espelho pra ver se a vergonha interna do fracasso esportivo estava aparendo em alguma parte do meu rosto. Nada, nada doía, mesmo depois de estar frio, voltar ao estado normal, nenhuma dor, nenhum vermelho, nada. Lembrei que o único soco que senti foi um na boca do estômago que me pegou desprevinido mesmo e não tive tempo de enrigecer aquela região.
Estava me aprontando pra ir para a aula de direção e fiquei um momento olhando televisão. Propaganda política, as mais engraçadas possíveis. PMDB, um partido de pessoas simples e claras. Tudo ia a mesma ladainha de sempre, até que depois do Fernando Henrique Cardoso falar muitas coisas do seu querido partido, uma propaganda começou a rolar, re-afirmando com tenacidade todas as glórias que as pessoas do partido já haviam feito. Eu estava tranquilo, até que um carinha qualquer falou:
-No começo, telefone era coisa de quem podia, ninguém tinha dinheiro para ter linha telefônica. Era coisa de luxo!
Logo depois, o narrador fala, e junto segue a legenda.
-Mas o PMDB mudou isso. Com as privatizações, inovou tecnologicamente o país e distribui tecnologia para todos.
Foi nesse momento que eu perdi a noção da raiva, e definitivamente me doeu por dentro ler aquilo. Sim, quero sair dessa merda, ir para uma bosta menos pior, um lugar que eu julgue melhor que aqui, e sim, quero que se foda o país, que se arrebente, seja dominado por quem tem grana e acabou. Contudo... sempre existe uma infeliz esperança de que algo grande aconteça, de que uma revolução democrática ou não, provoque algum rebuliço nas estruturas e faça algo melhor. Quando li aquilo ali na tela, eu não sabia mais se chorava ou se morria rindo. Naturalmente eu riria até a morte, mas eu já não estava bem, lembrei de cara de uma grande discussão que tive a respeito de privatizações com um cara mais velho e supostamente, melhor informado em questão política. Sou um zero a esquerda bem moldado em relação a política, mas de qualquer maneira, existem coisas que não se baseiam em direita e esquerda, mas em pura lógica.

Privatizações. Vou ficar devendo o material a respeito da CEEE, que o Britto privatizou, e também as companias ciderurgicas entre outras estatais do Brasil mais antigo. Quero ir para os telefones, de uma vez, e tentar resumir minha visão a respeito do tema de privatizar serviços públicos.

As visões:
-Privatizar, significa deixar de se preocupar com um setor de serviço o qual o estado não tem porque manter atenção, ou seja, um peso a menos para o governo.
-Ao se privatizar, se põe a leilão uma compania estatal, tendo como intenção um maior lucro para o estado na hora da venda.
-Privatizar significa inovar a tecnologia do país e trazer novos produtos para dentro do mesmo.
-Privatizar gera empregos diretos e indiretos, pois a compania já se encontra em território nacional.
-Privatizar é uma conversão de uma compania que não gera lucro, para uma que pagará impostos.


Essa de cima, foi uma. Agora, a minha, ou apenas, outra visão:
-Privatizar é garantir que o serviço que deve ser prestado com cuidado (em todos os sentidos, principalmente os direitos do consumidor) seja comandado por quem tem uma visão clara de que o público é dinheiro correndo.
-Ao se privatizar, se põe a leilão uma compania estatal, tendo como intenção um maior lucro para quem for o político vendedor da vez, fazendo escandalos de vender companias a preço de banana, como um mercado livre ou deal extreme. Caso não seja a preço de banana, sempre existe um apoio do governo para a nova administração se instalar na região.
-Privatizar significa ignorar a capacidade de geração de tecnologia do país e garantir que o que vier de fora é o que dominará a nação em questão tecnologica. Significa escravizar a tecnologia interna em uma determinada área além de garantir que a tecnologia vinda de fora será a que os trabalhadores daqui terão de aprender, ou seja, seremos todos pagadores de pau para os caras que fizeram as coisas acontecerem.
-Privatizar garante que os empregos de chefia, os empregos que futuramente poderiam gerar mais empregos de verdade para o pessoal do país, serão oupados por pessoas não ligadas ao estado, apenas ao próprio lucro. Fora que lembrando da tecnologia, os empregos gerados para gerar tecnologia são muitos, além de abrir uma nova rede de possibilidades empregativas.
-Privatizar é uma conversão de uma compania que não gera lucro, para uma que levará o dinheiro para a matriz normalmente localizada em outro país, garantindo que o dinheiro não seja investido completamente dentro do país de onde veio. (Neste aqui, um detalhe. Como manter uma compania que não gera lucro? Utilizando dos impostos que são pagos pela população, afinal, se a compania serve para prestar serviços a papulação, não pode gerar lucros, pois significaria ganhar dinheiro da nação para um serviço prestado pela nação para a nação, o que não faz o minimo sentido.)

Bom. Chegou a noite e estou ainda escrevendo. O fato é que sou um daqueles imbecis que são da oposição eterna, ou seja, sempre oposição, não interessa qume governe. O que procuro fazer, é votar pelo menos pior possível. Agora, finalizando, minha visão sobre privatização é simples:
Privatizar é não bom.


Um comentário:

Anônimo disse...

pode ser não bom, mas é preciso.

"Privatizar é preciso! Vote 29!"

blargh.


Olha que bonitinho ficou o blógui...