terça-feira, junho 5

Sorella

Sobre aquela questão de ajuda, manter-se no lugar, parado? Não, pronto, a postos.
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Novamente a garota perdida da cabeça voltou para casa sem saber aonde está. Ela se perde sozinha com sua própria sombra, não entende que não entende e parece que cada vez mais acredita nela mesma, na estupidez de não repensar o que já fez e seguir igualmente errada. Tecnologia do burro, era como um velho mestre nomeava essa técnica tão frequentemente utilizada. Justamente isso que lhe parece faltar, a lembrança do que já aconteceu como base para novas atitudes, um circuito completo, um loop eterno de aprendizado. Não, estagnou num ponto, e a partir dele um ciclo sempre se repete, mas sem uma nova fase de novas ações, são sempre as mesmas, sem as mesmas dores, sempre os mesmos gozos.
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Pensando nessas músicas velhas, de gente velha que pensa sempre no seu passado, tem essa saudade eterna dessas coisas que se sabe que jamais voltarão. Essas músicas com críticas a forma de pensar, essa escravização mental que até Bob fala. Pensando, pensando em como utilizar de alguma forma esse tempo de agora, afinal até a Mafalda já apontou.
- Temos de trabalhar para ganhar a vida.
- Mas por que perdemos a vida trabalhando para galha-la?
Justamente, o tempo passando, o time do pink floyd, o badalar de um sino que traz a redenção a um bando de ovelhas que houve atentamente ao chamado. Justamente quando lembro que não aprendi a tocar bateria e que hoje tive formalmente recusada uma proposta de trabalho, vejo o quão lerdo estou ficando. Tanto que se aprendia por minuto, agora não passa de pouco de cada professor de faculdade. Alias, poucos são o que lembro o nome, que dirá lembrar de alguma coisa útil que eventualmente tinha lhes escapado pela boca sem cobrar um centavo a mais?
Tudo passa tão tão devagar enquanto passa que depois que foi, não da pra acreditar que já foi e se diz que passou rápido.
Dessas conclusões todas me ponho a pensar, pondero e tento extrair novas formas de interpretar o que já imagino, e é bem ali que aquela louca entra, quase sem te olhar na cara, visivelmente confusa, perturbada sem saber bem o que fazer. Ela passa, quase correndo e entra no seu quarto. Fica lá, quieta. Não faço ideia do que faça, ou do que pense, mas como fazer alguém assim ler esse texto e lembrar dele sempre que necessário?

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