terça-feira, dezembro 11

o covarde



Era um vez um garotinho. Lia de tudo, sabia de livros, sabia de castelos, de animais, sabia de fisica, de matematica e até de poesia. Compos musicas, escutou os clarins dos velhos monjes e foi crescendo na sua juventude, dono do mundo.

Tornou-se rei, e via sempre o que queria ver, suas mãos tinham apenas quatro dedos, sendo que os tres que não eram o polegar tinham mesma força e tamanho que os outros. Não importava que tivesse cinco dedos, eram os quatro que ele queria ver.

Certa vez achou um quadro inimaginavel, sua Monalisa. Instantaneamente petrificou sua visão, e a partir daquele dia tinha olhos apenas para seu quadro, lindo quadro. Era seu precioso, sua razão de vida, adorar ao quadro, garantir que sua textura, sua tinta jamais escorresse durante toda sua vida.

Um dia teve seu quadro roubado por um chapeleiro, Deep, o chamavam. Era um rapaz de sua idade, com sotaque de interior e de relativamente pobre, usava sempre um chapeu preto de aba longa, sua marca registrada, sua marca de roubo.

O velho garotinho deu por falta de sua Monalisa, chorou, esperneou, e não houve promessa que a trouxesse de volta. Não queria mais saber de livros, de poemas, musica ou ciencias, queria seu quadro, unicamente seu quadro precioso...

Vou matar o ladrão, e recuperar minha Monalisa.
Assim era sua vontade insana ao impunhar a espada e o machado.
Saiu a pé, com o minimo necessario para sua sobrevivencia, mas com extras para sua carnificina. Entrou no bosque que viu, e como se tivesse seus pés guiados por seu instinto, chegou a uma gruta escura e nela penetrou empunhando machado e espada com raiva de um cão mordido.
Chegou a noite, e nenhuma luz se via no fundo da escuridão, gritou como um louco atrás do dito ladrão, e apenas ecos voltaram para responder-lhe. Ao sentar para acampar e fazer uma fogueira procurava seus minimos materiais quando encontrou algo estranho... algo que não imaginava ali...
um chapéu de abas longas.

Conversando internamente com o dono do chapeu, pode ver do que se tratava. Se tratava de seu ladrão, seu real carater saindo a tona para aclarar a vista de seu comandante.

era sua Janela Secreta (Secret Window), que finalmente abriu.



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