sábado, maio 24

when the winds of changes shift

O que aconteceu foi estranho, ele já havia escutado aquele som, ele já havia sentido aquele cheiro. É verdade estava gripado a mais de semana, contudo, assim como sentiu o cheiro pútrido do banheiro daquele bar clássico, sentiu o cheiro do vento, das flores e das árvores.
Ele realmente sorriu, sorriu com tudo que tinha direito de sorrir, ele estava com toda e qualquer força espirita, não natural ou natural, toda as forças de sua natureza, todo o seu ser estava sorrindo, mesmo os mais carrancudos dentro de si, sorriam com grande vontade, mostrando os dentes.
Era o vento. O vento daqueles tempos, ele sentiu o vento novamente, como a tempos atrás uma vez sentira, sentiu o toque em sua face, olhou pra cima e relembrou o gingado dos galhos das árvores que faziam um movimento lindo acompanhados pela brisa suave que elevava a aura de todos os seres que tocava.
O dia foi um real disperdício de tempo, apenas um tempo anônimo dentro do mundo, sem participar e coisas senão que um simples teatro online que fazia papel de bobo e ganhava prêmios com isso. A noite começou boa, com boas conversas e lembranças simples e lindas do tempo de infância real dos já adultos da família, do tempo que se brincava se quebrando, se machucando, experimentando os prazeres de sentir na pele, mesmo a dor, era um prazer naquele tempo em que um "duvido tu fazer!" fazia com que qualquer criança matasse dragões. Ele não fora diferente, por sorte, acho que talvez a ultima geração que matou dragões, e viu os touros do entretenimento virtual crescendo e tomando conta. Aquela noite, ele estava feliz, ele sorria pra si mesmo, e qualquer coisa era um motivo de alegria, o desencontro inicial com seus amigos fez com que ele pensasse consigo o quão bom era poder caminhar livremente por entre as ruas de sua pequena cidade e sentir a noite caindo, ver as pessoas de mãos dadas, ver cachorros latindo com uma presença estranha. Ele gostava daquilo, dos sentimentos, das sensações puras que se sentia ao por os pés no chão.
A noite passou rápido, e quando viu, estava ainda rindo em casa, sozinho, ou quase sozinho, com o cão olhando-o com aprovação de tudo, o cão sábio o olhava de baixo pra cima, e seus pelos traziam a sabedoria de anos caninos a fio, e tudo que lhe dizia era: "Você está certo, o mundo é pra rir." E com um sorriso de canto de boca, o cão finalizava seu olhar, com sua secreta sabedoria escondida entre os beiços.
Antes de entrar no apartamento, e ver o cachorro lhe lambendo de felicidade, de saudade ou puro mimo, ele sentiu o ar do tempo, o winds of changes, ele sentiu o vento shifting, ele olhou pra cima como fizera antes de sair e aspirou o ar com força. Eram os mesmo tempos se repetindo, e mais uma vez ele teve a segurança de estar fazendo tudo perfeitamente bem, tudo conforme o planejado de deus, tudo conforme o que todos lhe planejavam, tudo exatamente como deveria ser para que todos os envolvidos daquele meio entendessem que o vento conversava com eles de tempos em tempos para lhe contar novidades a respeito das coisas que já foram vividas. Ele sorriu para o companheiro que estava no carro esperando o portão fechar e logo depois o sorriso se alargou, para o vento, para ele mesmo, que agora sentia o peito preenchido, sentia que era divertido viver, e unicamente divertido, não havia nada melhor na vida senão que as companhias, os tempos passados com as pessoas que lhe faziam bem de forma geral, passar o tempo com aqueles animais irracionais, fazia um bem a sua vida, a sua aura a seu corpo interno a sua vida em si.
Com o sorriso até a nuca, ele entrou em casa e começou tentar escrever sobre a felicidade que não tinha sentido, mas que fazia sentido, não exatamente sentido para os outros senão que fazia e faz ele sentir o prazer de viver a cada instante que passa com as pessoas tão loucas, tão loucas que chegam a compreender-lo. Não foi nada além de mais um dia, sem muitas histórias marcantes, mas foi mais um dia cheio de maravilhas, de momentos inesquecíveis dentro da vida sofrida das pessoas, foram momentos simples, curtos e secos, mas foram com aquelas pessoas. As sombras na área. Os mágicos, feiticeiros... os bruxos.

--
Forever young
Bob Dylan

May your wishes all come true,
May you always do for others
And let others do for you.
May you build a ladder to the stars
And climb on every rung,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.

May you grow up to be righteous,
May you grow up to be true,
May you always know the truth
And see the lights surrounding you.
May you always be courageous,
Stand upright and be strong,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.

May your hands always be busy,
May your feet always be swift,
May you have a strong foundation
When the winds of changes shift.
May your heart always be joyful,
May your song always be sung,
May you stay forever young,
Forever young, forever young,
May you stay forever young.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ahhh! Tu também viu aquele vento!!

Nossa, é o vento mais perfeito do mundo, nem quente nem frio - morno.

Todo mundo deve ter lembranças com aquele vento!

Gustavo R. Moraes disse...

Foi uma noite boa... talvez melhor do que muitas outras
Então era o vento... agora sim eu entendo
E eu pensando que era por causa daquela morena estúpida de linda com seu tomara que caia maldito!!

Bruxo!!